Aos 56 anos, maior craque da história da Macedônia do Norte vê país a um jogo da Copa do Mundo

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Aposentado da seleção, Goran Pandev é a referência recente da Macedônia do Norte, mas antes dele o adversário de Portugal no jogo único de hoje, às 15h30, no Estádio do Dragão, no Porto, pela repescagem europeia para a Copa do Catar, curtiu o sucesso de um craque com nome parecido. Nascido em Escópia, Darko Pancev fez parte de uma geração dourada da extinta Iugoslávia, conquistou a Chuteira de Ouro no papel de maior artilheiro de ligas nacionais da Europa e fez o gol do título do Estrela Vermelha na Uefa Champions League.

O craque também esteve perto de ganhar a Bola de Ouro, tradicional distinção entregue pela revista France Football. Ele perdeu a estatueta para o francês Jean Pierre Papin. Terminou empatado com o alemão Lothar Matthäus e o montenegrino Dejan Savicevic.

Pancev tem 56 anos. Em 1990, representou a Iugoslávia na Copa da Itália ao lado de astros como Mihajtovic, Procineck, Jugovic e Savicevic. A seleção foi eliminada nas quartas de final pela Argentina. O goleiro Goycochea operou milagres na decisão por pênaltis e classificou Diego Maradona, Claudio Caniggia e companhia para as semifinais.

Antes da aparição na Copa, Pancev viveu uma temporada inesquecível em 1990/1991. Era um dos protagonistas do título inédito do Estrela Vermelha na Uefa Champions League. Foi o último título de um time do Leste Europeu no principal torneio de clubes do Velho Mundo. A decisão contra o Olympique de Marselha avançou aos pênaltis depois de 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação. Pancev converteu a última cobrança no triunfo por 5 x 3.

No mesmo ano, brindou o Estrela Vermelha com a conquista da Copa Toyota, atual Mundial de Clubes da Fifa. O time iugoslavo impôs 3 x 0, em Tóquio. O último gol foi justamente de Pancev no duelo com o então campeão da Copa Libertadores da América.

Pancev festeja o inédito título europeu . Símbolo de uma Iugoslávia que teve uma baita geração no anos 1990

Naquela mesma temporada, Pancev arrematou a Chuteira de Ouro, prêmio entregue ao maior artilheiro de ligas nacionais da Europa. Marcou 34 gols com a camisa do Estrela Vermelha na temporada de 1990/1991. Para se ter uma ideia, o vice-artilheiro foi um astro chamado Davor Suker, protagonista de 22 bolas na rede pelo Dínamo Zagreb.

Com a dissolução da Iugoslávia, Pancev virou a estrela solitária da Macedônia do Norte. Em 1993, participou da primeira partida da seleção como país independente. Em 13 de outubro de 1993, foi o autor do segundo gol na goleada por 4 x 1 contra a Eslovênia.

A prova final de que Darko Pancev era acima da média partiu da Uefa. Em novembro de 2003, o craque entrou na lista de 52 jogadores condecorados pela entidade máxima do futebol europeu. Uma espécie de hall da fama. Pancev ganhou à época o reconhecimento de melhor jogador da Macedônia do Norte em meio século.

Pancev disputou apenas seis partidas pela Macedônia. O gol contra a Eslovênia foi único. Em 7 de junho de 1995, ele deu adeus à seleção depois de uma derrota por 5 x 0 para a Bélgica pelas Eliminatórias para a Euro-1996. A sementinha foi plantada. A Macedônia do Norte participou da Euro-2020. Na semana passada, eliminou a atual campeão continental Itália na repescagem da Copa do Catar. Nesta terça, testemunhará o duelo contra Portugal valendo vaga ao Mundial. Certamente ele jamais imaginou isso. Nem nos melhores sonhos.

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Marcos Paulo Lima

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