Ao repatriar Marcelo, Fluminense dá solução de luxo a Fernando Diniz contra a crise na lateral esquerda

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Cria de Xerém, Marcelo vestirá a camisa 12 no retorno ao Fluminense. Imagem: Fluminense FC

Não há dúvida de que, no papel, a volta de Marcelo ao Fluminense depois de 17 anos é um baita negócio do ponto de vista afetivo e midiático. A questão central é a resposta esportiva ao investimento. O lateral-esquerdo é muito acima da média, mas não joga em alto nível desde o fim da Copa de 2018, na Rússia. Prova disso é que ele foi simplesmente esquecido pelo técnico Tite no longo ciclo até o Qatar-2022. Deixou de ser chamado. Não esteve na Copa América em 2019 e 2021, ficou fora das Eliminatórias do início ao fim e viu a última Copa da poltrona. Mais do que isso: perdeu a imunidade e passou a amargar a reserva no Real Madrid até se transferir para o Olympiacos da Grécia e sair do clube grego com apenas nove jogos sob a batuta do espanhol Michel.

Fernando Diniz assume um desafio que outros técnicos tentaram nas últimas cinco temporadas. Marcelo teve quatro treinadores no Real Madrid depois da Copa de 2018. Julen Lopetegui, Santiago Solari, Zinedine Zidane e Carlo Ancelotti não conseguiram mais extrair o máximo de Marcelo. O craque começou a viver seu ocaso e amargar a reserva de concorrentes muito aquém do talento dele. Era estepe de Ferland Mendy antes de deixar o Real Madrid depois da conquista da Champions League na temporada passada.  Mas, como a varinha de condão do mago Diniz deu sobrevida a Paulo Henrique Ganso, não duvidem da capacidade do excelente treinador para reciclar talentos.

Isso significa que Marcelo não será útil ao Fluminense? Longe disso! Retornos recentes de medalhões ao futebol brasileiro provam isso. Daniel Alves teve uma fase boa no São Paulo. Rafinha e Filipe Luís foram símbolos da fase dourada do Flamengo. Hulk brindou o Atlético-MG com o Triplete em 2021. Luis Suárez brilha no Grêmio. Renato Augusto é o cérebro do Corinthians. Willian é um dos raros repatriados recentes que bateu no Brasil e voltou à Europa.

Em 2005, Fernando Diniz fazia parte do elenco profissional do Fluminense enquanto Marcelo começava a despontar em Xerém, a fábrica de talentos do Tricolor das Laranjeiras. Agora, desembarca para ser comandado pelo ex-volante e ajudar a resolver um problemão da defesa.

Diniz tem problemas na lateral esquerda. Improvisa horrores no setor em busca de solução. Usou, por exemplo, o jovem volante Alexsander na posição. Delegou a função a Calegari, outro volante de origem com experiência na lateral direita. O Fluminense foi ao mercado e tirou Jorge do Palmeiras. No entanto, ele rompeu o tendão e passará por cirurgia. Diniz voltou à estaca zero.  O drama chegou ao ponto de Guga assumir a responsabilidade na vitória por 2 x 0 no clássico contra o Vasco.

Portanto, a chegada de Marcelo sinaliza o fim da maldição da lateral esquerda. O Fluminense terá finalmente um extraclasse na posição. Marcelo participou da conquista tricolor no Carioca de 2005 antes de ser vendido ao Real Madrid. Retorna como senhor dos troféus. Entre os títulos possíveis, só não ganhou a Libertadores e a Copa do Mundo.

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Marcos Paulo Lima

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