Adversários na decisão da Supercopa do Brasil entre o Atlético-MG, campeão de tudo em 2021, e o vice do Brasileirão Flamengo no domingo, às 16h, na Arena Pantanal, em Cuiabá, Antonio Mohamed e Paulo Sousa duelarão pela primeira vez. O confronto no papel de técnicos de dois dos times mais ricos do país esteve muito próximo de acontecer há 33 anos, quando os dois profissionais contemporâneos ainda eram jogadores.
Nascidos em 1970, Antonio Mohamed e Paulo Sousa estiveram na Arábia Saudita no Mundial Sub-20 de 1989. O argentino era o camisa 11 do técnico Carlos Oscar Pachamé entre os 18 convocados para o torneio da Fifa. Fazia parte de uma geração que contava, entre outros, com o volante Diego Simeone, hoje técnico do Atlético de Madrid.
O jovem Paulo Sousa fazia parte do elenco do técnico de Portugal, Carlos Queiroz. À época, o meia não passava de um promissor jogador das categorias de base do Benfica. Ele logo provaria que era mais do que uma joia ao brilhar não somente com a camisa principal do Benfica, mas também do Sporting, Juventus, Borussia Dortmund e Portugal.
Argentina e Portugal ficaram muito próximos de se enfrentar na fase de mata-mata do Mundial Sub-20, mas havia um Brasil no caminho. Segunda colocada no Grupo D, atrás do surpreendente Iraque, a Argentina, do atacante Antonio Mohamed, trombou com o arquirrival nas quartas de final. O remanescente no duelo teria pela frente nas semifinais Portugal ou Colômbia. Comandada por René Simões, o Brasil conseguiu anular Antonio Mohamed e companhia, venceu por 1 x 0 e impediu o duelo do Turco com Paulo Sousa.
Portugal era a sensação daquele Mundial Sub-20 de 1989. Desbancou o Brasil, de Carlos Germano, Bismarck, Sonny Anderson, França e Roberto Assis, irmão de Ronaldinho Gaúcho, e avançou à final para conquistar o título inédito por 2 x 0 contra a Nigéria.
Antonio Mohamed e Paulo Sousa poderiam ter duelado na Itália como jogadores. Em 1991, a Fiorentina buscou na Argentina o Turco, destaque do Huracán, além de duas feras do Boca Juniors — o centroavante Gabriel Batistuta e o meia Diego Latorre. Os últimos dois ficaram no clube italiano. Antonio Mohamed, não. Ele foi emprestado ao Boca Juniors.
As seleções principais de Argentina e Portugal não se enfrentaram no período em que Antonio Mohamed e Paulo Sousa frequentaram as convocações. Enquanto o português fazia carreira na Europa, o hermano defendia a camisa de clubes sul-americanos ou mexicanos. Trabalhou como técnico no Celta de Vigo, mas não enfrentou times de Paulo Sousa. Portanto, o confronto de domingo sairá do papel com 33 anos de atraso.
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