Doha — Protagonistas da final inédita da Copa do Mundo no domingo, às 12h (de Brasília), no Estádio Icônico Lusail, Argentina e França já disputaram um centroavante a tapa nas divisões de base. Estava em jogo o troféu Gonzalo Gerardo Higuaín. Lembra dele?
Higuaín é aquele do incrível gol perdido na decisão de 2014 contra a Alemanha, no Maracanã. Ele é filho do ex-zagueiro do Boca Juniors e River Plate Jorge Higuaín. Em 1987, a família de Gonzalo morava na França. E lá nasceu o centroavante, em Brest. Morou 10 meses no país. Manteve a nacionalidade por 20 anos até que o futebol o colocou contra a parede.
Observado pelo então técnico da França, Raymond Domenech, Higuáin foi convocado para defender a seleção da França, em 2006. O treinador pretendia testá-lo em um amistoso contra a Grécia. Higuaín recusou o chamado. Pressionado pela Associação de Futebol Argentina (AFA), escolheu a camisa alviceleste. As justificativas foram apresentadas à época ao jornal L’Équipe.
“Foi uma decisão tomada com o coração. Todos os meus amigos, minha família e meu futebol são da Argentina. Não poderia ter tomado outra decisão”, afirmou o jogador à época.
Higuaín disputou 75 jogos com a camisa da Argentina e marcou 32 gols. A última exibição dele foi contra a Nigéria na última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, por 2 x 1. Naquela edição, Higuaín não entrou em campo nas oitavas de final contra a Argentina.
Há um caso inverso. David Trezeguet nasceu em Rouen, na França, mas o primeiro time da carreira dele foi o Platense da Argentina. Nascido em 1977, cresceu idolatrando Diego Armando Maradona e Gabriel Batistuta — uma das referências dele. Atenta, a França jamais cogitou perdê-lo para a Argentina. Os hermanos sabiam da relação dele com o país devido à história dos pais, mas Trezeguet tratou de estabelecer as prioridades quando virou jogador profissional.
“Eu nunca imaginei vestir a camisa da Argentina. Com o passar do tempo, pensei até se teria lugar na seleção sabendo dos centroavantes que eles tinham: Batistuta, Crespo. Eu também me questionava se me adaptaria ao estilo de jogo argentino”, explicou em uma entrevista ao Marca.
Embora tenha crescido na Argentina, Trezeguet sempre deixou claro a prioridade para a França. “Os amigos me chamavam de ‘francês’ na Argentina porque sabiam onde eu havia nascido. A França está marcada na minha vida familiar. Tenho antepassados no sudoeste da França no século XIX. Meu pai jogou na França, meu nascimento. Ao mesmo tempo em que eu me sentia argentino, tenho as minhas raízes. Sempre quis descobrir o meu país”, justificou Trezeguet.
Campeão da Copa de 1998 pela França, Trezeguet praticamente encerrou a carreira no futebol argentino. Vestiu as camisas do River Plate e do Newell’s Old Boys antes de pendurar a chuteira no Pune City da Índia na temporada de 2014. Históricas de centroavantes que poderiam ter feito carreira por seleções opostas. Higuaín na França. Trezeguet na Argentina.
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