Em vigor desde 2003, a era dos pontos corridos escreve scripts cinematográficos no Brasileirão como as últimas rodadas das edições de 2009, 2011 e 2020 ou o anticlímax de desfechos insossos como a octa do Flamengo no trio elétrico enquanto festejava o bi da Libertadores depois da virada épica contra o River Plate. Sem sal, óbvio, para quem, como eu, aprecia a liturgia de uma conquista: decisão no gramado seguida pela entrega do troféu ao capitão. Aliás, essa figura tem saído cada vez menos na foto, não é? A moda é cartola receber a taça. Que o Palmeiras quebre o novo protocolo.
O fato é que o time e a torcida alviverde não mereciam ganhar o 11º título home office, da poltrona, de casa, delivery, com taxa de entrega. Bom, mesmo, é presencial, no estádio lotado com o time pilhado à espera do o autor do gol que consumará a conquista. Foi Fabiano em 2016 contra a Chapecoense, em casa. Esse cara foi Deyverson em 2018 diante do Vasco, em São Januário. Fábrica de heróis improváveis, o alviverde aguarda ansiosamente pelo próximo protagonista às avessas. Meninos como Endrick se candidatam.
Por sinal, o garoto ajudou o Palmeiras a fazer a parte dele na vitória de terça-feira contra os reservas do Athletico-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba. Abel Ferreira e seus comandados exorcizaram um fantasma. Uma das duas derrotas em casa do Palmeiras neste Campeonato Brasileiro foi justamente para o Furacão. A trupe de Felipão também eliminou o adversário nas semifinais da Libertadores. Portanto, era tempo de colocar o Athletico em seu devido lugar.
A combinação de resultados capaz de antecipar a festa do Palmeiras não aconteceu por alguns minutos. Em São Paulo, o Fluminense deu uma baita força ao derrotar um Corinthians definitivamente abalado psicologicamente depois da derrota de virada nos pênaltis para o Flamengo, há uma semana, no Maracanã, na final da Copa do Brasil. O Timão mostrou superação no clássico contra o Santos, mas a depressão pós-vice achou a equipe contra o Flu.
Vilão do Palmeiras na primeira rodada do Brasileirão ao vencer dentro do Allianz Parque, o Ceará tentou compensar abrindo o placar no Beira-Rio contra o Internacional, mas sofreu a virada. Justamente esse resultado impediu o Palmeiras de soltar o grito de campeão.
Questão de tempo. O espaço predileto do líder disparado do Campeonato Brasileiro está reservado para a festa com dia e hora marcado. O convidado é indigesto, o Fortaleza, às 16h, no feriado de 2 de novembro, mas tudo indica que esse será o dia da a torcida que canta e vibra celebrar com toda pompa e circunstância a conquista da Série A. A entrega do troféu com todos aqueles protocolos da CBF deve ficar para 9 de novembro, contra o América-MG.
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