10 considerações (e um acréscimo) sobre Vasco 1 x 4 Flamengo nos embalos de sábado à noite em Brasília

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  1. Mando de campo

Onde o Vasco venceu o Fluminense por 2 x 1 neste Brasileirão? Em São Januário. Eu sei que o Vasco vive momento financeiro dramático, mas a casa do Gigante da Colina é São Januário. A diretoria deveria se esforçar cada vez mais para mandar partidas lá. É inegável que os adversários sentem-se desconfortáveis no território cruz-maltino. Você pode alegar que o Flamengo venceu o último clássico em São Januário e houve confusão generalizada. Verdade, mas o time rubro-negro penou para ganhar lá dentro. O presidente Alexandre Campello sabe onde o calo financeiro aperta e optou por vender o mando, mas é preciso brigar para jogar em casa. Questão de segurança é tema para discutir com quem cuida disso.

  1. Método ultrapassado

Vanderlei Luxemburgo comandou treino secreto no Mané Garrincha na véspera do clássico. Eu questiono cada vez mais a necessidade desse jogo de esconde que os treinadores tanto amam. O técnico do Vasco é só mais um. São tantos e tantos treinos guardados a sete chaves no futebol brasileiro e mundial e vemos pouquíssima vantagem nisso dentro das quatro linhas. Vivemos a era tecnológica. Dificilmente alguém deixa escapar detalhes sobre o adversário. Aqui um parêntese para desejar força a Luxemburgo. O treinador soube depois da partida da morte da irmã.

  1. De Vanderlei a Vanderlei

O Flamengo não goleava o Vasco exatamente por 4 x 1 desde 27 de junho de 1976 (Campeonato Carioca). Depois disso, houve 4 x 2 (1979), 4 x 2 (1995), 4 x 0 (2000), 4 x 2 (2013). O time do último 4 x 1 tinha o rubro-negro Vanderlei Luxemburgo na lateral esquerda: Cantarelli; Toninho, Rondinelli, Dequinha e Vanderlei; Merica, Tadeu e Júnior Brasília; Luisinho, Zico (Dendê) e Zé Roberto. Gols sabem de quem? Tadeu, Zico, Vanderlei e Luisinho. Dé, o Aranha, atualmente comentarista da rádio Globo, marcou para o Vasco.

  1. Senhor dos clássicos

Dos 16 gols de Bruno Henrique com a camisa do Flamengo, metade foi em clássicos cariocas. São três contra o Vasco, três contra o Botafogo e dois contra o Fluminense. O atacante chamado na sexta-feira por Tite para defender a Seleção Brasileira nos amistosos de setembro contra o Peru e a Colômbia é o um dos vice-artilheiros da Série A com sete gols, quatro atrás do goleador isolado Gabigol, que tem 11. Bruno Henrique, Gabriel Barbosa e De Arrascaeta contabilizam juntos 50 dos 82 gols marcados pelo Flamengo no ano.

  1. Gabigol, saco de pipoca e cavalinho de pelúcia

A súmula do árbitro Leandro Pedro Vuaden deu o segundo gol da vitória por 4 x 1 sobre o Vasco para Gabigol e não Bruno Henrique. Houve dúvida sobre quem tocou por último na bola, mas o árbitro computou para o camisa 9 na súmula. O documento também relata o arremesso de um saco de pipoca no gramado vindo da área destinada à torcida mista no Mané Garrincha. Acusa o arremesso de um cavalinho de pelúcia com as cores do Flamengo e aponta o cartaz usado por Gabriel Barbosa na comemoração do gol.

  1. Meras coincidências

Diego Alves pegou pênalti pela oitava vez com a camisa do Flamengo. Exibição de gala contra dois batedores diferentes: Yago Pikachu e Bruno César. Repetiu o feito de Bruno na campanha do último título brasileiro. Em 31 de outubro de 2009, Bruno fechou a meta duas vezes para as cobranças de Paulo Henrique Ganso na vitória por 1 x 0 sobre o Santos, no Maracanã. O técnico do Peixe era justamente Vanderlei Luxemburgo.

  1. “Balotalles” Magno!

O Flamengo tinha Vinicius Júnior até vendê-lo ao Real Madrid. Como era bom ver o atrevimento no menino do Ninho. A cria do Vasco fez estrago na defesa do Flamengo no início da partida. Deixou quatro marcadores para trás. Veja bem: o jogador é da Seleção Sub-17 e não se intimidou contra os marmanjos do time profissional rubro-negro. Não sei você, mas sinto muita falta desse tipo de jogador, aquele cara que chama para o mano a mano. Por sinal, o Talles lembra muito fisicamente um ex-jogador rubro-negro: Geraldo Cleofas Dias Alves, o Geral Assoviador. Não o vi jogar, mas já li sobre o meia.

  1. Sorte com os refugos

Gabriel Barbosa não vingou na Internazionale nem no Flamengo. Pode ser o artilheiro do Campeonato Brasileiro pela segunda temporada consecutiva. Bruno Henrique teve passagem rápida pelo Wolfsburg. Arrebentava no Santos e está melhor ainda no Flamengo. Acaba de ser convocado por Tite. E o Gerson, hein? Não sou muito fã do futebol dele principalmente devido aos episódios de marra, mas admito que está batendo um bolão no Flamengo. Impressionante.

  1. Você viu o que Donato disse ao blog

Quando o Flamengo contratou Pablo Marí, entrevistei um dos maiores ídolos da história do Deportivo La Coruña, ex-clube do zagueiro espanhol. Divulgo aqui novamente o que o brasileiro Donato, autor em 2000 do gol do único título espanhol do time da Galícia, comentou sobre Marí. “Gosta de passes longos, tem bom campo de orientação e joga do lado esquerdo, é canhoto. Gosta muito de fazer virada de jogo para explorar a subida do lateral ou de um ponta-direita”. Palavre de quem entende e via de perto Pablo Marí. A entrevista completa com Donato sobre o beque Pablo Marí você lê aqui.

  1. Um elefante branco em liquidação

Vasco x Flamengo foram protagonistas do melhor público da temporada no futebol brasileiro: 65.418 pagantes. Superaram os 64.844 pagantes da eliminação rubro-negra contra o Athletico-PR nas quartas de final da Copa do Brasil. Na prática significa renda de R$ R$ 5.285.443. Sabe quanto a administração do Mané Garrincha tem direito? 3,5%. A taxa de aluguel do estádio despencou de 15% na inauguração do estádio no governo Agnelo Queiroz para 3.5 neste início da gestão Ibaneis Rocha. Do montante, R$ 184.990.505 ficará com o Mané. A Federação de Futebol do DF ficará com 5%, R$ 291.272,15.

Acréscimo…

Em tempo, vou chamar a atenção para um detalhe. A rodada vai terminar com um técnico argentino na liderança — Jorge Sampaoli, comandante do Santos — e um português na vice-liderança, Jorge Jesus. Na era moderna do Brasileirão, ou seja, de 1971 a 2018, nenhum treinador estrangeiro levou o título. Na história unificada a partir de 1959, Carlos Volante levou o Bahia ao título da Taça Brasil de 1959 no terceiro jogo contra o Santos. Faltam muitas rodadas até a 38ª, mas hoje o domínio é dos gringos.

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Marcos Paulo Lima

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