O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, afirmou há pouco em entrevista à Rede Vida de Televisão que uma vitória do democrata Joe Biden nos Estados Unidos não alterar parceria entre os dois países fechados em relação à base de Alcântara. “Lá já estamos na fase de plano de negócios para a região”, disse o ministro, numa referência ao acordo de salvaguardas assinado em março entre os dois países para que os Estados Unidos possam usar a base de Alcântara para lançamento de satélites. Outros técnicos dizem que não vai mudar porque, afinal, esse acordo é extremamente favorável aos Estados Unidos.
Durante todo o dia, o governo acompanhou a apuração dos votos nos Estados Unidos e também já foram elencados que projetos podem sofrer alguma descontinuidade em caso de derrota do presidente Donald Trump. Um dos que pode sofrer descontinuidade é aquele que permitiu a entrada mais etanol dos Estados Unidos no Brasil com tarifa zero até dezembro deste ano. Bolsonaro fez a concessão aos americanos para dar uma ajuda a Trump no setor e conseguir que o governo americano estudasse a compra de açúcar brasileiro. Se Biden ganhar, as apostas no Brasil são as de que esse acordo será abandonado. Algo que os produtores de etanol brasileiros não vão reclamar.
No entorno de Bolsonaro, seus mais fiéis escudeiros não apostam na substituição do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, caso Trump seja derrotado. O chanceler tem um trunfo nessa relação com o Planalto, os laços de amizade com o deputado Eduardo Bolsonaro. Em recente entrevista à Jovem Pan, em que pintou o cenário para o caso de vitória de Biden, o deputado Eduardo Bolsonaro, que preside a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, disse que não vê mudança na política externa brasileira, ainda que o democrata vença a eleição.