Logo depois que o ministro das Cidades, Bruno Araújo, entregou a carta de demissão, começou o movimento no gabinete do presidente Michel Temer. Eram presidentes de partidos e líderes em busca do novo desenho da equipe de governo. A primeira dúvida estava sanada por volta das 20hs. A reforma será ampla e não se restringirá à simples troca do ministro das Cidades. O presidente quer aproveitar a troca do deputado tucano por um nome do PP para substituir peças na Esplanada, em especial os candidatos. Temer querque permaneça o grupo que ficará até o final do mandato, em dezembro de 2018. Porém, isso não está definido e nem vale para todos no momento.
Na hipótese de fechar uma equipe para concluir o mandato, e não apenas garantir os votos para aprovar a reforma previdenciária, o presidente optará por um ministério sem aqueles que planejam concorrer a um mandato eletivo em 2018. Afinal, se incluir na equipe nomes interessados em um mandato eleivo, virá nova reforma em abril de 2018, prazo final para que candidatos deixem cargos executivos para concorrer às eleições.
O presidente não substituirá todos os ministros do PSDB, mas aproveitará a brecha para trocar quem não representa votos no plenário da Câmara. Um dos poucos que não deve ter mudança é o ministério dos Transportes, onde o PR tem o deputado Maurício Quintela,. Embora Quintela seja candidato em 2018, o PR está satisfeito com seu espaço no governo e faz parte daqueles que “não geram instabilidade”, conforme avaliação do Planalto.
A permanência de, pelo menos, um ministro com mandato deixará claro que o presidente não jogará todas as cartas agora. Afinal, ele precisará de algum espaço para acomodar senadores, quando chegar a hora de a reforma previdenciária ser votada no Senado. A reforma previdenciária é vista como prioridade máxima do governo e tudo será feito no sentido de levá-la adiante, seja troca de ministros, seja liberação de emendas. Até que essa reforma esteja aprovada, todo o poder pertencerá ao Parlamento.