Uma receita para combater a PEC da Blindagem

Publicado em Política

Políticos experientes e com grande faro para o que representa desgaste nas urnas recomendam que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), avoque para si a relatoria da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das Prerrogativas — ou da Blindagem __ e, numa canetada, mande o texto para a gaveta. O texto determina que a Câmara deve autorizar, por voto secreto, se um parlamentar pode ser indiciado ou não em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Otto ainda não disse se é isso que fará, mas foi incisivo ao criticar o texto, dizendo que precisa ser rejeitado no Senado, de forma a não retornar à Câmara.

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E por falar em Câmara…/ Relator da PEC da Anistia, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) não pretende beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. E também pretende retirar tudo o que se referir a novas condenações. Ou seja, o que vier pela frente, não estará no pacote.

 

Sai daí rapidinho…

Integrantes do PT que votaram a favor da PEC da Blindagem estavam de olho num acordo para aprovar o texto, em troca de não dar urgência ao projeto de anistia e ainda angariar simpatias às propostas governamentais em tramitação no Parlamento. Veio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma ordem no sentido inverso.

… e nem avisa

É grande a revolta do PP e de outros partidos do Centrão com o PT por causa do “não” à PEC da Blindagem.

A vida é feita de escolhas

Entre uma jogada de risco, com um não à PEC da Blindagem, e a garantia de clima bom com os partidos que podem dar os votos para aprovar suas propostas, o Palácio do Planalto optou por tentar recompor sua base e o clima no Parlamento.

A conferir

A aposta dos governistas é de que ninguém poderá dizer não à isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, o projeto mais importante para ser apreciado até o final do ano.

É pegar ou largar

O que se diz entre quatro paredes na política é que Bolsonaro terá que escolher: ou é prisão domiciliar ou nada. E por mais de 10 anos. Livre, leve e solto, está difícil negociar.

CURTIDAS

Festa no Planalto/ Enquanto os bolsonaristas comemoram a aprovação da urgência para a anistia, o Palácio do Planalto faz festa para celebrar o aniversário de 55 anos do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo (foto). Vários colegas da Esplanada fizeram questão de comparecer.

Aliás…/ De uns tempos para cá, os ministros palacianos parecem mais felizes e confiantes na perspectiva de sucesso na eleição de 2026. Já tem gente dizendo que, se a eleição fosse hoje, Lula seria reeleito.

… tem jogo…/ Da parte dos adversários, essa alegria palaciana é prematura, até porque não está configurado qualquer apoio a Lula num segundo turno. E a estratégia de vincular a anistia ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vem cedo demais. Daqui um ano, apostam muitos, a pauta será outra.

… e preocupação/ Entre os adversários de Lula, porém, conforme o leitor da coluna já sabe, há uma certa apreensão sobre o que fará Bolsonaro. Com todo o desgaste, ele ainda é o dono dos votos. O ex-presidente, a um passo de manter a prisão domiciliar por mais de 10 anos e permanecer inelegível, terá problemas em apoiar um nome de fora da família.