O deputado suspenso Eduardo Cunha (PMDB-RJ) passou a trabalhar esta semana no sentido de manter o foro privilegiado. Isso significa que não descarta mais a ideia de renunciar à Presidência da Câmara, na hipótese de o Conselho de Ética ou o plenário da Casa optarem por suspendê-lo por seis meses. Para quem já está suspenso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sem data de retorno, essa perspectiva de renúncia passou a ganhar fôlego. Falta o apoio dos partidos de oposição e do PT.
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Em tempo: por mais que os partidos da oposição tradicional, hoje governo (DEM, PSDB, PSB e PPS), desejem eleger um novo presidente para a Câmara, nenhum deles aceita abertamente um acordo com Cunha. Se o deputado afastado conseguir algum alívio, será com um pedaço do PMDB e o chamado “centrão”, ou seja, o grupo de partidos que, aos poucos, migrou do apoio a Dilma para Michel Temer.
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Cunha, entretanto, só levará qualquer projeto de renúncia avante, se sentir firmeza na sua sobrevivência. Caso contrário, vai continuar manobrando e pressionando. O deputado Marcos Rogério, relator, que o diga. Seus amigos ontem estavam para lá de preocupados, com receio de um relatório que fosse apenas pela suspensão de Cunha.
Tensão total
Cresce a temperatura no Senado com a delação do filho do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Nos bastidores, há quem diga que parte das denúncias não passa de gente ligada ao PT querendo desestabilizar o atual governo. O receio é que um grupo passe a atacar o outro de forma a comprometer o clima para as votações das medidas econômicas.
Aloysio, o moderador
No papel de líder do governo no Senado, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), terá a missão de funcionar como uma espécie de ponte entre o PMDB e os demais partidos. A ideia é buscar serenidade para aprovar as medidas econômicas, apesar da tensão provocada pela Lava-Jato na cúpula do PMDB, leia-se Renan Calheiros.
Se depender dele…
Lá se vão dois meses da entrega das 10 medidas de combate à corrupção à Presidência da Câmara dos Deputados, à época a cargo de Eduardo Cunha. Até hoje, a comissão especial sequer foi instalada. O presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, deputado Mendes Thame (PV-SP), foi cobrar do atual comandante da Casa, Waldir Maranhão, que fez ouvidos de mercador.
…Parece que não sai
Enroscado em denúncias, Maranhão não tem interesse em fazer o projeto subscrito por Thame caminhar rapidamente. Vale lembrar que a proposta chegou ao parlamento com apoio dos procuradores da Lava-Jato e com a assinatura de 2 milhões de brasileiros.
Elas e ele/ Em protesto por causa do estupro coletivo no Rio de Janeiro, a bancada feminina entrou no plenário da Câmara no momento em que o deputado Jair Bolsonaro discursava. Justo ele, que, certa vez, agrediu a deputada Maria do Rosário (PT-RS). As mulheres saíram de fininho e só retornaram depois que Bolsonaro deixou a tribuna.
Elas e ela/ A senadora Simone Tebet (foto), do PMDB-MS, participou de parte da manifestação, mas, quando percebeu que integrantes do grupo tentavam transformar um movimento suprapartidário em defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, ela e outras peemedebistas saíram discretamente. Não dá para misturar alhos com bugalhos.
Cidadania digital em debate I/ A proteção de dados pessoais e os limites do consentimento na era digital serão temas abordados hoje, a partir das 19h, no V Colóquio de Direito e Tecnologia. Promovido pelo Centro de Direito, Internet e Sociedade (CDIS) do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), o encontro discutirá O marco normativo para a cidadania digital: proteção de dados e marco civil da internet.
Cidadania digital em debate II/ O encontro, no foyer do IDP, contará com a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros, como Indra Spiecker, da Universidade de Frankfurt. A moderação está a cargo de Laura Schertel Mendes, professora da Escola de Direito de Brasília (EDB/IDP) e diretora do Centro de Direito, Internet e Sociedade (CEDIS/IDP). Inscrições pelo site portaleventos.idp.edu.br. Mais informações pelo telefone 3535-6565.