O governo passou a última semana buscando saídas para afastar o delegado Maurício Moscardi da coordenação da Carne Fraca e da Lava-Jato. O problema, entretanto, é que as duas investigações atingem a classe política, em especial, autoridades do próprio governo. Portanto, qualquer movimento pode parecer provocação. Sorte de Moscardi, o delegado que já falou que a “PF havia perdido o timing para prender Lula” e desmobilizou toda a equipe inicial da força-tarefa da Lava-Jato. Há quem diga que, enquanto Osmar Serraglio estiver no governo e as autoridades não souberem exatamente o que Moscardi tem na manga, o delegado também vai ficando.
Alien versus predador
Assim os políticos classificam a disputa entre os delegados da Polícia Federal e os procuradores em torno da prerrogativa de investigação de crimes de corrupção. Há, inclusive, quem cogite aproveitar essa disputa para tentar jogar um contra o outro e promover uma divisão na Lava-Jato, de forma a colocar a operação em banho-maria.
Cunha, Cleto e os Batistas
A aposta do mercado é a de que a JBS, abalroada pela Operação Carne Fraca, vai colocar novamente Fábio Cleto e Eduardo Cunha frente a frente com os investigadores. Isso porque a CEF foi uma das principais financiadoras do grupo JBS quando da compra da Alpargatas e do pagamento de debêntures para o BNDESpar, de forma a não deixar o banco de fomento com a maior parte do capital da empresa.
Ministros de resultados
Quem teve a curiosidade de perguntar a amigos de Michel Temer como estava a situação dos ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e de Wellington Moreira Franco, da Secretaria de Governo, ouviu o seguinte: “Eles só não podem aparecer muito, mas funcionam muito bem”. Os bons resultados do governo nas votações tiveram todo o empenho de Padilha. E o sucesso das concessões foram obra de Moreira Franco.
Para bons entendedores…
Com Lula em alta no Nordeste, a fala do presidente Fernando Henrique Cardoso que menciona Geraldo Alckmin como o mais posicionado para concorrer à Presidência da República em 2018 ganhou visibilidade. A leitura de alguns tucanos é a de que FHC está dando recado direto ao presidente do partido, Aécio Neves, para que o senador por Minas Gerais comece a cogitar a hipótese de não concorrer ao Planalto no ano que vem.
Onde mora o perigo
Em suas rodas de conversa na sala de café, os senadores são quase unânimes em debitar na conta dos deputados todas as tentativas fracassadas de votar uma proposta de reforma política. Um deles dizia: “Mandamos uma proposta inteira para a Câmara e voltou só a janela (para troca de partido)”.
Reformas/ Reservadíssima, a primeira-dama do Senado, Mônica Paes de Andrade Oliveira, resolveu colocar tapumes em toda a área verde e ainda mandou reformar a piscina. Os fotógrafos estão irados. Não com a troca dos azulejos da piscina, mas com o fim das fotos de quem sai e entra na casa.
Memórias do cárcere/ Só agora, aqueles que passaram uma temporada em Curitiba começam a falar sobre o assunto. O lobista Fernando Baiano, metódico e obcecado por limpeza, não esquece o dia em que Nestor Cerveró passou mal e a sujeira terminou respingando em seus objetos pessoais, livros e roupas. Foi, na visão dos amigos dele, o pior dia na cadeia.
Governo de resultado/ Quanto ao volume de votos registrado para aprovar a reforma da Previdência, os governistas não consideram tão grave. O que interessa é o resultado. “Agora, lá se foram as classificatórias. Falta o mata-mata, a reforma da Previdência”, afirma um amigo de Temer.
Enquanto isso, nas redes sociais…/ A mensagem que o presidente do PT, Rui Falcão (foto), colocou no Facebook, em janeiro, convidando as pessoas a se filiarem ao partido viralizou nas redes, por causa dos comentários. Olha só: “Com a carteirinha, tenho direito a cela especial?”, “Não sei se meus crimes estão à altura do PT. Já colei em prova, peguei brigadeiro antes dos parabéns e apertei todos os botões do elevador. Serve ou é preciso algo mais relevante?” ou “Se filiando ao PT, quanto tempo leva para a PF me acordar aqui em casa? É que eu gosto de dormir até mais tarde (…)”.