A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União têm encontro marcado nesta terça-feira com a presidente do STF, Carmen Lúcia, a fim de convencê-la a enviar ao Congresso um novo projeto para elevar ao nível superior 85 mil técnicos judiciários de nível médio. A Fenajufe alega que isso não terá impacto financeiro, porque é apenas para elevar a escolaridade de ingresso na categoria. Porém, as contas de analistas judiciários indicam que não é bem assim. Agora, querem participar da audiência para expor seus cálculos.
Estudos feitos pela Associação e pelo Sindicato Nacional dos Analistas do Poder Judiciário e do Ministério Público da União (Anajus e Sinajus) mostram que a legislação obriga o aumento de remuneração de acordo com o nível de escolaridade. Calculam que o impacto financeiro mensal seria de pelo menos R$ 347.265.650,00. Ou R$ 4,5 bilhões por ano, o que daria para construir 30 mil casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida.
“A conta ainda pode ser maior, uma vez que se provoca um efeito cascata nos estados e prefeituras. Quem quiser mudar de patamar, que preste concurso”, diz o presidente da Associação dos Analistas Judiciários (Anajus), Daniel Amorim. Faz sentido.
A volta de Marcelo
Tempo não vai faltar. A partir desta terça-feira, quando começará a cumprir dois anos e meio de prisão domiciliar, o empreiteiro Marcelo Odebrecht vai se dedicar a juntar documentos para reforçar as denúncias que fez contra políticos. Esse é o plano para a rotina de trabalho no tempo em que não estiver na companhia da mulher e das filhas.
Semana do perigo
A Câmara dos Deputados planeja sessão de votação de medida provisória para esta segunda-feira, quando os deputados ainda virão a Brasília em busca dos recursos liberados na última sexta-feira pelo Tesouro para os ministérios. Todo o cuidado é pouco. É a hora daqueles projetos que saem aprovados e, depois, ninguém assume autoria.
Ou uma coisa, ou outra
Quem conhece a lógica congressual avisa aos técnicos do Judiciário: a pressão para mudar de nível médio para superior nessa hora de reforma da Previdência não terá muito espaço. Sabe como é: ou as categorias negociam alguma mudança na reforma previdenciária ou insistem nesses artifícios, para beneficiar quem fez concurso para um determinado nível e agora deseja pular para outro.
CURTIDAS
Mal na fita/ Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte com o instituto Consult pediu ao entrevistado que definisse política/ políticos. “Quadrilha, bando de ladrões, bandidos” foram campeãs de citações com 37, 18%.
Por falar em bandidos…/ Nem o espírito natalino fez com que os cariocas aceitassem o pedido de perdão do ex-governador Sérgio Cabral. Afinal, ninguém acreditou nessa história de que o dinheiro era todo de caixa dois de campanha. Quem está com o salário atrasado acha que era roubo mesmo.
Todos querem São Paulo/ Semana passada, foi Álvaro Dias, do Podemos. Hoje é Ciro Gomes, que estará por lá. São os pré-candidatos a presidente da República tentando surfar no desgaste do PSDB, em busca de uma lasquinha dos votos que Aécio Neves obteve em 2014.
É por aí/ Os adversários de Jair Bolsonaro (foto) têm um mote para tentar desidratar as intenções de voto do deputado nas pesquisas para presidente da República. É mais ou menos assim: se fosse competente, teria chegado a coronel ou general. Saiu como capitão.