Coluna Brasília-DF publicada no sábado, 16 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito — Muita gente colocará o iminente julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como o grande ponto de atrito entre o Legislativo e o Judiciário. Porém, não é esse o principal tema de tensão entres os Poderes. Acima disso, está o fato de o Supremo Tribunal Federal julgar os deputados, ou seja… o foro privilegiado. A avaliação de muitos é de que, enquanto o STF julgar os deputados e senadores, a percepção de interferência de um Poder sobre o outro permanecerá. E a única forma de dissipar a tensão é tirando dos ministros da Corte essa prerrogativa e deixando todos no rol da Justiça comum. Esse será o mote que os deputados pretendem usar para pressionar pelo fim do foro.
Ainda que o fim do foro não esteja na pauta da Câmara, muitos deputados acreditam que, se uma proposta desse tipo for aprovada, que o PL reduzirá a pressão por outros pontos da agenda contra o STF. Há quem diga que é melhor acabar com o foro do que promover impeachments de ministros da Suprema Corte, por exemplo.
Na casa de Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a preparar viagem para a abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro. O tom será de defesa da soberania das nações e do respeito às decisões judiciais de cada país. Obviamente que, praticamente às vésperas da COP30, as mudanças climáticas e a economia verde serão pontos
centrais do discurso.
Demorou
Nos bastidores, o que se diz é que vem tarde a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de enviar o pedido de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao Conselho de Ética. A avaliação de parlamentares e especialistas é de que essa decisão deveria ter sido tomada logo no começo das sanções dos Estados Unidos ao Brasil.
Restou Flávio
O nome mais forte dos bolsonaristas para concorrer ao Planalto, no ano que vem, é o do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A família do ex-presidente não quer ouvir falar em Tarcísio de Freitas, o atual governador de São Paulo.
Hora da mudança
Ainda que o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, tenha dito que só definirá seu futuro político no ano que vem, o PP aguarda a filiação dele ainda em 2025, no mais tardar em outubro. A ideia é começar a trabalhar logo a campanha de Riedel à reeleição. Aliás, não só a de Riedel, mas também a da senadora Margarete Buzetti (PSD-MT).
Onipotente/ Ainda que o processo de cassação de Eduardo Bolsonaro tenha aterrissado no Conselho de Ética, o deputado é visto pelos bolsonaristas como o “herói” e o principal interlocutor com o governo dos EUA. Ao ponto, inclusive, de se reunir com o secretario do Tesouro, Scott Bessent, no mesmo dia em que Bessent deveria ter uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o governo norte-americano desmarcou.
O legado de Mandetta/ Faça chuva, faça sol, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está sempre com o jaleco de trabalho. Aliás, o primeiro a lançar a moda do uniforme de trabalho na Saúde foi Luiz Henrique Mandetta (foto), que sempre usava o colete do SUS.
Em busca de exemplos/ Uma comitiva de parlamentares que fazem parte do Conselho Consultivo da Frente Parlamentar Mista da Educação embarcou, ontem, para Singapura, em missão oficial. O objetivo da delegação de deputados e senadores é aprender com o sistema educacional do país asiático, considerado referência no mundo. Com isso, os congressistas pretendem coletar subsídios para a formulação e aperfeiçoamento do Plano Nacional de Educação (PNE).
Jornalismo/ Maíra Moraes, diretora-presidente da MultiRio, empresa pública do Município do Rio de Janeiro, será uma das palestrantes do Festival de Jornalismo do Prêmio Engenho, 19 e 20 de agosto, no Auditório do Sistema CNA-Senar, em Brasília. A jornalista Kátia Cubel é a criadora do prêmio e do festival, cujas atividades são gratuitas e voltadas para alunos de comunicação. Maíra falará no segundo dia.

