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Coluna Brasília-DF
O ex-presidente Lula aproveita a campanha municipal para, em causa própria, tentar buscar apoios para o PT. A ordem agora é manter distância da candidatura de Jilmar Tatto a prefeito de São Paulo. Não quer ser sócio da derrota de Tatto e trabalha na linha de aglutinar simpatias para si mesmo rumo a 2022. Por essas e outras, o ex-presidente tem elogiado Guilherme Boulos, Ciro Gomes e não abre mão de aproveitar essas eleições para lançar a campanha em prol da anulação da sentença que o condenou à prisão e a ficar fora da corrida eleitoral.
A cúpula petista tem obrigado os integrantes do partido que concorrem nas capitais a dedicarem parte da campanha à defesa do ex-presidente. Só tem um probleminha: muitos estão mais interessados em cuidar dos assuntos municipais e da própria sobrevivência política do que dos problemas de Lula. Há quem diga que o clima no partido está tão tenso quanto no período do mensalão/petrolão.
A sobrevivência vai falar mais alto
Dedicado à escolha de um ministro para o lugar de Celso de Mello, que se aposenta em breve, o presidente Jair Bolsonaro está de olho em quem vote em seu favor. E de todos os nomes até aqui listados, garante que só tem um que “matará no peito” qualquer processo: o do secretário-geral da Presidência da República, Jorge Oliveira.
Melhor de três
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) avisou a alguns apoiadores que só será candidata a presidente do Senado se for escolhida pela bancada de seu partido. Quer assim ficar em paz e, se for o caso, obter a liderança do partido na Casa. Além dela, concorrem o atual líder, Eduardo Braga, e o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO).
Muda Senado na espreita…
O grupamento Muda Senado, que no passado apoiou Simone Tebet — e ela terminou retirando a candidatura — vai insistir no voto aberto como forma de tentar evitar a reeleição de Davi Alcolumbre, no caso de o presidente da Casa garantir o direito de concorrer a mais um mandato.
… e nas negociações
Os senadores trabalham ainda a perspectiva de oferecer apoio a quem decidir desengavetar os pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. Só tem um probleminha: do portifólio de pré-candidatos, ninguém pensa em tomar essa atitude, porque só serviria para provocar marola no ambiente político.
Ele tem a força…/ As críticas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por parte de adversário do governo e ONGs só têm reforçado a posição de Salles no governo, a ponto de ele participar da live presidencial da última quinta-feira.
… E a caneta/ Até aqui, o vice-presidente, Hamilton Mourão, tem emprestado a sua imagem e voz à causa ambiental, mas quem tem o poder da tomada de decisões e assina os atos é o ministro da “boiada”, expressão que o próprio Salles usou na reunião para se referir à necessidade de aproveitar a pandemia para destravar o que fosse possível, via decreto, em todas as áreas do governo.
Hora das contas/ Até aqui, o governo não conseguiu fechar os votos nem recursos para o projeto de renda básica que pretende encaminhar ao Congresso. Será o maior teste do presidente Jair Bolsonaro.
Enquanto isso, na Saúde/ Além do livro do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta sobre seu período no Ministério da Saúde, o então secretário de comunicação social do Ministério, Ugo Braga, lança no mês que vem Guerra à Saúde — Como o Palácio do Planalto transformou o Ministério da Saúde em inimigo público em meio à maior pandemia do século XXI. O e-book estará disponível a partir de 23 de outubro, e o livro físico chega às livrarias em 10 de novembro.
Coluna Brasília-DF
A eleição paulistana, dizem os políticos, costumava, no passado, servir de parâmetro para a disputa presidencial seguinte. E, a contar pelo que se desenha no cenário da maior cidade do país, a antiga polarização entre o PT e quem estiver melhor na ala direita está próxima do fim.
Jilmar Tatto lançou a campanha em total isolamento político e, dos petistas e aliados que costumavam alavancar candidaturas, sobrou muito pouco. O PSB está fora da órbita petista há tempos, o PCdoB segue em voo solo e o PSol tem a torcida de artistas e intelectuais que, no passado, ajudaram o partido de Lula.
A largada da campanha de Tatto apresentou a “educação destruída”, “recorde de desmatamento”, “saúde sem comando em plena pandemia”, “famílias voltando à pobreza”, “viramos preocupação para mundo” e “um presidente despreparado”. As citações foram seguidas do elenco de realizações do partido nos governos de Lula, e, na capital paulista, de Marta Suplicy (hoje apoiadora de Bruno Covas, do PSDB) e Fernando Haddad.
O slogan “Quem defende você é o PT” tem o objetivo de tentar recolocar o partido já nesta campanha municipal, de volta ao posto de líder da esquerda para 2022. Hoje, Lula e até o presidente Jair Bolsonaro torcem por isso. Falta combinar com o eleitor.
Em causa própria I
A escolha do futuro procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro a ser feita pelo governador em exercício, Claudio Castro, ganha a cada dia novos contornos. E vai muito além das apurações que atiram o senador Flávio Bolsonaro no esquema das rachadinhas, desvio de dinheiro dos servidores de gabinetes da Assembleia Legislativa do estado.
Em causa própria II
A contar pelas entrevistas dos promotores sobre a operação que levou Cristiane Brasil para a cadeia, o governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, ficou fora da lista de atingidos pela operação, porque não é atribuição deles investigar o titular do Palácio Guanabara. A tarefa cabe ao procurador-geral de Justiça.
A lista mais disputada
No Rio de Janeiro, a legislação obriga a escolha de um dos nomes da lista tríplice indicada pelos próprios procuradores. Nunca uma campanha para procurador-geral de Justiça do Rio foi tão movimentada e monitorada como esta de 2020.
Maia joga por Alcolumbre
Se o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, conseguir aprovar a emenda constitucional que garante a própria reeleição, Rodrigo Maia tentará votar a proposta assinando o compromisso formal de que não será candidato. É a forma do DEM tentar salvar, pelo menos, o comando de uma das Casas.
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Não use o nome, mas…/ A candidatura do deputado Luiz Lima (PSL) a prefeito do Rio de Janeiro é onde a família Bolsonaro pretende se apegar, caso o prefeito Marcelo Crivella não consiga chegar ao segundo turno. Bolsonarista de carteirinha, o deputado não poderá usar imagens e nome dos filhos do presidente, que estão filiados ao Republicanos de Crivella.
Palavra de especialista/ O economista Marcos Mendes, do Insper, considera que o presidente Jair Bolsonaro erra ao não permitir a junção do abono salarial, do seguro-defeso e do salário-família para encorpar os valores do novo Renda Brasil. “Política pública tem que ser feita com evidência quantitativa abrangente e não com impressões colhidas nas conversas de fim de semana”, escreveu em artigo publicado na Folha de S.Paulo.
E o arroz, hein?/ A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, divulgou um vídeo do tempo em que Lula era presidente no qual o petista fala que o preço do pacote de 5kg de arroz havia caído de R$ 13 para R$ 5,90.
Sósias/ Os seguranças do Palácio do Planalto estão passando por um problema por causa das máscaras de proteção de, pelo menos, duas autoridades. É que, usando o acessório, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, fica idêntico ao ex-ministro Osmar Terra, habitué do gabinete presidencial. Quando chegam pela garagem, é aquele constrangimento. A turma da segurança só consegue diferenciar um do outro pelo carro.



