Bolsonaro manterá distância de Lira após notícia sobre “rachadinha”

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Diante das notícias que envolvem o deputado Arthur Lira (PP-AL) em rachadinhas (desvio de salários de servidores), na Assembleia estadual de Alagoas, o mínimo que os pepistas vão cobrar do governo é o benefício da dúvida que é dado ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente jair Bolsonaro.

Aliados de Lira dizem que o deputado já andou muito em sua pré-campanha para recuar agora, quando começa o jogo. Se desistir, sairá com cara de derrotado e condenado. A tendência de Bolsonaro, porém, é manter uma distância regulamentar.

Afinal, se Lira perder musculatura por causa das denúncias, o presidente sempre poderá dizer que não se envolveu diretamente na eleição congressual. No entorno dele, há quem diga que, desde que Rodrigo Maia (DEM-RJ) não saia vitorioso, está tudo certo para o governo. Se, no caso de Flávio, que é filho, Bolsonaro tenta manter uma certa distância, imagine com Lira, com quem apenas tem uma relação política.

Um nó para o Planalto

Há quem diga que o governo entrou cedo demais na candidatura de Lira a presidente da Câmara. Assim, se o DEM sacar mesmo a candidatura de Fernando Coelho Filho (PE), Bolsonaro estará numa saia justa. Fernando é filho do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e já foi ministro de Minas e Energia no governo Michel Temer.

Olha o nível

A forma como os deputados estão conduzindo a disputa para presidente da Câmara indica que será na linha do voto para derrotar o candidato A ou B, ou seus respectivos padrinhos, e não voto em favor de B ou A.

Vacina, o embate da hora

Bolsonaro e João Doria vão entrar no ano pré-eleitoral de 2021 numa guerra em torno da vacina contra covid-19, e as apostas são as de que os dois correm o risco de perder. O presidente, por causa da resistência ao imunizante. O governador, devido aos anúncios de vacinação em massa que ainda não está assegurada do ponto de vista técnico-científico.

Por falar em vacina…

A aprovação dos R$ 2 bilhões para vacinas contra a covid-19 no Congresso deixa deputados e senadores prontos para chamar o governo de incompetente, se a vacinação não funcionar a contento. Afinal, não vai poder dizer que foi por falta de autorização do Parlamento.

“Deputérica” é a &#@*?/ Se a sessão fosse presencial, com casa cheia, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) não conseguiria deixar o plenário da Câmara, ontem, depois de chamar as deputadas de “histéricas” e se vangloriar de criar o neologismo “deputéricas”. Algumas esperaram Nunes na saída do plenário, pois não sabiam que o discurso tinha sido feito por videoconferência.

Por falar em videoconferência…/ A última das excelências é fazer o pronunciamento de dentro do carro. Capitão Wagner (Pros-CE), por exemplo, parou o veículo num acostamento, na hora em que chegou a vez de falar. Um jovem, no banco de trás do carro, tratou de se esconder quando percebeu que aparecia no vídeo.

Etanol, a nova fronteira I/ Com o ESG (sigla em inglês para meio-ambiente, inclusão social e governança) cada vez mais forte no mundo, o etanol surge como uma saída mais prática para a questão energética no país, muito mais do que os carros elétricos europeus.

Etanol, a nova fronteira II/ “Na Europa, os carros elétricos pretendem levar a uma emissão de 62 gramas de CO2 por quilômetro rodado, enquanto o etanol está abaixo de 60 gramas, com 56 por quilômetro rodado” diz Evandro Guzzi, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), que hoje estará no CB.Agro, 13h15, na TV Brasília e nas redes sociais do Correio.

O caso “rachadinha” de Silas Câmara no STF é teste para Flávio Bolsonaro

STF
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Enquanto a maioria dos deputados estava dedicada às eleições municipais, coube ao novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Kassio Nunes Marques, jogar para escanteio um processo de “rachadinha” contra o coordenador da bancada evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).

O caso é visto com muita preocupação por uma parcela expressiva dos parlamentares, em especial por causa do senador Flávio Bolsonaro (RJ), do mesmo partido de Silas e suspeito de desvio de salário de servidores quando era deputado estadual.

Para quem não acompanhou o julgamento no STF, Nunes Marques pediu vistas e tirou o processo do plenário virtual, aquele em que os ministros vão colocando seus votos, para que o julgamento ocorra em sessão plenária, seja presencial ou por videoconferência.

Vale lembrar que o relator, Luiz Roberto Barroso, e o ministro Edson Fachin votaram pela condenação de Silas, por desvio de recursos de salários de servidores de gabinete, a cumprimento de pena cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto, além de multa de R$ 110 mil e devolução de R$ 248 mil. Se o caso servir de jurisprudência, pode demorar, mas outros correm o risco de seguir pelo mesmo caminho.

PSB chega dividido

O PSB vai desembarcar em Brasília dividido para tratar da sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara. Uma parte deseja formação de bloco com os partidos de esquerda.

Outra, conforme adiantou a coluna no fim de semana, defenderá o apoio a Arthur Lira (PP-AL). Gratidão, informam os aliados de JHC, prefeito eleito de Maceió, é o maior dos sentimentos. Arthur foi muito importante para a vitória na
capital alagoana.

Coerente com o discurso

A intenção do governo de não prorrogar o auxílio emergencial tem sintonia com o desejo do governo. A ideia é de que as pessoas precisam seguir em frente, ainda que o vírus
esteja por aí.

Incoerente com a política

Até aqui, porém, os políticos aliados ao governo pressionam para que o presidente Jair Bolsonaro tente, ao menos, encontrar um meio termo. Querem uma forma de não deixar os eleitores que recebem esse auxílio suscetíveis ao discurso da oposição. Já basta a conta de luz mais cara.

A vida é feita de escolhas

O presidente, porém, não tem muita saída diante da falta de recursos. A não votação do Orçamento dará um alívio no início de 2021, uma vez que não terá ainda emendas parlamentares. Mas é só. Com falta de recursos, pressão inflacionária e o desemprego alto, o governo não pode arriscar piorar ainda mais as contas públicas.

Falha geral

O assalto que levou pânico a Criciúma (SC), a maior cidade do Sul de Santa Catarina, acendeu o pisca-alerta das forças de segurança no país. Faltou inteligência para prevenir esse tipo de crime, o segundo com as características de bandidos fortemente armados, e com tiroteios em vários pontos de uma mesma cidade. O primeiro foi em Ourinhos (SP).

Professor Paes I/ Prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes promete se tornar um coordenador informal do grupo nas capitais. Ontem, por exemplo, falou com o prefeito eleito de Maceió, JHC, a quem dará alguns conselhos.

Professor Paes II/ Paes é considerado um construtor de pontes políticas e, da mesma forma que procurou Bolsonaro, vai contatar os novos prefeitos.

É LDO e recesso/ O anúncio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias está pautada para 16 de dezembro, no plenário do Congresso, foi visto como uma senha de que o parlamento entre em recesso dia 18.

Briga até nisso/ O recesso é defendido pelos aliados de Arthur Lira, que não querem dar palanque para Rodrigo Maia em janeiro. A turma de Maia, porém, prefere o plenário funcionando em janeiro. A maior parte do tempo, porém, será dedicado aos acordos de bastidores. Afinal, com eleição do comando da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2021, e posse de prefeitos na virada do ano, a política continuarfá a pleno vapor.