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Independentemente de quem vença a eleição, no dia 30, haverá um freio de arrumação no quesito emendas de relator. A contar pelas declarações do vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL), Walter Braga Netto, à Rede Vida de Televisão, será preciso aprimorar essas emendas, de forma a dar mais transparência e direcionar os valores para áreas do governo que atendam diretamente a população. Quanto a Geraldo Alckmin, vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele diz que uma das ideias é aproveitar esses recursos para ampliar o atendimento à educação, especialmente na primeira infância. Como fará isso? Na conversa. Pelo visto, ambos vão precisar de muito gogó para convencer Arthur Lira e cia. a abrir mão de poder.
Quem for eleito, não deixará esse tema para 2023. É que diante de tantos desafios e do orçamento a cada dia mais estreito, a ideia é aproveitar a força das urnas ainda este ano para garantir os recursos aos projetos prioritários.
O recado de Lira
A menos de duas semanas da eleição, não é mera casualidade a aprovação da urgência para o projeto que pune institutos de pesquisas eleitorais com resultados muito distantes da própria margem de erro. Deputados dizem que mensagem mais clara, impossível: quem errar nesta reta final, que arque com as consequências. Só tem um probleminha: não há retroatividade da lei. Portanto, vai tudo parar na Justiça.
Novos ministérios
Até aqui, Lula surge como quem mais tem prometido criar ministérios a partir de 2023, caso seja eleito. Mas o número de pastas vai aumentar quem quer seja eleito. Pelo menos mais dois já estão no forno, prontos para serem criados em caso de reeleição de Bolsonaro: o da Segurança Pública e o da Indústria e Comércio.
É dele
O Ministério da Segurança Pública é defendido diuturnamente por Braga Netto. Afinal, ele foi interventor na segurança do Rio de Janeiro e sabe do que está falando quando defende uma pasta com foco específico neste tema.
O foco de Geraldo
Depois do evento com Lula em Porto Alegre, hoje, Alckmin continuará no Sul para se reunir com o empresariado. A aposta é de que o ex-tucano pode ajudar a tirar a diferença por lá, compensando os votos que não conseguiu levar em São Paulo.
O objetivo de Moro/ O senador eleito Sergio Moro tem entre seus projetos no Congresso a montagem de uma bancada e, quem sabe, uma base rumo ao Planalto em 2026. Afinal, Bolsonaro, se reeleito, não pode concorrer daqui a quatro anos e, até aqui, o bolsonarismo não tem ninguém com votos suficientes para decolar.
Por falar em bancada…/ Moro já parte com dois. A mulher, Rosângela, e Deltan Dallagnol, o procurador da Lava-Jato.
Tem fila/ Moro, porém, não é o nome visto com mais carinho por aliados de Bolsonaro. A depender da votação do presidente em Minas Gerais, a pole position nessa corrida será do governador reeleito Romeu Zema (Novo).
Está desse jeito/ Dia desses, numa churrascaria no Tatuapé, bairro paulistano de classe média, um grupo de amigos foi expulso por causa de briga entre bolsonaristas e petistas. Essa turma toma um banho de civilidade até dia 30 ou a abstenção será por causa de eleitores hospitalizados.
Baixaria toma conta das campanhas dos candidatos ao Planalto
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
Faltam pouco mais de duas semanas para os brasileiros darem o voto definitivo à disputa presidencial. Pela importância do momento, crucial para definir os rumos do país pelos próximos anos – quiçá décadas —, era de se esperar que as campanhas dessem prioridade a temas relevantes, como geração de empregos, socorro à educação ou saídas para a crise fiscal.
O que se vê, no entanto, é a baixeza tomar conta das discussões políticas. A fim de conquistar o voto do eleitor, estrategistas de campanha e correligionários eleitos fazem uso massivo de golpes baixos. Acusações de satanismo e canibalismo; “luta espiritual” do bem contra o mal; vídeos e posts sobre a suposta orientação sexual de figuras públicas; reiterados ataques à imprensa. É extenso o repertório do submundo da política, coberto por um falso verniz de moralidade.
Eleições deveriam ser um instrumento para se buscar a evolução da democracia. A julgar o nível degradante do debate eleitoral, restará pouco a se celebrar no próximo dia 30, independentemente de quem sair vencedor das urnas.
Pugilato verbal
Deputados federais entre os mais votados do país, Nikolas Ferreira (PL-MG) e Guilherme Boulos (PSol-SP) protagonizaram um pugilato verbal em debate promovido pela CNN. Enquanto Nikolas chamou o parlamentar progressista e eleitor de Lula de “sem-teto com jatinho”, Boulos qualificou o bolsonarista de “cabeça oca”, com um “cérebro sem função social”.
Prévia
Tudo indica que o primeiro debate entre Lula e Bolsonaro neste segundo turno, transmitido pela Rede Bandeirantes no próximo domingo, manterá a toada da semana. O eleitor indeciso ou propenso a mudar de voto terá uma tarefa árdua. Dificilmente será possível extrair propostas para se decidir nas urnas.
Ruim, mas eu quero
Partidos que defendem punição aos institutos de pesquisa, com penas que chegam até 10 anos de prisão para os responsáveis, gastaram R$ 13,5 milhões por sondagens para entender o comportamento do eleitor durante a campanha deste ano Recursos do fundo eleitoral foram utilizados por PL, PP, União Brasil, PSC e Podemos. O levantamento considera gastos de partidos e candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Repúdio
A Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Ajufesp), repudiou ontem, em nota, as propostas de aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal e de mudar a organização do Conselho Nacional de Justiça. Para a Ajufesp, o movimento tem o propósito de “colocar um freio na atuação do Poder Judiciário e formar uma Suprema Corte mais alinhada com o governo”. E ressalta que o “Judiciário livre e independente é a base da democracia”.
Dinheiro vivo
Na terça-feira, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam um homem que transportava R$ 2,5 milhões em espécie a bordo de um carro de passeio, com placa de Brasília. A apreensão ocorreu na rodovia Belém-Brasília, perto de Ulianópolis (PA). O homem foi detido por suspeita de lavagem de dinheiro, mas petistas suspeitam de compra de votos.
Partidos monitoram, nos estados, eleição para deputados federais
Os partidos começam a prestar mais atenção na eleição para deputado federal, tanto no Ceará quanto no Maranhão, onde concorrem, respectivamente, o ex-senador Eunício Oliveira e a ex-governadora Roseana Sarney, ambos do MDB. É que tanto Roseana quanto Eunício são vistos no partido como dois nomes que têm tudo para conseguir uma vaga no Parlamento e surgirem como potenciais adversários de Arthur Lira, o atual presidente que busca a reeleição para a Câmara de olho no comando da Casa por mais dois anos.
Alguns petistas dizem em conversas reservadas que, caso Lula seja eleito presidente, será preciso ceder a Câmara para algum aliado. No PP, os petistas têm Aguinaldo Ribeiro (PB), mas o MDB lulista “é mais parceiro” e, no partido, Roseana teria a preferência. A musa do impeachment de Fernando Collor, em 1992, e filha do ex-presidente José Sarney, que acompanhou Lula até São Paulo, quando o ex-presidente passou a faixa presidencial em 1º de janeiro de 2011, será um nome forte da articulação política para 2023. Aliás, seja quem for o futuro presidente da República, a ex-governadora é um nome a ser acompanhado de perto.
O que eles pensam
Presidentes de partido começam a avaliar que o melhor dos mundos será mesmo um segundo turno. É que, se o PT de Lula levar no primeiro, a tendência é o partido considerar que pode prescindir de muitos apoios para governar.
O histórico preocupa
Lula não é Dilma, está longe disso, entende a política. Mas ninguém tira da cabeça que, em 2014, quando a então presidente foi reeleita, seu primeiro discurso e atitudes desconsideraram a divisão do eleitorado, à época entre PT e PSDB. Essa divisão continua, só mudaram os atores.
Imagem é tudo
A viagem de Jair Bolsonaro ao funeral da Rainha Elizabeth II vem sendo criticada pelos adversários com referências à ausência do presidente em cerimônias fúnebres de brasileiros vítimas da covid no auge da pandemia. Aliados do presidente, porém, consideram que o que vale nesta passagem por Londres é a presença entre os maiores líderes mundiais e a foto com o Rei Charles III. O resto será narrativa de um lado e de outro.
Estratégias
Candidato ao governo de São Paulo e já vendo o governador-candidato Rodrigo Garcia se aproximando na pesquisa do Datafolha, Tarcísio de Freitas (Republicanos) continuará com sua campanha colada no presidente Jair Bolsonaro. Rodrigo, porém, não faz o mesmo em relação a Simone Tebet (MDB). É que, para ultrapassar Tarcísio, Rodrigo precisará de votos de eleitores que tendem a optar por Bolsonaro.
Ela conquistou os policiais/ Quem mais empolgou os delegados da Polícia Federal foi Vera Lúcia, a candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela não só defendeu a autonomia administrativa e financeira da corporação como disse, também, que o diretor-geral deve ser escolhido por eleição direta entre os delegados. Só tem um probleminha: a candidata é praticamente traço nas pesquisas.
Às ruas!/ Os petistas do Distrito Federal tomaram espaços públicos da cidade ontem. O partido apostará no empenho dos militantes para tentar mostrar força no “Quadradinho”, onde Jair Bolsonaro lidera.
Duas semanas de tensão/ Quem faz pesquisa qualitativa tem observado um movimento muito maior no eleitorado do que aquele captado pelas pesquisas quantitativas. Nada está tão consolidado quanto tem aparecido, inclusive o segundo turno.
Por falar em pesquisas…/ Com tantos institutos, leia-se empresas, pesquisando o que pensa o brasileiro, os números estão para lá de discrepantes no quesito diferença de voto entre Lula e Bolsonaro. Algumas campanhas fizeram uma avaliação e apontaram que a diferença entre os dois que lideram as pesquisas varia de 15 pontos percentuais, no caso do Ipec, a 3,1 pontos, número da Paraná Pesquisas.