Empresariado não dará cheque em branco a candidatos 

Publicado em coluna Brasília-DF

No almoço do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com representantes do empresariado do Centro-Oeste, ficou nítida a vontade de se buscar um nome que consiga quebrar a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, ninguém vai apostar no mercado futuro. Entre os vários setores que compareceram à casa do líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas, pré-candidato a governador do Distrito Federal, a ordem é ver quem terá fôlego para isso mais à frente, ao longo da campanha oficial do ano que vem. Muitos consideram que deram um cheque em branco a Jair Bolsonaro, mas a economia do país não está reagindo a contento, nem dá para dizer que tudo é culpa da pandemia.

A passos lentos

Assim os deputados e senadores se referem à tramitação do projeto de lei que o governo enviou ao Congresso para modificar o marco civil da internet. A lei atual foi debatida no parlamento por mais de três anos, e a aposta dos deputados é a de que o texto enviado por Bolsonaro seguirá pelo mesmo caminho.

Virou mote eleitoral
Com o aumento do IOF, os adversários de Bolsonaro vão deitar e rolar daqui para frente. João Doria, por exemplo, disse ao empresariado do DF que promoveu vários benefícios sem precisar aumentar imposto.

O que Bolsonaro quer
Em algumas conversas, Jair Bolsonaro tem dito que seu maior objetivo será impedir a “volta da esquerda ao poder”. Só tem um probleminha: até aqui, ele considera todos os demais candidatos como “de esquerda”.

O que Bolsonaro dirá
Em sua fala hoje na ONU, o presidente Jair Bolsonaro voltará a dizer que o seu governo não promove nem incentiva o desmatamento, muito menos as queimadas. Ao contrário: trabalha dia e noite para contê-los.

Meus comerciais, por favor
O presidente abordará, ainda, o agro brasileiro como força capaz de alimentar o mundo e, de quebra, o auxílio emergencial. Deve vir nesse pacote, segundo aliados do presidente, críticas ao #fiqueemcasa.

Ibaneis versus Izalci
À mesa, na casa do senador Izalci Lucas, os empresários comentavam que vai ser dureza a campanha do líder tucano no Senado contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). A turma do PIB do DF tem um bom relacionamento com o atual governo, mas também têm muita simpatia pelo senador, que promete chegar com um projeto de desenvolvimento para o “quadradinho”.

O segredo
O que encanta o empresariado em Ibaneis hoje é o prazo para pagamento das notas fiscais das obras: não ultrapassa 20 dias. Algo que não era costume nos governos anteriores.

Curtidas

Movimentos/ A participação presencial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no Congresso da Abras foi vista como uma deferência ao setor. Coisa de quem deseja mesmo “rodar” o país.

Lunch sem vacina/ Sem o certificado de vacinação para apresentar, o presidente Jair Bolsonaro encontrou um jeito de comer muito bem em Nova York. Foi com a comitiva à área externa da churrascaria Fogo de Chão, onde o rodízio custa US$ 44,95, R$ 239,58, pela cotação de ontem (R$ 5,33), sem contar os impostos e a taxa de serviço.

Shame on you/ No momento em que praticamente todos os importantes líderes mundiais já tomaram vacina contra covid, o fato de Jair Bolsonaro fazer propaganda de que não tomou o imunizante tornou-se mais uma vergonha internacional. Nem os filhos dele, Eduardo e Flávio, chegaram a tanto.

Enquanto isso, na casa de Izalci…/ Perguntado se seria candidato a algum mandato eletivo no ano que vem, o ex-senador Adelmir Santana respondeu assim: “Nem a síndico!”