Sob pressão, governo acerta ao adiar concurso

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Demorou, mas acertou. O anúncio que o governo fará daqui a pouco, sobre o adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU) apelidado Enem dos concursos, vem em cima do laço diante da prova marcada para este Domingo (05). A decisão foi antecipada por Rosana Hessel, no site do Correio Braziliense. E, apesar de representar um prejuízo de R$ 50 milhões agora, conforme lembrou o ministro Paulo Pimenta, defensor do adiamento, esse valor poderia dobrar, por causa das ações judiciais em gestação. O governo corria o risco de fazer as provas e ver tudo anulado por decisão judicial. Ou seja, gastaria duas vezes. Aliás, a posição da Advocacia Geral da União (AGU), que fez o alerta ao Poder Executivo, foi crucial para que o governo reconsiderasse a decisão de ontem. Na quinta-feira, o governo estava decidido a realizar as provas, inclusive no Rio Grande do Sul, independentemente da situação das chuvas.

A AGU foi incisiva ao alertar o governo de que os gaúchos iriam à Justiça, alegando desigualdade de condições. Aliás, este blog já havia antecipado a perspectiva de processos judiciais. A bancada gaúcha, por exemplo, estava decidida a propor uma ação judicial pelo adiamento. Pela manhã, a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) foi direta: “Como é que a gente não está sendo sensível o suficiente para entender que é um momento de calamidade? Isso fala muito do distanciamento de realidade que estamos tendo agora”, afirmou a deputada, durane reunião da bancada, em Porto Alegre.

Agora, é esperar passar as chuvas do fim de semana para ver como ficará a situação no estado. Há atenção ainda sobre Santa Catarina, uma vez que o estado também se viu atingido por fortes chuvas nesta sexta-feira.

Governo assume risco ao manter concurso no RS

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O governo erra ao decidir pelo não adiamento do concurso nacional unificado, o Enem dos concursos. A previsão para este domingo, data das provas, é de chuvas no Rio Grande do Sul. Se chover demais, a ponto de agrava ainda mais a situação calamitosa que vive o estado, qualquer candidato se sentir lesado por não conseguir acesso ao local de provas, ingressará na Justiça. E um processo judicial arrisca anulação das provas em todo o país. Ao manter as provas a qualquer custo, o governo decide correr esse risco.

O governador Eduardo Leite havia pedido o adiamento das provas. Deputados aliado ao governo, como Daiana Santos (PCdoB-RS), também pediram esse adiamento. Lá, dez cidades têm locais de prova, mas os candidatos são de todo o estado.  Além disso, das dez cidades, Caxias do Sul, Farroupilha, Santa Cruz do Sul e Santa Maria foram muito afetadas pelos temporais.

O artigo 3º da Constituição menciona entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a redução das desigualdades sociais e regionais. Em nome desse princípio, resta agora ao governo, diante da sua decisão de manter as provas, torcer para que a água baixe, a chuva cesse, e as 80.348 pessoas consigam condições de igualdade com os candidatos de outros estados.