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Partidos brigam pela relatoria e presidência da CPI da Covid-19
Plano A
Risco existe
Inclua-me fora dessa…
… e desta
Enquanto isso, na Câmara…
Depois das duras cobranças dos senadores ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ficou difícil o governo escapar da CPI da Covid-19. Os líderes do governo dizem que o ministro se saiu bem e a oposição avalia que somente uma comissão de inquérito permitirá que se apure as responsabilidades por problemas no atendimento à população. No meio desse caminho, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tentará ganhar mais uns dias, porém não tem como negar se todos os requisitos regimentais estiverem cumpridos.
Pacheco teve votos do governo e da oposição, e prometeu adotar uma postura de independência em relação ao Planalto. Diferentemente de Arthur Lira (PP-AL), Pacheco não deve a eleição ao presidente Jair Bolsonaro, e, sim, ao consenso que conseguiu criar na Casa, em parceria com o ex-presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP). E não deseja quebrar a confiança de seus pares atropelando o regimento, se as premissas para a CPI estiverem preenchidas.
É pegar ou largar
No ano passado, Jair Bolsonaro propôs um auxílio de R$ 200, o Congresso subiu para R$ 500 e o presidente elevou para R$ 600. Agora, com as contas mais apertadas, essa manobra para ficar bem junto à população não vai funcionar. A base do governo terá que se contentar com o valor que for proposto pelo Executivo e ponto.
Lupa nos gastos
A oposição, porém, começou a vasculhar todos os gastos do governo para confrontar o Planalto com discursos do tipo “não tem dinheiro para o auxílio, mas tem para outras despesas não tão urgentes”. E, dessa vez, não terá a controvérsia do leite condensado.
MDB vai dar trabalho
Pelo simples fato de o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, ser do Amazonas, onde a situação da pandemia da covid-19 é dramática, o governo já esperava que ele fizesse muitas cobranças ao ministro da Saúde. Mas o que não se esperava era que outros senadores do partido, considerados aliados do governo, seguissem pelo mesmo caminho.
Projeto Dória em xeque
Com a inclusão do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no leque de opções tucanas para 2022, está claro que o governador João Dória, de São Paulo, pelo menos até aqui, não conseguiu unir o partido. E reza a lenda que quem não consegue unir a própria turma, tem dificuldades de convencer os outros.
Curtidas
Base, o retorno/ Aos poucos, Bolsonaro vai se reaproximando daqueles aliados dos quais tirou cargos no governo, por causa da eleição para Presidência da Câmara. O deputado Hildo Rocha (MDB-MA), por exemplo, um dos coordenadores da campanha de Baleia Rossi (MDB-SP), fez parte da comitiva à Base de Alcântara.
Começaram as entregas/ A viagem ao Maranhão foi justamente na semana em que o Diário Oficial da União trouxe a exoneração de um aliado de Hildo Rocha no governo para dar lugar a um apadrinhado do deputado Aluísio Mendes (PSC-MA), eleitor de Arthur Lira (PP-AL).
Vem mais/ Aliás, a turma do Congresso não tira os olhos do DOU e das nomeações da Câmara. Depois que Lira exonerou os ocupantes de cargos em comissão, estão todos interessados em saber quem será agraciado com a ocupação dessas vagas.
Quem já foi rei…/ A briga interna do PSDB ressuscitou alguns personagens. Além de Aécio Neves (MG), que estava mergulhado, o grupo de WhatsApp da bancada trouxe comentários do tipo “saudades de Geraldo Alckmin”.
Arthur Lira tentará tirar reforma tributária de Aguinaldo Ribeiro
A reunião entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, com os relatores da reforma tributária nas duas Casas não serviu para que Lira e o deputado Aguinaldo Ribeiro fizessem as pazes. Na Câmara, é dada como certa a substituição de Aguinaldo nessa relatoria, caso a reforma seja votada, primeiro, no Senado. Há quem diga que Aguinaldo só será mantido nessa vitrine se o presidente do PP, Ciro Nogueira, pedir.
Aos poucos e com muita paciência, Lira dará um jeito de afastar todos aqueles que tentaram lhe puxar o tapete, dentro do bloco original do Centrão. No caso de Aguinaldo Ribeiro, só tem um probleminha: o deputado já está nessa relatoria há algum tempo e sabe onde aperta o calo de cada setor e por dentro de onde é possível buscar acordos. Tirar por mera vingança poderá soar como um capricho que só atrasará a aprovação do texto.
Lula permanecerá “pendurado” na Justiça
As esperanças do PT, de lançar Lula como candidato em 2022, têm tudo para morrer na praia. Entre as conversas na área jurídica, as apostas são de que ele conseguirá a anulação da sentença dentro do processo do triplex no Guarujá, mas não o do sítio de Atibaia. Nesse cenário, Fernando Haddad será o candidato.
O ponto frágil é a saúde
O pedido da CPI da covid-19 no Senado é visto pelo governo como o maior ponto de fragilidade no Congresso hoje. Paralelamente, ainda tem a questão das vacinas, na qual o presidente Jair Bolsonaro fez questão de mostrar que está ao lado da Anvisa. Inclusive, nessa pressão do líder do governo, Ricardo Barros, sobre “enquadrar” a agência.
Se quebrar o acordo…
O PSL não pretende tirar a deputada Bia Kicis da indicação para a Comissão de Constituição e Justiça. O partido não tem interferido nas outras bancadas para dizer quem deve ser o postulante para compor este ou aquele colegiado. Além disso, há, entre os bolsonaristas, a certeza de que Bia está sofrendo uma campanha contra porque é aliada de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro.
… vai ter troco
Líderes de outros partidos avaliam que se alguma legenda quiser concorrer contra Bia terá problemas, porque essa escolha das comissões técnicas é regimental. Até o carnaval, porém, há muita água para rolar sob a ponte.
CURTIDAS
Ela levou a melhor/ Depois da briga, do ano passado, em torno da Presidência da Comissão Mista de Orçamento, a deputada Flávia Arruda, do PL-DF, ficará com o cargo, conforme acordo já firmado entre os partidos. Elmar Nascimento, que era o nome defendido, em 2020, por Rodrigo Maia e liderou a ala contra Baleia Rossi, será agraciado em outra posição mais à frente.
E o combustível, hein?/ A reunião para tratar de preço de combustível, hoje (5/2), foi exigência do presidente Jair Bolsonaro. É uma forma de ele sinalizar aos caminhoneiros que está ao lado deles, mesmo que não resolva o problema da categoria.
DEM vai ficar rachado mesmo/ Com a tese da fidelidade partidária, muitos interessados em acompanhar Rodrigo Maia, caso ele saia do DEM, devem recuar. É que o mandato de eleições proporcionais pertence ao partido.
Por falar em DEM…/ Maia tem sido procurado por integrantes do partido, num esforço para que reflita sobre os erros que cometeu no processo e dê um tempo antes de tomar qualquer decisão sobre o futuro. Não tem adiantado muito. O pote de mágoas continua cheio.