Empresariado não dará cheque em branco a candidatos 

Publicado em coluna Brasília-DF

No almoço do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com representantes do empresariado do Centro-Oeste, ficou nítida a vontade de se buscar um nome que consiga quebrar a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, ninguém vai apostar no mercado futuro. Entre os vários setores que compareceram à casa do líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas, pré-candidato a governador do Distrito Federal, a ordem é ver quem terá fôlego para isso mais à frente, ao longo da campanha oficial do ano que vem. Muitos consideram que deram um cheque em branco a Jair Bolsonaro, mas a economia do país não está reagindo a contento, nem dá para dizer que tudo é culpa da pandemia.

A passos lentos

Assim os deputados e senadores se referem à tramitação do projeto de lei que o governo enviou ao Congresso para modificar o marco civil da internet. A lei atual foi debatida no parlamento por mais de três anos, e a aposta dos deputados é a de que o texto enviado por Bolsonaro seguirá pelo mesmo caminho.

Virou mote eleitoral
Com o aumento do IOF, os adversários de Bolsonaro vão deitar e rolar daqui para frente. João Doria, por exemplo, disse ao empresariado do DF que promoveu vários benefícios sem precisar aumentar imposto.

O que Bolsonaro quer
Em algumas conversas, Jair Bolsonaro tem dito que seu maior objetivo será impedir a “volta da esquerda ao poder”. Só tem um probleminha: até aqui, ele considera todos os demais candidatos como “de esquerda”.

O que Bolsonaro dirá
Em sua fala hoje na ONU, o presidente Jair Bolsonaro voltará a dizer que o seu governo não promove nem incentiva o desmatamento, muito menos as queimadas. Ao contrário: trabalha dia e noite para contê-los.

Meus comerciais, por favor
O presidente abordará, ainda, o agro brasileiro como força capaz de alimentar o mundo e, de quebra, o auxílio emergencial. Deve vir nesse pacote, segundo aliados do presidente, críticas ao #fiqueemcasa.

Ibaneis versus Izalci
À mesa, na casa do senador Izalci Lucas, os empresários comentavam que vai ser dureza a campanha do líder tucano no Senado contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). A turma do PIB do DF tem um bom relacionamento com o atual governo, mas também têm muita simpatia pelo senador, que promete chegar com um projeto de desenvolvimento para o “quadradinho”.

O segredo
O que encanta o empresariado em Ibaneis hoje é o prazo para pagamento das notas fiscais das obras: não ultrapassa 20 dias. Algo que não era costume nos governos anteriores.

Curtidas

Movimentos/ A participação presencial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no Congresso da Abras foi vista como uma deferência ao setor. Coisa de quem deseja mesmo “rodar” o país.

Lunch sem vacina/ Sem o certificado de vacinação para apresentar, o presidente Jair Bolsonaro encontrou um jeito de comer muito bem em Nova York. Foi com a comitiva à área externa da churrascaria Fogo de Chão, onde o rodízio custa US$ 44,95, R$ 239,58, pela cotação de ontem (R$ 5,33), sem contar os impostos e a taxa de serviço.

Shame on you/ No momento em que praticamente todos os importantes líderes mundiais já tomaram vacina contra covid, o fato de Jair Bolsonaro fazer propaganda de que não tomou o imunizante tornou-se mais uma vergonha internacional. Nem os filhos dele, Eduardo e Flávio, chegaram a tanto.

Enquanto isso, na casa de Izalci…/ Perguntado se seria candidato a algum mandato eletivo no ano que vem, o ex-senador Adelmir Santana respondeu assim: “Nem a síndico!”

Bolsonaro dobra a aposta e volta a desdenhar a CPI da Covid

Publicado em coluna Brasília-DF

As acusações que o presidente Jair Bolsonaro levantou contra o senador Omar Aziz (PSD-AM) em conversa com apoiadores, sem apresentar provas, serviram de motor para a carta enviada ao Palácio do Planalto, em que a CPI da Pandemia cobra uma posição do capitão em defesa do líder do governo, Ricardo Barros. Até aqui, o chefe do Planalto vinha sendo poupado de um pedido de explicação oficial. Agora, diante da carta, a CPI acreditava ter colocado o presidente numa sinuca de bico: se defendesse o líder e chamasse o deputado Luis Miranda de mentiroso, poderia ser confrontado com uma gravação da conversa entre ele e Miranda. Se atacasse o líder, brigaria com uma parcela expressiva do Centrão.

Ocorre que Bolsonaro chutou essa granada para fora do campo. A resposta do presidente, “caguei”, dita na live desta semana, indica que o presidente vai continuar tratando a CPI como algo feito apenas para desgastar o governo. Porém, diante dessa inflexibilidade e de ataques aos senadores, fica mais difícil para os governistas encontrarem algum espaço capaz de quebrar a hegemonia do G7 na CPI da Pandemia, chamados, inclusive, de patifes e picaretas pelo presidente. O problema é que, nesse cenário, quanto a Barros, o risco é essa granada que Bolsonaro atirou para fora cair no colo do líder. Barros, por sua vez, já percebeu e, ontem mesmo, foi à tribuna da Câmara se defender. Enquanto não for chamado à comissão, é ali que ele apresentará a sua defesa.

Em tempo: com o presidente irredutível, a estratégia da CPI, agora, é jogar Ricardo Barros contra Jair Bolsonaro. Daqui para a frente, serão muitas as declarações de integrantes da CPI no sentido de levar o líder a cobrar publicamente do presidente se é verdadeira ou falsa a versão do deputado Luis Miranda, de que Bolsonaro citou o nome do seu líder na Câmara quando recebeu de Miranda a denúncia de que havia esquema de corrupção em gestação na Saúde. É um jogo de truco de final, até aqui, imprevisível.

O jogo de Bolsonaro

A frase “ou fazemos eleições limpas ou não temos eleições” não foi dita por mero acaso. Faz parte de uma estratégia engendrada no Planalto para impor a vontade de aprovar o voto impresso, ou voto auditável, para as eleições do ano que vem. A proposta, porém, depende da aprovação de uma emenda constitucional em debate no Congresso e, hoje, não há 308 votos a favor.

Auxílio menor tira força da reeleição

O auxílio emergencial num valor menor do que a metade dos R$ 600 pagos no passado é visto até por apoiadores do presidente como o responsável pela queda da popularidade e o aumento da rejeição, como demonstram todas as pesquisas de opinião. Em especial, entre aqueles que recebem até dois salários mínimos, conforme registrou o DataFolha.

Dois fatores

Os ministros, porém, consideram que essa queda de popularidade entre os mais pobres será possível resolver com o novo Bolsa Família. A economia é o ponto nevrálgico para 2022 e, até aqui, avaliam alguns, não reagiu a contento. O outro fator é denúncia de corrupção.

Até aqui…

As denúncias de suspeita de corrupção no Ministério da Saúde estão nas costas da raia miúda que foi exonerada, Roberto Dias e Laurício Monteiro Cruz, respectivamente, diretores do Departamento de Logística e de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Curtidas

O pacificador/ Aos poucos, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, vai se colocando como alguém não tão afastado do governo, mas de outra cepa. Há quem diga que está preparado para herdar os votos dos decepcionados com o jeitão de Bolsonaro e avessos ao PT.

Nem tanto/ Alguns senadores têm dito que Pacheco, porém, ainda não está na pista, e foi o general Braga Netto quem ligou para o presidente do Senado, a fim de desfazer mal-estar entre os Poderes, e não Pacheco que procurou o ministro.

Na área dele/ Depois do Rio Grande do Sul, Bolsonaro irá, na semana que vem, ao Amazonas, estado do presidente da CPI, senador Omar Aziz. A ideia é mostrar que tem apoio no território do inimigo.

Enquanto isso, no Congresso…/ A corrida para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ainda não está ganha. A tendência, por enquanto, é de recesso branco.

Oposição vai concentrar críticas nos filhos de Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

Se Jair Bolsonaro não pode ser investigado por atos que não dizem respeito ao exercício do mandato presidencial, seus filhos podem. E é aí que a oposição irá com tudo no sentido de tentar apurar as denúncias de supostas rachadinhas registradas em áudios divulgados pelo UOL, atribuídos à fisiculturista Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente.

O primeiro teste desta nova trilha, que promete dar muito trabalho ao governo, virá ainda hoje (7/6) na CPI da Covid. O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), já divulgou em suas redes sociais que planeja convocar Andrea para prestar depoimento à comissão de inquérito, algo que o governo não aceitará, porque considera que esse tema não é objeto de investigação do colegiado. A briga ganha cada vez novos contornos.

Isso o povo entende

Ao anunciar a prorrogação do auxílio emergencial numa solenidade dentro do gabinete que sequer constava em sua agenda, ficou claro para os setores da política que Bolsonaro deseja ver se reduz o impacto dos áudios atribuídos à ex-cunhada e também ao desgaste já provocado pela CPI.

Isso também

Até aqui, aliados do presidente não tinham visto nada que pudesse arranhar a imagem de Bolsonaro com escândalos de corrupção, nem no caso das vacinas e do contrato da Covaxin, que não foi cumprido dentro do prazo nem tampouco houve pagamento. O episódio das rachadinhas, porém, é diferente: “Sinal amarelo: rachar salário é coisa que está ao alcance do entendimento do povão”, escreveu o cientista político Paulo Kramer.

Já era

Ao dar cinco dias para que o senador Omar Aziz (PSD-AM) explique os motivos para o adiamento do depoimento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), o ministro Ricardo Lewandowski ajuda a CPI. É que Barros queria depor nesta quinta-feira. Aziz poderá responder ao STF até sábado.

Abre o olho, viu?

O movimento Freio da Reforma, que reúne 33 instituições da sociedade civil, listou 20 retrocessos da reforma do Código Eleitoral em discussão no Congresso. Um desses pontos é o fim da divulgação dos bens dos candidatos. A apreciação das contas partidárias também passa a ser feita por empresas privadas e a prestação dessas contas de gastos de campanha, também. Ou seja, como as campanhas hoje são financiadas com dinheiro público, a transparência na aplicação dos recursos ficará prejudicada.

A guinada da Fiesp/ Com a eleição de Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, para presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá um aliado num posto importante. Pior para o centro e para Bolsonaro.

Surpresa geral/ O empate na votação que pretendeu retirar de pauta a proposta de emenda constitucional do voto impresso surpreendeu os defensores da PEC, que acreditavam perder de lavada. Há, porém, uma certeza: a de que não há 308 votos para aprová-la em plenário.

Enquanto isso, no WhatsApp…/ Grupos bolsonaristas começaram um verdadeiro cerco aos integrantes da comissão especial que analisa o voto impresso. A ordem é entupir as caixas de e-mails e redes sociais de cada parlamentar em defesa da PEC.

E as reformas, hein?/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), quer ouvir hoje dos líderes como está a construção de consensos em torno da reforma tributária e, ainda, em torno do Código Eleitoral. No caso da tributária, dificilmente terá rolo compressor. O mesmo não se pode dizer em relação ao Código Eleitoral e os retrocessos apontados por várias instituições.

Qual será a próxima batalha do governo no auxílio emergencial?

Publicado em coluna Brasília-DF

O anúncio do presidente Jair Bolsonaro a respeito do auxílio emergencial, de quatro parcelas de R$ 250, deixou líderes e estrategistas do governo preocupados. É que, a partir de agora, o Congresso tratará esse valor como um piso para o benefício, ainda mais neste momento de sistema de saúde em colapso, numa situação que a OMS classificou como “trágica”. A oposição tentará elevar o sarrafo, da mesma forma que, no ano passado, aumento para R$ 500 os R$ 200 propostos pelo Parlamento, e o presidente subiu para R$ 600.

Em tempo: os parlamentares consideram, ainda, que Bolsonaro não poderá jogar o pagamento do auxílio no colo dos governadores que estabeleceram medidas restritivas de circulação, uma vez que o governo federal não providenciou vacinas para todos, tampouco se desdobrou em alertas sobre o perigo da doença e da necessidade de distanciamento e do respeito às normas sanitárias. Não é o governador que “destrói”, como disse o presidente, e, sim, a pandemia e o caos no sistema de saúde e a falta de vacinas.

Fase deprê

O deputado Daniel Silveira entende, mas não se conforma com o silêncio do presidente Jair Bolsonaro e dos filhos em relação ao seu caso. Esperava mais solidariedade e uma resposta do Parlamento, aprovando a PEC da imunidade. Agora, sem essa resposta, se sente abandonado.

A visitante
Daniela Cunha, filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, é vista com frequência no gabinete do novo presidente, Arthur Lira. Aliás, isso já tem levado muitos parlamentares à suspeita de que parte da agenda da Casa tem inspiração no ex-deputado, hoje em prisão domiciliar.

A volta de Fraga

O ex-deputado e ex-secretário de Transportes Alberto Fraga, finalmente, tem a chance de assumir um lugar ao Sol no governo do presidente Jair Bolsonaro. No Planalto, o cardápio disponível ao ex-deputado inclui vice-presidência de governo do Banco do Brasil e Denatran. Falta bater o martelo entre um e outro.

Vai para a Justiça

No Congresso, não passa. Mas a concessão do auxílio emergencial vai parar na Justiça, caso o presidente Jair Bolsonaro encontre alguma brecha para jogar a conta do beneficio no colo dos governadores. Afinal, ninguém fecha comércio porque quer. Medidas restritivas visam tirar a pressão sobre o serviço de saúde e preservar vidas.

Assim, não dá/ O senador Roberto Rocha, do PSDB-MA, está possesso com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Dia desses, depois de o secretário estadual de Saúde, Carlos Lula, dizer que o governo federal não tinha enviado recursos para instalação de UTIs, o parlamentar fez pronunciamentos defendendo o governo e… não recebeu nem um muito obrigado.

Assim, eu me lasco/ Dias depois, eis que o ministro aparece ao lado do secretário, na maior parceria. O senador não gostou. Afinal, defendeu o governo, o presidente Jair Bolsonaro, e o ministro terminou prestigiando o secretário.

Faz parte/ Carlos Lula é presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e, ainda que não fosse, não cabe ao ministro discriminar este ou aquele secretário, ainda mais em se tratando da situação sanitária do Brasil. Quanto mais união, melhor.

Arko Academy/ A Arko Advice lança a Arko Academy, uma plataforma de educação sobre a política brasileira. O primeiro curso tem na linha de frente o professor de direito constitucional e ex-presidente Michel Temer, que participa da live da Arko neste domingo.

Por falar em domingo…/ Em vez de manifestação na casa do governador em protesto pelo lockdown, o certo seria pressionar todas as autoridades pelas vacinas contra a covid, apontadas até pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como a saída mais segura para a economia.

Desfecho de caso Daniel Silveira na Câmara pode demorar

Publicado em coluna Brasília-DF

Em fevereiro do ano passado, a Câmara rejeitou o afastamento do deputado Wilson Santiago (PTB-PB) pedido pelo Supremo Tribunal Federal. Os deputados entenderam que, embora o parlamentar fosse acusado de desvio de recursos de obras na Paraíba, quem deveria tratar de afastamento de parlamentar era o Conselho de Ética da Casa. Até hoje, Santiago está no exercício do mandato, sem ser incomodado, assim como a deputada Flordelis, acusada de matar o marido. Por isso, no balanço das horas, os parlamentares começaram a ter dúvidas sobre repetir a dose no caso do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que ultrapassou limites da liberdade de expressão, conforme definiu o STF, avaliação compartilhada por integrantes da Mesa Diretora. Ainda que se instale logo o Conselho, qualquer punição por ali ainda vai demorar.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), chegou a ser cobrado pelos bolsonaristas a cumprir a promessa de defesa das prerrogativas dos deputados, o que inclui se insurgir contra a punição a congressistas por parte do STF sem um julgamento. Com a votação aberta e o pouco relacionamento que Silveira tem na Câmara, muitos dizem que valerá ali a máxima “o Centrão não segura alça de caixão” e a manutenção da política da boa vizinhança com o STF. Se essa avaliação não mudar até o final da tarde, será o dia de se saber o tamanho real do bolsonarismo-raiz na Casa.

Me inclua fora dessa
O governo passou o dia em conversas com ministros do Supremo para dizer que Jair Bolsonaro discorda da posição de Daniel Silveira em relação ao STF. Se depender do Planalto, Silveira pode se preparar para voltar a ser um youtuber extremista.

Resolve aí, senão eu me lasco com eles
A audiência de custódia é a esperança de Arthur Lira e seus apoiadores para não precisar levar esse caso ao plenário. O presidente da Casa não quer ficar mal com o bolsonarismo, que o apoiou.

Dinheiro tem, falta é decisão

O economista Felipe Salto, da Instituição Fiscal Independente (IFI), já informou aos senadores que, se o governo quiser, tem como arrumar dinheiro para o auxílio emergencial. Ele listou R$ 14 bilhões em subsídios e outros R$ 7,1 bilhões reservados para reajuste salarial do
pessoal militar.

Tem, mas acabou
O governo Bolsonaro não pretende deixar de conceder o reajuste aos militares e nem os congressistas querem rever subsídios nesse momento em que as empresas enfrentam dificuldades por causa da pandemia.

Deixa que eu pego!/ Se Daniel Silveira for expulso do PSL, o PTB de Roberto Jefferson será o seu destino, onde será recebido com tapete “verde a amarelo”.

Biografia manchada/ O senador Chico Rodrigues, que escondeu dinheiro na cueca durante operação da Polícia Federal em sua casa, está liberado para voltar ao Senado. Porém, terá dificuldades em retomar seu ritmo de circulação na Casa e nem é por causa da pandemia. A situação ainda incomoda os colegas e o próprio senador.

Ver para crer/ Apesar das promessas de mais de 400 milhões de doses de vacinas para este ano, os governadores saíram da reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, meio desconfiados de que a imunização de todos os brasileiros só ocorrerá no ano eleitoral.

Enquanto isso, na Nova Zelândia…/ Auckland, a capital, entrou em estado de alerta por causa de três casos de covid-19 registrados. Por aqui, o vírus continua fazendo seu carnaval.

CPI da Covid é um teste para Rodrigo Pacheco

Publicado em coluna Brasília-DF

A falta de vacinas e o risco de colapso nos serviços de saúde de várias cidades brasileiras servem de combustível, nesta semana, para a instalação da CPI da Covid, que o governo deseja evitar. “Temos 31 assinaturas, podendo chegar a 32 e, até agora, não houve retirada das assinaturas. CPI, como o presidente da Casa bem sabe, é direito constitucional da minoria”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Nesse cenário, avisam outros senadores, o presidente da Casa não tem saída a não ser instalar o colegiado, ainda que os líderes do governo já tenham alertado que isso pode contaminar o ambiente de votações das reformas. Esse será um dos problemas do governo nesta curta semana que tem pela frente, ainda, as discussões do auxílio emergencial e do preço dos combustíveis.

A granada de Guedes

A impressão dos congressistas é de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveita a necessidade do auxílio emergencial para obter o gatilho de redução de salários de servidores, com o objetivo de amenizar os problemas fiscais. Ninguém esquece que, naquela reunião de 22 junho de 2020, ele tratou a suspensão dos reajustes salariais como a “granada no bolso do inimigo”.

Hora da “entrega”

Se o governo quiser aprovar a possibilidade de promover alguma redução salarial atrelada ao auxílio emergencial terá de acionar o rolo compressor da base aliada no Parlamento. O “botão vermelho” ou o “protocolo da crise”, a forma como Guedes se refere aos dispositivos que podem levar à redução de salários, sofrem resistência entre os políticos.

Por falar em “entregas”…

Depois do feriado de carnaval na praia, o presidente Jair Bolsonaro volta ao trabalho com um leque de problemas sobre a mesa. Da falta de vacinas ao preço dos combustíveis nas alturas. E com praticamente 10 meses para mostrar serviço antes de aberta a temporada eleitoral.

… a ampulheta virou

A avaliação geral é de que o quadro eleitoral ainda é incerto. No Planalto e fora dele, só se tem a certeza de que, a preços de hoje, o presidente Jair Bolsonaro tem a vantagem, e a oposição ainda não tem “aquele nome” para derrotá-lo. Porém, é preciso controlar a pandemia, com o fornecimento de vacinas, e recuperar empregos. O governo está atrasado nas duas frentes, e o tempo é curto.

Soma que diminui I/ A ideia da deputada Bia Kicis de, se eleita presidente da Comissão de Constituição e Justiça, estudar alterações regimentais que possam reduzir o chamado “kit obstrução” não é consenso entre os partidos que apoiam o governo. É que a turma que esteve na oposição no governo Dilma sabe que esses instrumentos farão falta se a maré mudar.

Soma que diminui II/
 Essa perspectiva pode, inclusive, ajudar a construir maioria em favor do deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG). Ele é do mesmo bloco que tem direito à CCJ, logo, avaliam alguns deputados, não seria ferir a distribuição das comissões. O PSL, porém, tem a maior bancada dentro do bloco e, portanto, o direito a indicar o presidente.

Home office/ O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está convicto de que pegou covid em Brasília, de onde não saiu nos últimos 10 dias. “Agora, é isolamento e hidratação, mas não vou deixar de trabalhar”, disse à coluna.

E por falar em meio ambiente…/ A prioridade, agora, é conseguir um bom orçamento para não comprometer a fiscalização nem as ações de combate ao desmatamento e incêndios florestais. O problema é que todos os ministros já estão à caça do relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC), com o mesmo pedido.

Risco de CPI da Covid-19 é alto

Publicado em coluna Brasília-DF

Depois das duras cobranças dos senadores ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ficou difícil o governo escapar da CPI da Covid-19. Os líderes do governo dizem que o ministro se saiu bem e a oposição avalia que somente uma comissão de inquérito permitirá que se apure as responsabilidades por problemas no atendimento à população. No meio desse caminho, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tentará ganhar mais uns dias, porém não tem como negar se todos os requisitos regimentais estiverem cumpridos.

Pacheco teve votos do governo e da oposição, e prometeu adotar uma postura de independência em relação ao Planalto. Diferentemente de Arthur Lira (PP-AL), Pacheco não deve a eleição ao presidente Jair Bolsonaro, e, sim, ao consenso que conseguiu criar na Casa, em parceria com o ex-presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP). E não deseja quebrar a confiança de seus pares atropelando o regimento, se as premissas para a CPI estiverem preenchidas.

É pegar ou largar

No ano passado, Jair Bolsonaro propôs um auxílio de R$ 200, o Congresso subiu para R$ 500 e o presidente elevou para R$ 600. Agora, com as contas mais apertadas, essa manobra para ficar bem junto à população não vai funcionar. A base do governo terá que se contentar com o valor que for proposto pelo Executivo e ponto.

Lupa nos gastos
A oposição, porém, começou a vasculhar todos os gastos do governo para confrontar o Planalto com discursos do tipo “não tem dinheiro para o auxílio, mas tem para outras despesas não tão urgentes”. E, dessa vez, não terá a controvérsia do leite condensado.

MDB vai dar trabalho
Pelo simples fato de o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, ser do Amazonas, onde a situação da pandemia da covid-19 é dramática, o governo já esperava que ele fizesse muitas cobranças ao ministro da Saúde. Mas o que não se esperava era que outros senadores do partido, considerados aliados do governo, seguissem pelo mesmo caminho.

Projeto Dória em xeque
Com a inclusão do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no leque de opções tucanas para 2022, está claro que o governador João Dória, de São Paulo, pelo menos até aqui, não conseguiu unir o partido. E reza a lenda que quem não consegue unir a própria turma, tem dificuldades de convencer os outros.

Curtidas

Base, o retorno/ Aos poucos, Bolsonaro vai se reaproximando daqueles aliados dos quais tirou cargos no governo, por causa da eleição para Presidência da Câmara. O deputado Hildo Rocha (MDB-MA), por exemplo, um dos coordenadores da campanha de Baleia Rossi (MDB-SP), fez parte da comitiva à Base de Alcântara.

Começaram as entregas/ A viagem ao Maranhão foi justamente na semana em que o Diário Oficial da União trouxe a exoneração de um aliado de Hildo Rocha no governo para dar lugar a um apadrinhado do deputado Aluísio Mendes (PSC-MA), eleitor de Arthur Lira (PP-AL).

Vem mais/ Aliás, a turma do Congresso não tira os olhos do DOU e das nomeações da Câmara. Depois que Lira exonerou os ocupantes de cargos em comissão, estão todos interessados em saber quem será agraciado com a ocupação dessas vagas.

Quem já foi rei…/ A briga interna do PSDB ressuscitou alguns personagens. Além de Aécio Neves (MG), que estava mergulhado, o grupo de WhatsApp da bancada trouxe comentários do tipo “saudades de Geraldo Alckmin”.

Contenção de danos políticos na saúde é prioridade

Publicado em coluna Brasília-DF

Os estrategistas do governo no Congresso querem jogar mais luz sobre a CPI da Saúde, criada no Amazonas, no ano passado, para usar como justificativa a fim de evitar a CPI da Covid no Senado. Essa será uma das missões de Eduardo Pazuello, hoje (11/2), na exposição que fará ao Senado, reforçando que, se não fosse a atuação do governo federal, a situação estaria muito pior. Se o ministro da Saúde não for convincente, não evitará a comissão de inquérito.

O receio do Planalto é que os senadores ampliem a apuração para vários estados, deixando o governo novamente na defensiva nesse tema, justamente no momento em que o presidente Jair Bolsonaro tenta reformular o próprio discurso em relação às vacinas. Na visão do governo, daqui até 2022, não dá para deixar nenhuma aresta solta rumo à reeleição. E este é um tema que ainda deixa a desejar.

A missão de hoje I

A viagem do presidente, hoje, à Base de Alcântara, foi fechada depois que ONGs e professores universitários no Brasil e nos Estados Unidos firmaram um documento que defende a suspensão do acordo do Centro de Lançamento de Alcântara enquanto durar a gestão Jair Bolsonaro.

A missão de hoje II
O documento, de 31 páginas, está com o governo de Joe Biden. Agora, Bolsonaro quer dar visibilidade ao acordo firmado na gestão Trump e mostrar que o Brasil está fazendo sua parte.

Ganhar tempo…
O governo espera ter um tempo até a aprovação do Orçamento de 2020 para que o Congresso vote o auxílio emergencial. A avaliação interna é a de que, enquanto o Orçamento não estiver aprovado, o benefício não pode sair. Ou seja, nada será pago antes de março.

…e mudar o nome
No Planalto, também se cogita mudar o nome do auxílio para Renda Brasil ou algo do gênero. Ainda não está totalmente fechado, mas a ideia é evitar que se tenha um discurso de redução do valor pago no ano passado. A ordem é montar o discurso de “novo benefício”, diferente daquele de 2020, e dentro da responsabilidade fiscal que o momento exige.

Curtidas

Nem vem/ A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, já fez chegar às autoridades que não cumprirá a decisão do Conanda de permitir relações sexuais de jovens do mesmo sexo que cumprem pena em instituições socio-educativas ou mesmo visitas íntimas. “Motel com dinheiro público não dá. Enquanto eu for ministra, é livro, bola, arroz e feijão”, disse a ministra em entrevista ao programa Frente-a-Frente, da Rede Vida.

Veja bem/ Damares cita, por exemplo, que não pode permitir colocar dois adolescentes do mesmo sexo que se dizem apaixonados na mesma cela, porque pode, inclusive, tratar-se de caso de abuso sexual, em que um dos dois tem medo de denunciar. Portanto, essa recomendação não será cumprida.

Chegou para dialogar/ Ao reunir sua equipe e a da Comissão de Orçamento para uma primeira rodada de trabalho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou bastante a escolha da deputada Flávia Arruda (PL-DF) para presidir o colegiado, dizendo que ela tem tudo para fazer a união entre a responsabilidade social e fiscal. Flávia, por sua vez, prometeu ajudar: “A situação é muito grave, sem entendimento, as coisas só vão se agravar”.

Dupla jornada/ Primeira deputada a comandar a CMO, ela começou o dia cuidando das duas filhas, Maria Luísa e Maria Clara. Fez questão de levá-las à escola antes de ir para o Congresso. E já avisou aos colegas de parlamento: “Eu não abro mão de cuidar das minhas meninas”.

O teste da base do governo na Câmara será o auxílio reduzido

Publicado em coluna Brasília-DF

Ao colocar a proposta de autonomia do Banco Central (BC) para abrir sua gestão na Câmara, o presidente Arthur Lira (PP-AL) optou pelo tema que estava mais maduro, de forma a dar o discurso de sucesso no diálogo entre os Poderes da República. Mas, nos bastidores, todo mundo diz que a proposta não pode ser considerada um teste da base fiel ao presidente e, sim, a sinalização da Câmara de que, ali, a prioridade do presidente da Casa será a agenda econômica, sem a qual a perspectiva de sucesso eleitoral no futuro estará prejudicada.

Lira, assim como Jair Bolsonaro, sabe que, logo ali na frente, passados os temas mais fáceis, como a autonomia do BC, a coisa vai apertar. O grande teste será o auxílio de R$ 200. A oposição vai tentar elevar esse valor cortando despesas em obras que o governo deseja mostrar em 2022. Lira foi eleito com a ajuda do Palácio do Planalto para ajudar na construção dos consensos dentro daquilo que o governo deseja. Se a base aliada desandar, corre o risco de o presidente da República colocar a culpa no colo do presidente da Câmara. Bolsonaro já fez isso com Rodrigo Maia lá atrás. E nada garante que não repetirá a dose.

Reforma a conta-gotas

Bolsonaro não fará a reforma ministerial no ritmo que desejam os partidos, nem do jeito que eles pediram. E há um motivo para isso: deixar a turma com a expectativa de poder e não desagradar aqueles que o apoiam desde a campanha presidencial.

Teste de fidelidade
O presidente foi, inclusive, aconselhado a esperar passar o feriado de carnaval para anunciar o novo ministro da Cidadania. Assim, já estará resolvida a Comissão Mista de Orçamento e a Comissão de Constituição e Justiça. Há quem diga que, se houver uma rejeição ao nome da deputada Bia Kicis (PSL-DF) na CCJ, o mal-estar será grande.

Ficamos assim
Antes de colocar a autonomia do BC em votação, Lira tem encontro marcado com líderes dos partidos de oposição para estabelecer um acordo de procedimentos.

Termômetro
Lira quer aproveitar para medir como está a disposição dos oposicionistas em aceitar um valor menor do auxílio emergencial, de forma a não comprometer ainda mais as contas públicas. Ocorre que, depois de, no ano passado, a Câmara fechar o auxílio em R$ 500 e Bolsonaro subir para R$ 600 apenas para levar a melhor no eleitorado, ninguém da oposição acredita em acordo com o presidente.

Curtidas

Estica e puxa/ A transferência da instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) para amanhã (10/2) foi lida como um sinal de que Elmar Nascimento (DEM-BA) não desistiu do cargo.

Nem vem/ Em conversas reservadas, porém, os mais próximos a Arthur Lira dizem que o nome é Flávia Arruda (PL-DF) e ponto. Não é uma questão pessoal e, sim, de proporcionalidade. O PL é maior que o DEM e Arthur, que brigou por Flávia em dezembro, não vai ceder agora.

Sem álibi/ O deputado João Roma (Republicanos-BA) está numa sinuca de bico. Apontado como um nome para o Ministério da Cidadania, ficará mal no seu partido se for chamado e recusar o cargo. Se aceitar, fica mal com o presidente do DEM, ACM Neto. Se João Roma for ministro, a indicação será atribuída a Neto, o que dará mais munição para o grupo do partido incomodado com o governo, enfraquecendo a posição do presidente da legenda como independente. É aquela velha história do sujeito que passou por um beco no momento do crime, na hora do crime, mas jura que é inocente.

Por falar em enfraquecimento…/ Os deputados podem até permanecer no DEM, mas alguns nomes começam a olhar para a porta de saída. Na lista, estão o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que não apoiará Bolsonaro, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Mas ninguém fará qualquer movimento agora. A ordem é tentar segurar esse pessoal na legenda. Paes, por exemplo, que acabou de assumir, precisa de paz para trabalhar.

Auxílio emergencial: Bolsonaro não quer perder para o Congresso

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

As pesquisas internas do governo detectaram que o suporte a Jair Bolsonaro está caindo paulatinamente e, por isso, todo o esforço, agora, será no sentido de tentar estancar essa queda. Nesse esforço, entram as vacinas, o envio do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a Manaus e, de quebra, estudos no Planalto para ver o que é possível fazer em relação ao auxílio emergencial.
O presidente está convencido de que os congressistas tentarão aprovar um benefício, a fim de ficarem com o discurso de que as pessoas só foram atendidas por causa do Parlamento. Assim, há quem diga, dentro da base, que Bolsonaro deve se antecipar a esse movimento. Obviamente, não há meios de fazer como em 2020, quando o governo queria pagar R$ 200, o Congresso elevou para R$ 500 e Palácio do Planalto deu a última palavra, fechando em R$ 600. Em 2021, não há espaço no Orçamento para esse valor, mas o governo deverá propor alguma coisa.

Vai que é tua, Pazuello

As investigações contra Pazuello são vistas entre aliados do presidente como a ação precursora de um movimento maior em prol do impeachment. Se houver alguma culpabilidade do ministro da Saúde pelos atropelos em relação à condução do plano de combate à pandemia, a ordem é afastá-lo a fim de evitar que o presidente termine responsabilizado.

Logo um general?!!!
Os militares não estão nada confortáveis com essa história de a bomba estourar no colo de Pazuello. Afinal, o ministro estava ali para uma “missão” que dois civis não quiseram levar adiante. Luiz Henrique Mandetta foi demitido por discordar da posição de Bolsonaro em relação ao distanciamento social. E Nelson Teich não quis colocar a hidroxicloroquina nos protocolos do Ministério da Saúde.

O problema é mais em cima
Entre os congressistas, há quem se recorde que Pazuello foi o único a declarar com todas letras “é simples assim, um manda e outro obedece”. A frase foi dita em 22 de outubro, logo depois de Bolsonaro desautorizar o ministro sobre o protocolo para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, acertada na véspera com o Instituto Butantan.

Enquanto isso, no Congresso…
Arthur Lira (PP-AL) tenta fechar uma conta de chegada, mas a atitude do governo de perseguir aliados de Baleia Rossi (SP) tem deixado muitos congressistas chateados e se bandeando para o candidato do MDB.

… Lira tem a vantagem
A turma de Baleia Rossi tenta evitar o “já ganhou” do adversário principal, que é visto como alguém que está a poucos votos da vitória no primeiro turno.

Curtidas
Deu ruim I/ A Associação dos Engenheiros Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel) não ficou nada satisfeita com o slogan “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, incluído na carta do presidente do Conselho de Administração da empresa, Ruy Flaks, aos diretores, para comentar a demissão do presidente, Wilson Ferreira. A Associação acusa Flaks de usar a empresa para projetos políticos.

Deu ruim II/ Na carta, Flaks diz que conversa com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobre o substituto de Wilson Ferreira. Só tem um probleminha: o cargo já entrou na mira do Centrão.

Muita calma nessa hora/ As manifestações do último fim de semana pedindo o impeachment de Bolsonaro foram comparadas àquelas de 2013, em relação à presidente Dilma Rousseff. Ela se reelegeu no ano seguinte, no embalo dos programas sociais, como o Bolsa Família e da popularidade de Lula. Bolsonaro não tem nem um nem outro.

Ainda tem muito jogo/ Ao anunciar, em suas redes sociais, o envio dos 5,4 mil litros de princípio ativo da vacina do Butantan, Jair Bolsonaro tenta tirar João Doria da foto de negociador da vacina da Sinovac. A simbologia de três ex-presidentes da República, José Sarney, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, ao lado do governador de São Paulo, em prol da vacina, indicam que essa batalha o presidente perdeu. Outras virão.