SINTOMAS

Publicado em coluna Brasília-DF

Quem assistiu à sessão de votação da lei de repatriação até o final não teve dúvidas das dificuldades do presidente da Casa, Eduardo Cunha. Pela primeira vez, o plenário o obrigou a fazer uma votação nominal, justamente do dispositivo que tirou dos políticos e familiares a possibilidade de repatriar recursos. Tudo estava acertado para que aquela votação fosse simbólica, deixando o resultado para os cálculos do próprio Cunha, de acordo com a visão das mãos erguidas em plenário. Alguns aliados do presidente da Casa, confiantes nessa hipótese, tinham inclusive ido embora. A gritaria diante da manobra foi tal que o presidente se viu obrigado a fazer votação nominal.

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Eduardo Cunha conhece a Casa como ninguém. Sabe que a cena da noite de quarta-feira indica que ele não controla mais o plenário da mesma forma que fazia há alguns meses, quando a gritaria se restringia a seus adversários no Rio de Janeiro. Daí, todo o esforço dele para tentar fazer morrer seu processo no Conselho de Ética. Missão hoje considerada quase impossível.

Estratégia

Eduardo Cunha decidiu tratar o caso da conta de sua mulher na Suíça separado do seu “problema”. Assim, quer ver se consegue evitar que ela termine enroscada na Lava-Jato. Como o dinheiro dela pode ter origem numa ação trabalhista, a ideia é tentar tirá-la de foco na Lava-Jato.

“Esse ano não sai”

Do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda na madrugada de ontem durante jantar em sua casa, ao se referir ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Eduardo e o PT

Indignado com a posição do PSDB contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-ES) saiu-se com esta: “O maior partido de oposição implodiu o pedido de impeachment. No mensalão do Lula, os tucanos recuaram. Agora, jogaram o Eduardo no colo da Dilma e do Lula”, comentou Perondi, que, por quatro meses, acompanhou as conversas em torno de um processo contra a presidente Dilma Rousseff.


Antes tarde…

… Do que nunca. Há uma semana, a presidente Dilma Rousseff foi aconselhada a sobrevoar a região afetada pelo rompimento das barragens da Mineradora Samarco. Decidiu esperar para chegar lá com o anúncio das sanções à empresa.

Dois pesos

Os mesmos petistas que justificaram a não convocação de executivos da JBS à CPI do BNDES para evitar o risco de queda no valor das ações da empresa neste momento de crise ontem reforçavam o coro para convocação da Usiminas no mesmo colegiado. Os deputados mineiros reclamaram.

Curtidas

Mudança de hábito/ Até a semana passada, Eduardo Cunha mostrava-se cordato e tranquilo nas entrevistas. Ontem, estava uma arara. Sinal de que os votos do PSDB farão falta no Conselho de Ética.


Alô, Dilma!/
 Durou oito horas e meia a audiência pública na Câmara ontem sobre a nova droga contra o câncer, a fosfoetanolamida, que já curou vários pacientes. O problema, como ocorre com mutos pesquisadores no Brasil, foi a falta de apoio para cumprimento de todas as etapas da pesquisa clínica. Ah, se fosse uma pátria educadora….

Pensando bem…/ O líder do PMDB, Leonardo Picciani (foto), repete incansavelmente que não concorrerá à prefeitura do Rio de Janeiro e que está muito bem na Câmara. Mas os mais velhos de seu partido aproveitam para tripudiar. Dia desses, um senhor ironizava: “Aquele menino precisa saber que não dá para brincar com bola, videogame e carrinhos ao mesmo tempo. Ele quer continuar líder, ser presidente da Câmara e, agora, prefeito. Precisa aprender a dividir os brinquedos com os coleguinhas”.

… Ela pode mudar/ Dilma registrou a melhora na bolsa e a queda do dólar apenas com as especulações de que Joaquim Levy seria substituído por Henrique Meirelles. Quem conhece garante que, embora ela insista que o ministro está firme, não quer dizer que em janeiro continuará.