Sem o chefe, não vai

Publicado em coluna Brasília-DF

O discurso do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, enquanto interessado em construir uma pré-candidatura à Presidência da República, de que a economia melhorou e o país está “no rumo” é correto e foi elogiado no meio político. Porém, é preciso que ele tenha “aquela conversa”, olho no olho, com o chefe, o presidente Michel Temer, antes de qualquer movimento tão ousado quanto o programa do PSD exibido ontem. Esse encontro ainda não ocorreu. E o ministro não cita o nome de Temer, detentor do maior tempo de tevê disponível no mercado eleitoral de 2018. Aliás, há quem diga que, se a economia melhorar a ponto de construir um candidato, será o próprio Temer.

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Vale lembrar a entrevista ao Correio publicada ontem, em que o presidente, quando perguntado se descartava qualquer candidatura à reeleição, respondeu à la Ulysses Guimarães: “Eu não postulo. Eu me posiciono”. Para bons entendedores, Temer também acalenta o sonho de ir para a pista. Nesse sentido, é bom Meirelles se entender com o MDB desde já, antes que as raposas do partido comecem a lhe puxar o tapete. Aliás, tem emedebista dizendo que, no início de 2002, foi justamente isso que o PSDB fez com a então governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Ela fez um movimento parecido com o que Meirelles faz agora e foi abatida quando levantava voo. #ficaadica

BB numa canoa…

…Que pode furar. O banco CTT de Portugal, que o Banco do Brasil escolheu para as operações de brasileiros no país, acaba de ser chamado ao parlamento português para dar explicações sobre sua reestruturação. Brasileiros que moram por lá estão preocupados. “Estamos como um rebanho de ovelhas sem pastor a procurar outro banco”, diz o ex-deputado José Lourenço, que hoje vive entre Brasil e Portugal.

A sutileza de Meirelles

No programa do PSD, o ministro da Fazenda não cita abertamente a expressão “reforma da Previdência”. Trata do tema com a expressão “Nova Previdência” em letras garrafais no vídeo, seguida da frase “para garantir aposentadorias”.

Aliás…

O ministro da Fazenda foi aconselhado recentemente a, se quiser ser mesmo candidato a presidente, abrir um pacote de bondades já no primeiro trimestre. Falta combinar com o caixa da União, que promete escassez por demora na aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal.

Moreira na roda eleitoral

O ministro da Secretária-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, sai de Brasília num bate-volta ao Rio de Janeiro, apenas para entregar casas no interior do Rio. Para muitos, o nome dessa missão que ele cumpriu a pedido do presidente Michel Temer é “não postule, mas se posicione”.

Se demorar demais…/ O prazo que o PSB deu ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (foto) promete esfriar o entusiasmo do partido para com o pré-candidato.

…Perde o assento/ Em alguns estados, os acordos pré-eleitorais já começaram e, se Barbosa chegar, vai encontrar cada um cuidando da própria vida e abrindo o palanque a outros presidenciáveis. É bem como dizia Eduardo Campos: “Quem chega cedo, bebe água limpa”.

Lida de Marina/ A pré-candidata Marina Silva passa o Natal no Acre, com o pai. Depois, segue para Santos, para a virada do ano ao lado da família do marido. Em 8 de janeiro, retoma as reuniões da Rede.

Prenda-me se for capaz/ Todos os políticos, sem exceção, ficaram surpresos com a prisão de Paulo Maluf. Ele está acusado há tanto tempo que ninguém acreditava na hipótese. A reação geral foi um “quem diria…”