No mundo, a busca por material de saúde cresce na proporção em que a pandemia avança. Uma fábrica chinesa de kits de testes para detecção do coronavírus se preparava para colocar 10 milhões desse produto no varejo. Nem conseguiu terminar a produção, porque o Exército americano bateu à porta e comprou tudo. Numa outra fábrica, houve quem tentasse comprar, pelo menos, dois milhões de kits, mas, antes de concluir a negociação, o Irã tinha adquirido 1,5 milhão. Nunca houve tanta corrida por material médico.
A vida é feita de escolhas
A revisão do crescimento econômico para 0,02% e o semblante da equipe do ministro Paulo Guedes, na entrevista de ontem, bateu no mercado a certeza de que entre os mortos pela Covid-19 já está a economia brasileira. Por isso, a hora é escolher: ou cuidar das pessoas e reconstruir depois, ou tentar salvar a economia, deixando um rastro de mortes pelo país e o colapso
total do sistema de saúde.
O que os governadores querem…
Os governos estaduais sentem falta de uma coordenação do governo federal para que possam conversar sobre suas demandas e possíveis ajudas, ao passo que a pandemia avança. “A situação é nacional, temos que ter um centro de controle nacional unificado. Até aqui, o único que está funcionando nesse sentido é o Ministério da Saúde”, afirmou à coluna o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
… e a população implora
Casagrande cita três esferas que precisam dessa coordenação em linha direta com os governos estaduais: a assistência de saúde, a assistência social, e a de economia e logística, para que não haja desabastecimento. E todos os poderes em conjunto. “Para isso, é preciso que a realidade fale mais alto e que o presidente Jair Bolsonaro entre de corpo e alma. Às vezes, ele parece estar obrigado, como alguém que ainda não entendeu o que está vivendo e o que vai viver”, completa Casagrande.
Demorô!!!
No Brasil, empresários da área de ventiladores pulmonares reclamavam, ontem pela manhã, com amigos que moram no exterior, que sequer foram contactados pelo governo brasileiro. A reunião, ontem, do presidente Jair Bolsonaro com os empresários a fim de ajudar, vem com atraso. Porém, antes tarde do que nunca.
Fila quilométrica
A coleta em casa do laboratório Sabin em Brasília estava, ontem, com uma fila de mais de 700 pessoas. Nas repartições públicas, os serviços médicos suspenderam as consultas pré-agendadas para se dedicar, em esquema de plantão, aos servidores que procuram algum sintoma de gripe.
Brics, uma saída/ O presidente da Frente Parlamentar dos Brics pediu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, urgência na aprovação do decreto legislativo que autorizará a implementação do escritório brasileiro do banco dos BRICs. Foi lá que a China teve US$ 1 bilhão para o combate ao coronavírus e ao tratamento dos que desenvolveram os sintomas da Covid-19.
Por falar em China…/ O vice-lider do governo, Marco Feliciano, foi às redes defender Eduardo Bolsonaro, o presidente e, novamente, colocando lenha no incidente diplomático e prometendo um mar de aliados de Bolsonaro nas ruas quando terminar a distância social imposta para controlar a expansão da pandemia.
Eleições “no telhado”/ O deputado Fábio Ramalho (foto) apresenta, na segunda-feira, um projeto para abrir o debate do adiamento das eleições municipais, algo que o TSE ainda não pretende analisar nesse momento. Diante da perspectiva de que esse pesadelo da pandemia persista, cabe aos administradores municipais ficarem focados no combate ao coronavírus. Detalhes no Blog da Denise –– blogs2.correiobraziliense.com.br/denise.
Vida em transformação/ Ramalho considera que não haverá clima para eleição em meio à necessidade de muito trabalho para a recuperação econômica e nos setores em que realmente é preciso investimento, ou seja, na vida das pessoas. “O mundo será outro quando esse tsunami acabar. As pessoas menos consumistas, pensando mais em união e menos em bilhão”, diz.