Dentro do governo, o embate sobre a reforma da Previdência será em torno do grau de sacrifício a ser cobrado dos militares. Parte da equipe econômica está disposta a não cobrar tantas mudanças nas aposentadorias e pensões das Forças Armadas. Porém, há quem diga que, se o presidente Jair Bolsonaro ceder demais a eles, ficará difícil cobrar grandes sacrifícios das demais carreiras de Estado. Os militares estão divididos. Enquanto uma parcela não se incomoda em dar sua contribuição à reforma, outra considera que já passou muito tempo desprestigiada nos governos anteriores. O desafio está lançado e todos estão de olho. Se os militares forem muito “beneficiados”, há quem diga que será mais difícil aprovar qualquer projeto na Câmara e no Senado.
O corpo fala
Militares estarão de olho hoje no comportamento do presidente Jair Bolsonaro e do vice, o general Hamilton Mourão. É que já tem gente nas Forças Armadas se referindo à parceria entre eles com a seguinte expressão: “casal em fim de casamento”. Isso, em 11 dias de governo, ou seja, fase que deveria ser de lua de mel. Se é pura intriga ou não, o futuro dirá. Mas as referências são reais.
Jogo não está empatado
O vice Mourão tem um filho nomeado e o presidente tem um filho chamado para prestar esclarecimentos ao Ministério Público a respeito de um ex-assessor.
Um bloco anti-PSL
A decisão do PSB de não apoiar Rodrigo Maia caminha para levar a escolha do presidente da Câmara a um segundo turno e, por tabela, tirar espaço do PSL nas comissões importantes da Casa. O cálculo interno no PSB é o de que, se o partido conseguir reunir num bloco algo em torno de 70 deputados ou mais, terá musculatura suficiente para, mais à frente, buscar posições de destaque nas comissões técnicas da Casa, impedindo que o partido de Jair Bolsonaro conquiste o comando daquelas estratégicas, como Finanças e Tributação.
Os trabalhos de Aécio
O deputado eleito Aécio Neves tem defendido internamente a candidatura de Rodrigo Maia a presidente da Câmara. Geraldo Alckmin até agora não se manifestou.
Por falar em Alckmin…
Entre os deputados, há quem esteja comparando a campanha de Rodrigo Maia àquela que terminou por prejudicar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República: Fechou acordo com as cúpulas dos partidos, mas se esqueceu da patuleia.
O povo é pra lá…/ Um dos memes que está provocando gargalhadas na comunidade jurídica de Brasília dá conta de uma conversa fictícia entre o presidente Jair Bolsonaro e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. A conversa começa assim: “Ô, Kakay” (…) “É o Jair aqui. Maluf me indicou seu nome. O Aécio também. E o Jucá. E a Roseana. E o Ciro Nogueira. Até o ACM me indicou seu nome numa sessão de psicografia”.
… de criativo/ Kakay, então responde: “Rapaz, o ACM. Eu tava mesmo precisando dar uma palavra com ele. Mas em que posso ajudá-lo, presidente?” “Não é para mim, não, é para o motorista do meu filho Flávio”, diz o fictício Bolsonaro. “Vixe, filho é sempre um problema. É aquele que falou em invadir o STF?”, pergunta o advogado. “Não, esse aí é o Eduardo.” “Ah, é aquele que fala muito no Twitter”, chuta o imaginário Kakay. “Não, esse é o Carlos.”
Moro em “casa”/ O ministro da Justiça, Sérgio Moro (foto), tem aproveitado o tempo fora do gabinete em Brasília para trocar ideias em jantares com colegas de outros ministérios.
#Ficaadica/ Os políticos estão estranhando os horários das reuniões e posses. Nos últimos governos, tudo atrasava. Agora, a pontualidade tem sido britânica. Entre os militares, então, nem se fala. A transmissão de cargo no comando da Marinha começou pontualmente às 10h30. Hoje, por exemplo, tem posse no Comando do Exército. E bom acertar os ponteiros.