Na reunião que o presidente Michel Temer fará hoje com alguns políticos para tratar dos votos pró-reforma da Previdência, os ministros pretendem deixar claro que, diante do teto de gastos, só será possível dar algum alento maior aos estados e municípios com verbas extras se a reforma for aprovada. Caso contrário, cortes virão e, nesse rol, estão os R$ 3 bilhões prometidos aos prefeitos no final de novembro.
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O mesmo vale para os financiamentos para os estados. “Quem quer financiamento do governo e não quer ajudar o governo que vá procurar o Bradesco e o Itaú”, diz à coluna o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Simples assim. O nome disso, dizem os governistas, não é chantagem. É a vida como ela é.
Vem mais
Quando passar a reforma previdenciária, o governo fará ainda uma reforma administrativa. A intenção é enxugar a máquina, em especial, os cargos em comissão. Falta combinar com os deputados que estão sempre querendo indicar alguém para algum lugar. Paulo Maluf que o diga.
Melhor de três
Antes de ir para a cadeia, Paulo Maluf emplacou Alessandra Bastos Soares na diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foi o terceiro nome apresentado pelo PP. O primeiro, João Abukater, técnico da área de habitação, sucumbiu em agosto. O segundo, Roberto Campos Marinho, também não vingou.
Só que não
Os partidos chamados a fechar questão na reforma da Previdência pensam em atender o governo. Porém, nada de punir quem votar contra. Na verdade, a ordem é dar um discurso para quem quer dar um voto favorável ao projeto, algo do tipo, “o partido mandou”.
Quem cala, consente
Até agora nenhum magistrado contestou a defesa do auxílio-moradia para juízes, inclusive para os que servem em seus próprios estados de nascimento. O benefício é defendido com unhas e dentes pelo presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, aquele que disse na tevê há alguns anos que o filho de juiz não podia estudar na mesma escola que o filho do bandido. A contar pelo número de empresários e políticos soltos recentemente ou que permanecem na cadeia, ele terá dificuldades em encontrar um colégio destinado a famílias de alto poder aquisitivo que não tenha sequer um filho de investigado pela Lava-Jato e seus desdobramentos…
Ali, deu quorum/ Deputados faziam fila ontem para conversar com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Tudo por causa das emendas ao Orçamento deste ano, algumas prometidas e até agora não liberadas. Há quem diga que, se o governo não cumprir as liberações, a reforma não sai.
Começou em futebol/ Ao abrir a porta de sua sala ontem à tarde, o ministro Carlos Marun se deparou com o deputado Covatti Filho (PP-RS): “Quem é que disse que estou atendendo gremistas?!” Marun é torcedor do Internacional e Covatti, tricolor doente.
Comitiva/ A bancada do Rio estava em peso ontem no Planalto. Sabe como é, com o presidente voando hoje de manhã para inaugurar a Zona de processamento de exportação do Porto de Açu, muitos vão aproveitar a carona hoje.
Muita calma nesta hora/ Depois das entrevistas da semana passada, em que se apresentou como um presidenciável, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (foto), vai recolher os flaps. Pelo menos até a votação da reforma previdenciária, não ficará posando de pré-candidato.