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Que ninguém estranhe se Ciro Gomes e Simone Tebet fizerem acordo no 1º turno

Publicado em coluna Brasília-DF

Nesta temporada de convenções para oficialização de candidaturas, o eleitor verá que nenhum partido está complemente fechado, seja com o seu candidato a governador ou ao Planalto. No Distrito Federal, por exemplo, o mesmo governador Ibaneis Rocha (MDB), que assinou o manifesto em apoio à candidatura presidencial da correligionária Simone Tebet, já estava posando para fotos, na mesma semana, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No Rio de Janeiro, André Ceciliano, pré-candidato ao Senado pelo PT, tem reunião com o governador Cláudio Castro (PL), lançado oficialmente candidato à reeleição, e com o pré-candidato a vice, Washington Reis, na quadra da escola de samba Estácio de Sá, daqui a oito dias. O encontro foi marcado por Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral.

Siga o dinheiro

A operação que investiga fraudes em licitação da Codevasf assustou parte do Centrão. Nas áreas técnicas do Parlamento, há quem diga que se a polícia seguir passo a passo as emendas enviadas à autarquia, vai ter muita gente obrigada a se explicar em plena campanha eleitoral.

Fique mais perto
Os políticos aliados de Bolsonaro estão tentando ocupar mais espaço na agenda presidencial a fim de evitar que a turma mais radical, os bolsonaristas-raiz, faça prosperar ideias como a reunião com os embaixadores.

“Dog whistle politics”
Entre aliados mais radicais do presidente, porém, há a certeza que o encontro com os embaixadores “ajudou” Bolsonaro a conclamar sua turma a questionar as urnas. O conceito, muito usado por Donald Trump no passado, é chamado de “dog whistle” (apito usado em treinamento de cachorro, numa frequência que o ouvido humano não capta). No caso, o cidadão comum talvez não tenha atentado que o presidente comentou que as eleições de 2020 não deveriam ter ocorrido. Mas a turma radical registrou o recado.

Ciro e Simone no mesmo barco
Que ninguém se surpreenda se Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tiverem alguma conversa ainda no primeiro turno. O pedetista é, agora, oficialmente candidato, mas tem uma ala do partido disposta a balançar a candidatura e apoiar o petista Luiz Inácio Lula da Silva. A senadora tem o mesmo problema na sua legenda, com a diferença que os emedebistas são mais explícitos.

Assunto encerrado
O PSD de São Paulo faz convenção, amanhã, para homologar o apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo do estado. Simultaneamente, a direção nacional oficializará a neutralidade na eleição presidencial. Os dois atos serão assinados na sede regional do partido, na capital paulista.

Escondidinho de governador/ Com a aprovação em baixa, os socialistas querem simplesmente ver se conseguem manter o governador Paulo Câmara distante da campanha de Danilo Cabral ao governo de Pernambuco.

Ops!/ Ao mencionar que apenas dois candidatos fizeram o quociente eleitoral no Distrito Federal, o consultor da Action, João Henrique Hummel, se referia ao universo daqueles que serão candidatos a deputado federal este ano. No DF, Reguffe não só atingiu o coeficiente em 2010, como também foi o deputado federal mais votado proporcionalmente no Brasil. Obteve 18,95% dos votos válidos. Outro que também fez o coeficiente ao se eleger deputado no passado foi Tadeu Filippelli.

Aliviado/ O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), que desistiu de concorrer à eleição para o governo do estado e apoia Fernando Haddad (PT), está em paz com a decisão que tomou. Hoje, o socialista lidera todas as mais recentes pesquisas para o Senado.

Preocupações semelhantes/ Dirigentes do PT e do PL estão tensos com os eventos de lançamento das candidaturas. Tanto hoje, em São Paulo, na convenção que oficializará a candidatura de Lula, quanto no domingo, quando acontecerá o evento do PL para lançar Bolsonaro à reeleição, há a mesma preocupação. Os dois partidos temem ser acusados de propagar a violência.

Largada/ Que tenhamos um processo eleitoral pacífico.