PT na cobrança
Os petistas vão aproveitar a reunião de hoje para bater ainda mais na política econômica do governo, repetindo o que foi dito há cerca de um mês e meio em documento editado pela Fundação Perseu Abramo. Nas entrelinhas, ficará claro que o partido deseja a substituição de Joaquim Levy, embora o documento não vá pedir diretamente a demissão do ministro da Fazenda.
Para completar, há quem defenda ainda críticas contundentes à Polícia Federal e às investigações envolvendo Luiz Cláudio da Silva, filho do ex-presidente Lula. Essa questão, entretanto, não é consenso. Afinal, os próprios petistas repetem que ,num partido com 12 tendências, um instituto e a presidente Dilma, pouca coisa pode ser resolvida por consenso.
Todos em campanha
Abertamente ninguém fala, mas os aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) começam a se preparar para a sucessão dele. Que o digam os movimentos do deputado André Moura (PSC-SE). Desde que o “padrinho” Cunha foi atingido por denúncias de contas na Suíça, Moura passou a circular com mais desenvoltura entre os colegas no plenário. Falta, entretanto, combinar com o PMDB, que não abre mão da vaga.
Quem avisa amigo é
Integrantes do Ministério Público que leram com uma lupa o projeto a respeito da repatriação de recursos garantem que o texto não permitirá separar o dinheiro de origem ilícita daquele que tem origem legal, mas foi enviado apenas para efeito de sonegação de impostos.
O mordomo
Esses mesmos procuradores informavam ontem aos parlamentares que a parte ruim do texto foi obra do projeto original enviado pelo Poder Executivo e não do relator, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB).
Os excluídos
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo, vai tirar três deputados do sorteio para relatar o processo contra Eduardo Cunha no colegiado: saem Mauro Lopes (PMDB-MG), por ser do partido de Cunha; Washington Reis (PMDB-RJ), do partido e do estado; e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), adversário de Eduardo Cunha na disputa pela Presidência da Casa.
O articulador
Silenciosamente, o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (foto) trabalha em favor da presidente Dilma Rousseff e no sentido de montar um cinturão de deputados que discordam da permanência de Eduardo Cunha na Presidência da Casa.
Por falar em Cunha…
O presidente da Câmara não tem muito do que reclamar em termos de apoio na Casa. O jovem líder do PHS, Marcelo Aro (MG), só o chama de “papi”.
Adversários…
O grupo de Eduardo Cunha costuma se reunir sempre que pode, para jantar e trocar ideias sobre a conjuntura. Na última terça-feira, estão eles num restaurante de Brasília quando o deputado Sílvio Costa, de Pernambuco, vice-líder do governo, se aproximou. Não prestou.
…Mas nem tanto
Sílvio Costa abordou o relator do projeto de repatriação de ativos, Manoel Júnior (PMDB-PB): “Ô Manel? Você quer anistiar o Eduardo Cunha com o seu projeto da repatriação?” Manoel se levantou e explicou que, se forem recursos de origem ilícita, seu texto não anistia. “Leia o texto antes de falar bobagens; vou desmoralizar você no plenário”, reclamou o peemedebista. Os dois não chegaram às vias de fato. São amigos que adoram soltar a voz num boa roda de violão, quando as sessões da Casa terminam mais cedo.
“Não vejo fundamento para o impeachment da presidente Dilma Rousseff e nem haveria votos para aprovar a abertura de processo no plenário da Câmara. A base me parece recomposta, embora essa recomposição ainda precise avançar um pouco mais”
Do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, referindo-se aos pedidos que ainda tramitam na Casa