Blog da Denise publicado em 11 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Considerada a noiva da vez para reforçar posições de partidos ao centro, o PSDB já estabeleceu as condições para se juntar ao MDB, de Baleia Rossi, ou ao PSD, de Gilberto Kassab. “A condição é ter candidatura própria à Presidência da República”, diz o presidente tucano, Marconi Perillo, à coluna. Em outras palavras: isso significará o afastamento do governo Lula, seja do PSD, seja do MDB. Quem oferecer melhores condições de distanciamento, tem mais chances de ter o PSDB numa incorporação e/ou fusão. Os tucanos eram os adversários históricos do petismo até o surgimento do bolsonarismo. Agora, com a ala mais bolsonarista empurrada para a extrema-direita, o PSDB vê chances de montar um programa para o país e, a partir daí, reforçar alguma estrutura partidária mais ao centro para tentar retomar esse posto de adversário de Lula e do PT, em 2026.
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A ideia dos tucanos é definir tudo ainda em fevereiro. As conversas nos bastidores começaram logo depois das eleições municipais e, agora, chegou o momento de afunilar. Perillo planeja se reunir com Kassab e com Rossi, no final do mês. É a política nos primeiros acordes para a eleição presidencial. E, nesse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se cuide. Pelo visto, mesmo com reforma ministerial, vai ser difícil manter todos juntos daqui a um ano e meio.
As chances de cada um
Até aqui, o PSD tem uma candidatura à Presidência da República colocada sobre o tabuleiro — o governador do Paraná, Ratinho Júnior. O MDB, não. E a contar pela disposição de Baleia Rossi, esse tema só será tratado a partir do segundo semestre deste ano e discutido em 2026. Logo, quem está mais próximo de fechar um acordo com o PSDB, dadas as condições, é o PSD.
Sem passaporte
O ex-presidente Jair Bolsonaro tem garantido, nas redes sociais, que estará na posse de Donald Trump, dia 20. Mas é bom se preparar para desfazer a mala, se já estiver montadinha. Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal, comenta-se que a chance de ele reaver o passaporte e comparecer à cerimônia, em Washington, é percentualmente próxima de zero.
A pedra no sapato de Lula
A presença de expoentes do PT no encontro do Foro de São Paulo na Venezuela, com apoio explícito a Nicolás Maduro, enfraquece a posição de Lula como interlocutor da democracia na América Latina no cenário internacional. Por mais que o presidente tenha mantido distância da posse do ditador, o fato de ser presidente de honra de um PT que apoia o venezuelano tende a colocar em risco o projeto de se apresentar como pacificador do continente. Terá que se explicar aos líderes mundo afora.
Vai doer no bolso…
Daqui a pouco, terminam as férias e chegam… as contas. E nada está tranquilo. O administrador Marcelo Souza, CEO da Mugo Hub, afirma que a inflação acima do teto da meta vai pesar no bolso das famílias. “Esse cenário força a fazer escolhas difíceis, como reduzir o consumo de carne, comprar opções mais baratas ou, até mesmo, cortar itens de lazer e educação. Além disso, afeta a capacidade de planejamento financeiro. Por causa dos preços imprevisíveis, economizar para o futuro ou investir se torna um desafio”, adverte. Melhor se prevenir.
… do pequeno também
Marcelo Souza alerta, ainda, para o reflexo inflacionário nos pequenos negócios. “O impacto é mais severo: aumento dos custos operacionais e redução do consumo ameaçam a sustentabilidade de muitos negócios”, explica. E enfatiza: “A inflação não é apenas um número. Reflete questões estruturais, como a dependência de commodities, instabilidades políticas e desafios na condução da política monetária”.
CURTIDAS
E o Ibaneis, hein?/ O MDB trata a posição do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (foto), de distanciamento do governo Lula e defesa da candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao Planalto, como um tema para 2026. Uma ala do partido viu a entrevista do governador à Revista Veja como uma tentativa de segurar uma das vagas ao Senado da parte do bolsonarismo.
Juntos e misturados I/ Os líderes do PT, Odair Cunha (MG); do MDB, Isnaldo Bulhões (AL); do PP, Doutor Luizinho (RJ); e do PSB, Gervásio Maia (PB), reuniram-se ao futuro presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), na festa promovida pelo deputado Mersinho Lucena (PP-PB), em João Pessoa.
Juntos e misturados II/ O clima festivo tem se mantido nas conversas de bastidor. Pelo menos até aqui, o ambiente entre Motta e os líderes partidários é ótimo. E indica que não há espaço para surpresas na reta final.
Atenção, gaúchos/ O meteorologista Mozar Salvador, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), acredita que neste ano dificilmente haverá uma catástrofe no nível da que ocorreu no Rio Grande do Sul, em 2024. “As enchentes de maio passado não têm precedente na história. Mas isso não quer dizer que o estado esteja livre de eventos climáticos extremos, com graves consequências este ano”, alerta.