Primeiros passos
O programa partidário do PMDB que vai ao ar hoje à noite foi lido no meio político como uma espécie de “pode tirar a Dilma que a gente segura”. Entretanto, a mesma oposição que acalenta o sonho de afastar a presidente e o PT do poder não sente firmeza nos peemedebistas por causa do envolvimento de caciques do partido na Lava-Jato, nem confia no tamanho desse grupo que desfilará na tevê se colocando como a saída para a crise.
Enquanto o PMDB não demonstrar unidade além da telinha, o programa de hoje será apenas um passo. Mas, em política, não restam dúvidas: o mesmo PMDB que tentou caminhar na direção do impeachment no ano passado voltou a andar.
Jefferson, o retorno?
O ex-deputado Roberto Jefferson, que denunciou o esquema do mensalão, cruzou os dedos ontem, quando seu pedido de indulto saiu das mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso para que o Ministério Público se pronuncie.
Movimentos partidários
A janela para troca de partido começou a animar os pré-candidatos a prefeito. Na Bahia, é dada como certa a saída de Walter Pinheiro do PT para o PSD do vice-governador, Otto Alencar, a fim de garantir a vaga para concorrer à prefeitura contra ACM Neto, candidato à reeleição.
Cunha e o PP
A eleição de Aguinaldo Ribeiro para líder do PP mediante acordo com Cacá Leão teve o dedo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do presidente do partido, Ciro Nogueira. Cacá era o preferido do Planalto. Aguinaldo, embora também seja simpatizante do governo Dilma, do qual foi ministro, é mais ligado aos dois.
Cunha e seus adversários
O deputado Marquezan Júnior (PSDB-RS), que integra o Conselho de Ética da Câmara e votou a favor do processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no primeiro parecer, perdeu a relatoria do projeto que fixa o teto do funcionalismo. O comandante da Câmara tirou o projeto da comissão e designou como novo relator o deputado Ricardo Barros.
Cunha e os juízes
A votação do teto, entretanto, é considerada difícil por causa da resistência dos juízes ao texto. E, sabe como é: no meio desse climão da Lava-Jato e da onda de investigações que sacode a política, ninguém quer brigar com a turma da Justiça.
Marun Vandré I
Desta os petistas não vão gostar. Numa confraternização ontem, em Brasília, o deputado Carlos Marun (foto), do PMDB de Mato Grosso, tem uma nova versão da música que virou símbolo da luta contra a ditadura militar nos anos 1960. O refrão de “para não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, ficou assim: “Vem, vamos pra rua/ pôr pra fora o PT/ E o Lula e a Dilma junto/ Que é pro Brasil renascer”.
Marun Vandré II
Marun não parou aí. Sobre a música de Vandré, e a estrofe “nas escolas, nas ruas, campos, construções”, ficou assim “O Brasil está chorando/E precisa de nós/ É preciso lutar/ Nossa arma é a nossa voz/ Nas escolas, indústrias, campo, construções,/ caminhando e cantando esse nosso refrão/ Vem, vamos pra rua (…)”.
Discurso do momento
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, já havia citado em entrevistas que questões internas contribuíram para a crise econômica e agora incluiu em pronunciamentos. Apesar do cuidado para não melindrar seu partido, o PT, ele não tapa o sol com a peneira. No seminário Dialogar para Liderar, promovido pelo Correio Braziliense, chegou a receber alguns aplausos ao fazer esse reconhecimento.
Carona no Moro
O programa do PMDB que vai ao ar hoje à noite apresentará os 12 pré-candidatos a prefeito de capital pelo partido e, no embalo de Sérgio Moro, pretende lembrar: “Em outubro, o juiz é você!”.