Polêmicas de Damares
Polêmicas de Damares Caio Gomez Polêmicas de Damares

Polêmicas de Damares são usadas para equipe econômica contornar situações esdrúxulas

Publicado em coluna Brasília-DF

Integrantes da equipe econômica estão a ponto de pedir que a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, mantenha as frases polêmicas. É que, a cada dia que passa, descobrem mais uma situação esdrúxula, seja no Orçamento, seja na administração pública. Nesta semana, muita gente ficou boquiaberta ao constatar, via Instituição Fiscal Independente (IFI), que, para cumprir a regra de ouro, o Congresso terá que aprovar um crédito orçamentário adicional atípico, e por maioria absoluta.

» » »

Para quem não viu ou não soube, o relatório da IFI, que já está com técnicos do governo, menciona que, no Orçamento de 2019, o excesso de operações de crédito em relação às despesas de capital é da ordem de R$ 248, 9 bilhões. Para tapar esse buraco, o governo precisará aprovar o crédito orçamentário no Congresso. Ou seja, Bolsonaro já vai entrar correndo atrás dos deputados, e não será apenas por causas das reformas, mas para reduzir os prejuízos.

» » »

Os técnicos da IFI dão, inclusive, uma pista de onde o governo pode tirar o dinheiro para cobrir esse buraco: privatizações de estatais, leilões de petróleo dentro da cessão onerosa, devolução de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e resultado positivo do Banco Central. Tá, mas, tem gente no governo que estava disposta a usar tudo isso em outras coisas. Pelo visto, vai ter de escolher: ou cobrir as despesas ou deixar o país se divertindo com assunto mais cor-de-rosa, enquanto a economia não entra no azul.

Noves fora…

A turma aliada ao deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) fez as contas e descobriu que o bloco partidário de Rodrigo Maia, em 2017, reunia 450 deputados. E o candidato desses partidos obteve, à época, menos de 300 votos no primeiro turno. Logo, dizem os amigos de Fabinho Liderança, é ali que estão os traidores.

…a conta termina fechando

Apesar dos pesares, Rodrigo venceu. E, desta vez, terá votos em quase todos os partidos, do PT ao PSL. Embora o presidente Jair Bolsonaro não esteja engajado nas campanhas, seus ministros estão. E o DEM tem mais espaço na Esplanada, além da simpatia de Paulo Guedes.

Por falar em ministros…

Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, Teresa Cristina, da Agricultura, ambos do DEM, e o emedebista Osmar Terra, da Cidadania, deixam o governo por 24 horas, em 1º de fevereiro. Vão assumir os respectivos mandatos na Câmara dos Deputados.

Por falar em Paulo Guedes…

O ministro da Economia, Paulo Guedes, é tido hoje como um defensor da candidatura de Renan Calheiros à Presidência do Senado. Já chegou aos ouvidos do Planalto a seguinte frase do Posto Ipiranga: “Renan é um Highlander. Vai nos ajudar a aprovar as reformas estruturais”.

… ele não deixa de ter razão

Guedes não está de todo equivocado. Renan quer paz, amor poder e… recursos para o governador de Alagoas, Renan Filho. É, foi e será sempre pragmático.

CURTIDAS

Acontece nas melhores famílias I / Sem saber, e desavisado em relação aos cerimoniais palacianos em visitas de chefes de Estado, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, parou na porta errada, ontem, no Itamaraty, e foi logo descendo do carro, caminhando rápido pelo tapete vermelho da entrada principal. Muita gente, dentro do prédio, olhou esquisito. E não foi por causa do governador ser estreante.

Acontece nas melhores famílias II/ O acesso por aquela porta é restrito a chefes de Estado, salvo raríssimas exceções, como reza o protocolo da sede da diplomacia. Foi uma saia justa para o cerimonial. Invariavelmente, em eventos formais, convidados e demais autoridades costumam acessar o prédio pela porta lateral. Mas ninguém foi criar caso com o governador ou reclamar por ele ter usado a mesma porta que Jair Bolsonaro e Maurício Macri. Sinal de bom senso.

Deferência/ O rei da Espanha, Felipe VI, recebeu o embaixador Pompeu Andreucci Neto no Palácio Real de Madrid. O embaixador fez entrega das cartas credenciais e, em seguida, foi recebido em audiência pelo rei. Normalmente, nessas ocasiões, o monarca concede entrevistas de 10 minutos. No caso do embaixador do Brasil, a entrevista estendeu-se por 35 minutos. O rei Felipe VI gosta muito do Brasil e é profundo conhecedor da realidade brasileira.

O segredo do “novo Severino”/ A coluna quis saber do deputado Fábio Ramalho por que ele tem feito campanha praticamente à mesa: “É porque, nessas situações, os ânimos ficam desarmados”.