A decretação hoje da prisão preventiva do ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine e do empresário André Gustavo Vieira deixa o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) em estado de alerta. André Gustavo Quem conhece André Gustavo garante que o dono da Arcos Propaganda não terá a mesma fleuma de Marcos Valério, que aguentou anos de cadeia e só partiu para a delação anos depois. André Gustavo está mais para João Santana e Mônica Moura, que falaram logo. Se o marqueteiro optar por uma delação e confirmar tudo o que foi dito por Ricardo Saud, da JBS, Fernando Bezerra Coelho será chamado a explicar se recebeu R$ 2 milhões em dinheiro vivo. Não será o primeiro politico a ter que se explicar por caixa dois. Porém, um politico nessa condição a menos de um ano da abertura da campanha eleitoral é um incômodo para ninguém botar defeito.
Embora tenha sido ministro de Dilma Rousseff, Fernando Bezerra Coelho integra hoje a ala do partido mais próxima do presidente Michel Temer. É pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que tem sido muito elogiado pelo setor. Já receberam inclusive para ingressar no DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, caso o clima no PSB fique insustentável. Rodrigo Maia fez questão de ir ao casamento do irmão do ministro em Pernambuco.
Hoje, todo o grupo do senador está com problemas na direção partidária, que já recomendou o voto a favor da denúncia contra o presidente Michel Temer. Fala-se inclusive na criação de um novo partido, que abrigaria no futuro o DEM, os dissidentes do PSB e, ainda, uma parcela do PSD. Esse movimento só ganhará corpo, entretanto, depois das eleições, uma vez que revolucionar os arranjos partidários a praticamente um ano das eleições não é considerado um caminho seguro, por causa das alianças regionais. Primeiro, cada um cuidará de si onde está para, depois, pensar num projeto partidário com os sobreviventes das urnas.