Coluna Brasília-DF
Os partidos e seus principais caciques preparam uma reforma política para fechar todas as portas de troca de legenda, deixando aberta apenas uma janela para que a mudança seja feita no período de 30 dias que antecedem a marca de um ano antes da eleição. A ordem é acabar com essa história de permitir que a criação de um partido, ou mesmo a fusão de agremiações, possa servir de pretexto para que os deputados pulem de legenda.
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A proposta, em gestação nos jantares de Brasília, faz sentido. Vem como uma luva para evitar que os puxadores de votos, caso de Bolsonaro, possam organizar um partido na undécima hora da sucessão presidencial e levar com ele uma penca de deputados. Diante do saco de gatos que virou o PSL, há muitos no centro da política com receio de movimentos mais ousados, com novas agremiações.
O prazo de um ano das eleições também não é à toa. Assim, todos conhecerão com antecedência a força de cada um. Sozinho, o governo não conseguirá barrar a proposta. E, até aqui, não há quem a conteste entre seus potenciais aliados. Portanto, caberá ao presidente aceitar a regra do jogo eleitoral que for definida pelos congressistas, a cada dia mais distantes do governo.
Espelhados
A guerra interna do PSL deixa o partido de Jair Bolsonaro tão confuso quanto era o PT nos tempos em que a legenda de Lula se refestelava nos salões de Brasília. Lá atrás, vários deixaram o PT quando Lula empreendeu a reforma da Previdência e também houve muita gente descontente no escândalo do mensalão. Agora, no PSL, com denúncias de laranjas e por aí vai, não está muito diferente.
Curtidas
BFF/ O líder do MDB, Eduardo Braga (AM), e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) estão num momento “best friend forever”. Invariavelmente, conversam no plenário e, dia desses, chegaram juntos ao Senado. Em política, isso não é coincidência.
Foco no Rio/ O MDB do Rio de Janeiro virou terra arrasada desde que seus principais caciques foram para a cadeia — Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e Jorge Picciani. Por isso, tem muita gente de olho nessa amizade entre o líder emedebista e o 01.
Missão quase impossível/ O ex-senador Chiquinho Escórcio (MDB) telefonou para Alberto Fraga dia desses e foi direto: “Você agora não é mais coronel da PM”. Antes que Fraga pudesse perguntar por que, o rápido Chiquinho saiu-se com esta: “Você agora é bombeiro!” É Fraga quem tem ajudado a acalmar os ânimos do presidente quando a crise aperta entre Bolsonaro e o Congresso.
Festa em Curitiba em suspense/ Calma, pessoal! Nada a ver com Lula e, sim, com a turma que está no complexo Médico Penal. Lá, sempre tem uma confraternização de fim de ano para os detentos, mediante autorização do juiz corregedor dos presídios ou da Vara de Execução Penal. A deste ano ainda está sob risco. Até agora, a autorização não chegou ao Conselho da Comunidade de Curitiba, que é quem organiza o evento.