Blog da Denise publicado em 3 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está tão interessado em maioria no Senado quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para isso, o petista pretende atrair adversários, tal e qual fez com o atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), em 2021. Cogita, inclusive, chamar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para concorrer ao Senado e fazer o mesmo com outros nomes de centro país afora. A ideia é evitar que a extrema-direita conquiste espaço ali e coloque o governo em xeque. Já chega o fato de o atual governo ter que engolir o Centrão comandando as duas Casas do Parlamento, cenário do qual Lula não tem como escapar nos próximos dois anos e, talvez, nos quatro anos seguintes. Em relação a Eduardo Leite, só tem um probleminha: O governador gaúcho declarou recentemente que a “arrogância aproxima o bolsonarismo do petismo”. E não pretende deixar de ser candidato ao Planalto para limpar o caminho de Lula. Nesse ritmo, o plano de Lula construir uma bancada mais de centro-esquerda no Senado será mais difícil do que o de Bolsonaro em alavancar uma bancada de direita.
Em tempo: no Distrito Federal, Lula terá dificuldades em atrair adversários. A tendência é uma das duas vagas em disputa ficar com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A segunda está entre o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a deputada Bia Kicis (PL-DF). A esquerda só tem alguma chance se for unida em torno de um candidato. Até aqui, não há sinal dessa unidade.
Vai além do primeiro escalão
A reforma ministerial do governo Lula vai além dos cargos de ministro. O segundo escalão e algumas estatais e autarquias vão entrar na roda para atrair o centro e manter o Centrão mais próximo.
Não será fácil
Um estudo sobre a eleição de vereadores feito pela Action Consultoria mostra que ninguém ficou muito grande nesta eleição a ponto de ter protagonismo total em 2026, Quando se faz a projeção sobre o pleito e as chances de deputados federais, a conclusão é a de que, quem vencer no futuro precisará conviver muito bem com, pelo menos, cinco ou seis partidos para conseguir governar.
50 motivos
A cúpula do Congresso não pretende dar informações sobre os padrinhos das emendas passadas. Há quem diga que, no momento em que a distribuição dos bilhões do orçamento secreto for apresentada publicamente, ficará clara a preferência de alguns em detrimento da maioria. E, neste cenário, os líderes tendem a perder força.
Expostos e na incerteza
A declaração de Arthur Lira à Folha de S.Paulo sobre o PT indicar o nome da Câmara ao Tribunal de Contas da União (TCU) irritou muitos petistas. Mostra que partido de Lula quer fazer barganha e deixa claro que, numa política viciada no “toma-lá-dá-cá” como a brasileira, ninguém apoia um candidato sem saber o que levará em troca.
Olho nela/ Enquanto os homens pensavam em fazer barba, cabelo e bigode na eleição municipal, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) fez cabelo, maquiagem e sobrancelhas. Elegeu a prefeita da capital e o PT não fez sequer um prefeito no estado de Mato Grosso do Sul.
Olho no combustível/ O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) lança, nesta quarta-feira, 17h30, no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o observatório da implementação do hidrogênio de baixa emissão de carbono e do combustível do futuro.
Olho na preservação/ Porto Alegre, no Brasil; Valência, na Espanha… Cidades unidas na dor causada pela mudança do clima. Ou o mundo parte para uma recuperação do solo, áreas verdes e matas ciliares, ou essas tragédias se repetirão.
Finados & política/ A coluna, ontem, mencionou os socialistas, tucanos e emedebistas que marcaram o diálogo na política. A lista é grande. Hoje, ficam aqui as homenagens a Marco Maciel, Jarbas Passarinho, Luís Eduardo Magalhães e ao grande construtor da política e de Brasília, Juscelino Kubitschek. Ah, que falta fazem nesses tempos de eleições marcadas por cadeiradas, ameaças, tentativas de assassinato e xingamentos.