Coluna publicada em 17 de outubro de 2024, por Denise Rothenburg
De olho na campanha para prefeito de São Paulo a partir dos salões do Congresso, muitos petistas avaliam que o grande movimento pró-Guilherme Boulos perdeu força dentro do partido neste segundo turno. Aquele sentimento de “virou questão de honra”, surgido logo depois da divulgação de um laudo falso contra o candidato praticamente na véspera da eleição, se diluiu após a chegada ao segundo turno. Prova disso, avaliam alguns, é a pesquisa Quaest, a primeira deste segundo turno, a detectar que o postulante do PSol apresenta os mesmos índices de projeção de votos que tinha antes do primeiro turno, de 33%, enquanto Ricardo Nunes tem 45% das intenções de voto.
Os petistas, porém, não estão totalmente empenhados em reverter essa diferença. Em Brasília, de onde muitos acompanham os movimentos, a prioridade é resolver a questão das emendas, um tema nacional. O PSol que se dedique aos votos paulistanos.
“Meu” o quê?!
Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro vislumbram problemas mais à frente para fechamento de chapas. Embora a eleição de 2026 ainda esteja longe, já tem muita gente incomodada com o jeitão de Bolsonaro dizer em vários estados: “O candidato ao Senado é meu”.
Nem vem
Nenhum cacique estadual quer abrir mão de compor a própria chapa no futuro. A maioria resiste a liberar uma vaga ao Senado para abrigar outsiders bolsonaristas interessados em impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Apoio às escondidas
Mesmo depois de assinar um documento no qual reconhece a vitória de Maduro na Venezuela, o PT não quis fazer um estardalhaço sobre a decisão. O motivo? Medo do impacto negativo nos candidatos aliados durante o segundo turno das eleições municipais.
Congresso & apagão
Vem por aí uma proposta de emenda constitucional para dar ao Parlamento poderes de fiscalizar as agências reguladoras. O deputado Danilo Forte quer que essas instituições respondam, inclusive, por omissão, quando for o caso. “Todas as agências têm pendências a resolver e raramente são punidas por isso. Essa situação tem que mudar”, afirma.
Abstenção promete/ Os petistas estão preocupados com os 19% que disseram aos entrevistadores da pesquisa Quaest que pretendem anular o voto. É sinal de que um número expressivo de eleitores não deve sequer comparecer para votar.
Enquanto isso, em Belo Horizonte…/ A liderança que o prefeito Fuad Noman (foto), do PSD, apresenta na primeira pesquisa Quaest deste segundo turno na capital de Minas Gerais é o cenário natural. Difícil um prefeito com avaliação positiva de 48%, e regular de 35% perder a eleição. Fuad tem 46%, e Bruno Engler, 37%.
… e em Brasília/ Paralelamente às emendas parlamentares, há um olhar voltado aos compromissos com a agenda 2030. Às 9h, em sua sede, a Oficina Consultoria promove um evento fechado para lançar um indicador de reputação de empresas e organizações com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e pilares ESG, ambiental, social e governança. O lançamento contará com a presença da ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira (foto), hoje consultora da ONU para o clima.