Pronto. Rodrigo Janot fecha o pano de sua performance no comando da Procuradoria Geral da República com a nova denúncia contra o presidente Michel Temer, anunciada desde junho. Para reforçar, colocou no balaio os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Incluiu ainda os presidiários Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures e Henrique Eduardo Alves, além do delator que foi para a cadeia depois da delação (surreal, não é?), Joesley Batista e Ricardo Saud, que tiveram os acordos de delação suspensos pela PGR. A inclusão de Joesley e Saud nesse grupo é para ver se sensibiliza mais deputados a votarem pela licença para que Temer seja processado no STF. Para completar, vêm fatos desde 2006, ainda no governo do presidente Lula, no pós-mensalão, quando essa parcela do PMDB se aproximou do PT.
O Planalto, por sua vez, tenta há meses se preparar para apresentação dessa denúncia da mesma forma que as autoridades da Flórida se organizaram para receber o furacão Irma. Já sabiam que viria. Não previram, porém, o roteiro, por exemplo, a inclusão de Joesley e Ricardo Saud entre os denunciados, tampouco com fatos anteriores ao governo do presidente Michel Temer. Aliás, o fato de citar episódios antigos, é visto no Planalto como algo que pode ajudar Temer, porque o presidente só pode responder por ações dentro do mandato. Da parte dos congressistas, a ordem é votar essa denúncia até meados de outubro. Vem por aí, a segunda edição do discurso da perseguição do procurador ao presidente e também da melhora na economia. A avaliação inicial é a de que, se Temer venceu a primeira, com todo o impacto que houve à época, essa será mais fácil. Falta combinar com a base.