Ofensiva final

Publicado em coluna Brasília-DF

O procurador-geral Rodrigo Janot ganhou o embate de ontem no Supremo Tribunal Federal, mas ainda não levou o grande prêmio, uma vez que é preciso esclarecer como fica a situação da JBS, de seus executivos e das provas. O Planalto já se prepara para dar aos aliados o discurso de que Janot baseará a segunda denúncia em uma delação que ainda está sub judice. Afinal, se a Câmara derrotou a primeira denúncia antes de conhecidas as novas gravações de Janot, agora será mais fácil pular o novo obstáculo.

O Planalto se prepara inclusive para enfrentar a hipótese de que Janot utilize apenas a delação de Lúcio Funaro, o doleiro que apontou os peemedebistas Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures como operadores de Michel Temer. Para esse caso, os aliados do presidente vão fazer circular o discurso de que Funaro é um mentiroso contumaz que já enganou diversas vezes a Justiça para se livrar de processos.

Esquecidos
O PMDB suspendeu Geddel Vieira Lima, que está preso, mas se esqueceu da trinca na cadeia há mais tempo: Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Rodrigo Rocha Loures. todos continuam peemedebistas de carteirinha.

Nem vem
O vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho, que xingou o ministro Antonio Imbassahy, pode reclamar onde quiser. O presidente Michel Temer não planeja tirar o tucano do cargo de ministro da Secretaria de Governo. Do jeito que vai o PSDB, qualquer movimento mais brusco só aumentará o problema.

Mal-estar na PGR
Está um climão na procuradoria entre Raquel Dodge e o cerimonial de Rodrigo Janot, que cuida da posse, em 18 de setembro. Os “Janozistas” não têm facilitado a vida dos aliados de Raquel e ainda convidaram a
ex-presidente Dilma Rousseff para a cerimônia, que contará com a presença do presidente Michel Temer. Ela ainda não confirmou presença.

CB.Poder
O CB.Poder, que pode ser visto no site do Correio Braziliense, traz o professor Marcelo Vitorino (foto), especialista em marketing digital, que analisa as chances dos candidatos que já se apresentaram para 2018. Ele garante que as redes terão mais importância,
mas a tevê continuará como o carro-chefe das campanhas.

E o Lula, hein?
Adversários do ex-presidente que acompanharam o depoimento ontem consideram que Lula conseguiu transformar sua fala num ato político. Ao dizer, por exemplo, que, se voltar a ser candidato em 2018, o apartamento vizinho ao seu terá mais movimento, o ex-presidente deixou a porta aberta para reforçar o discurso de que, se for preso até lá, terá sido perseguição.

Efeito Geddel I/ A apreensão de malas e caixas de dinheiro de Geddel Vieira Lima em um apartamento em Salvador mudou a estratégia dos ladrões em Brasília. Na terça-feira, em pleno horário de almoço, uma moradora da 305 Sul quase teve um infarto quando homens bem-vestidos tocaram a campainha de seu apartamento e entraram dizendo que não iriam machucá-la, mas queriam… A mala
de dinheiro.

Efeito Geddel II/ A tensão durou mais de uma hora. Eles fizeram uma busca na casa e só saíram quando se convenceram de que não havia malas de dinheiro ali. Um dos meliantes fez uma ligação telefônica na frente da senhora de mais de 70 anos e foi direto: “Ô seu …! Você me deu o endereço errado. Não tem mala de dinheiro aqui”. Saíram sem levar nada.

Olho vivo!/ Atenção moradores da cidade: os assaltantes conseguiram passar pela portaria porque estavam bem-vestidos e aproveitaram a chegada de um morador da mesma prumada da tal senhora. Fica a lição. Não se pode mais fazer a gentileza de deixar alguém desconhecido entrar junto com você no seu prédio. Os bandidos atrás dos bunkers de dinheiro chegam com cara de executivos e confiantes no velho ditado: “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.

Por falar em tensão e ladroagem…/ A coluna foi saber de brasileiros que moram na Flórida o que eles preferem: voltar ao Brasil ou ficar na Flórida e enfrentar as tempestades. A maioria opta por permanecer nos EUA. “Comparados com o rastro de destruição do atual furacão brasileiro, os daqui são brisas de baixa intensidade e acabam logo.” Faz sentido.

Colaborou Leonardo Cavalcanti