O vai-e-vem do PMDB

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PMDB, o pêndulo

O PMDB vive hoje o melhor de dois mundos: o governo deseja agradar o aliado para tentar superar a crise política e econômica. A oposição, da sua parte, apoia os gestos dos peemedebistas de forma a fustigar o Planalto. Diante desse duplo assedio, a legenda age ora governo, ora oposição. Ocorre que, alguns começam a se cansar desse jogo que só tem um beneficiário: o próprio PMDB.

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O Planalto está preocupado, mas não tem alternativa segura a essa dobradinha Renan Calheiros/Eduardo Cunha. A oposição se sente usada, mas também não vê saída. O PSB, que já percebeu o jogo, estende a mão ao Planalto: “Não há necessidade de ocupar cargos, mas é preciso frear qualquer tentativa de impeachment, de forma a garantir o que foi a vontade das urnas e dar sustentação aos bons projetos para que o país (leia-se, governo) não fique refém da chantagem do PMDB”, afirma o deputado Glauber Braga (RJ).

Caminhoneiros, o retorno

Os mesmos caminhoneiros que há alguns dias ocuparam as estradas e pararam o país, prometem voltar ao movimento na sexta-feira, caso a reunião de hoje não traga nenhum resultado. Eles se mostram cansados dessa estratégia do governo, de usar uma reunião para marcar outra mais à frente.

Delcídio, o líder

Os senadores governistas começam a pensar seriamente em fazer do senador Delcídio Amaral (PT-MS) líder do governo. Tudo para que ele não saia do partido e vá reforçar a oposição.

Sutis diferenças

Enquanto Dilma se reunia com as mulheres, Renan Calheiros auscultava os pares. Ele, aliás, dedica-se a essa tarefa de segunda a quinta-feira. Tudo para ter a temperatura exata da crise no Senado e conduzir de forma a não ser arrastado pela correnteza. Até aqui, funcionou.

A porta da rua…

…É serventia da casa. Esse é resumo da conversa entre Lula e o senador gaúcho Paulo Paim, que foi convidado a ingressar no PDT. Lula tem sido incansável na defesa do patrimônio do partido e anda cansado de ver gente olhando ansioso para fora do PT.

Ministros, só três

Quanto mais os aliados pressionarem por uma reforma completa no governo, menos Dilma mexerá na equipe. Até aqui, ela tem o compromisso de nomear Henrique Eduardo Alves para o Turismo, além dos novos ministros da Educação e da Secretaria de Comunicação da Presidência República. E olha que Henrique gostaria mesmo era assumir a Integração Nacional, loteamento hoje ocupado pelo PP, o partido mais enroscado na Lava-Jato.

Desconfiado/ Irritado com o presidente da Câmara por causa da retirada do projeto que atrelava a correção das aposentadorias e pensões às regras do salário mínimo, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força Sindical, comentava para quem quisesse ouvir: “Ele (Eduardo Cunha) já estar se entendendo com o Planalto”.

“Vai trabalhar, deputado!”/ As excelências começam a reclamar do fato de o presidente da Casa, Eduardo Cunha, instituir agenda cheia nas quintas-feiras. Na reunião da bancada do PMDB, por exemplo, a primeira fala foi do deputado Leonardo Quintão (foto), de Minas Gerais, que pediu o fim da pauta cheia no que grande parte das excelências considera “fim de semana nas bases”.

Por falar em trabalho…/ Essa historia de “shopping” na Câmara animou muitos. Já tem deputado falando em montar ali uma academia, um restaurante. Bem… Houve tempo em que a tarefa das excelências era propor leis, analisar o Orçamento da União e fiscalizar os atos do Poder Executivo. Agora querem montar restaurante, academia? Eu, hein…

Dilma e as mulheres/ A decisão de receber a bancada feminina tem um motivo singelo: nenhuma da deputadas no exercício do mandato apareceu enroscada na Operação Lava-Jato. E, para completar, a mulherada da Câmara e do Senado é conhecida por falar o que pensa à chefe do Poder Executivo.