O silêncio do PMDB

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Enquanto o PT se pinta para a guerra, os peemedebistas adotam o estilo paz e amor. Não se viu quem saísse em defesa do aliado Luiz Inácio Lula da Silva. Também não se viu um ministro peemedebista no pronunciamento da presidente Dilma. O PMDB está na muda. Não vai cutucar o PT para não ver os petistas apontando o indicador para as mazelas dos peemedebistas. O PMDB agora acredita piamente que o impeachment é factível e quer se preparar para assumir.

Em 12 de março, Michel Temer assumirá o comando da legenda, com um discurso voltado para a necessidade de recuperar a economia. Mencionará o projeto Ponte para o futuro, esquecido por Dilma e pelos petistas. Para conseguir a propalada união, entretanto, terá de distribuir poder com as outras alas do partido.

Em tempo: o fato de Michel Temer ter cancelado sua agenda nada teve a ver com a versão oficial, de acompanhar a Operação Alethea. Ele foi para São Paulo, onde estaria livre de ter que falar publicamente sobre o episódio.

Mudança dos ventos
O PT, que na sua festa de aniversário se afastava do governo Dilma com uma saraivada de críticas, agora se reaproxima do Planalto e vice-versa. Muitos ministros foram ao ato de apoio ao ex-presidente Lula ontem. O titular da Educação, Aloizio Mercadante, um dos mais próximos de Dilma, foi o primeiro a chegar, uma vez que já estava em São Paulo.

Muita calma nessa hora I
Em suas conversas mais reservadas, os tucanos têm demonstrado uma preocupação em relação ao movimento pró-impeachment: há o receio de que, se as investidas sobre Lula e Dilma forem muito fortes, eles terminem vistos como vítimas.

Muito explicadinho
Quem sabe das coisas tem certeza de que o ministro José Eduardo Cardozo tomou conhecimento da delação de Delcídio antes de ser publicada. Num dia de posse, ele não teria como preparar tudo com tantos detalhes

Tá feliz?
Enquanto se preparava para a troca da bandeira na Praça dos Três Poderes, a banda militar abriu seu repertório com Happy, de Pharrel Williams. Nada a ver com o clima palaciano ontem.

Toque da Alvorada
Passava pouco das sete da matina quando o país, atônito, tomava conhecimento da condução coercitiva de Lula.
Um morador do bairro Park Sul, próximo ao ParkShopping, colocou o Hino nacional nas alturas para todos os vizinhos ouvirem, e inclusive soltou fogos.

Não aperta!
Tanto Lula quanto Dilma anunciaram que dariam entrevistas ontem. O que se viu foram apenas pronunciamentos.

Por falar em entrevista…
O ministro da AGU, José Eduardo Cardozo, sugeriu aos repórteres na quinta-feira que falassem primeiro dos temas do Ministério da Justiça, para, numa segunda etapa, tratar da delação de Delcídio (foto). Ninguém fez perguntas sobre índios etc. E ele foi obrigado a passar direto para a delação.