Recuperado do baque pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, o ex-presidente Lula se volta à
pré-campanha presidencial levando a tiracolo o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, sempre citado nos discursos do pré-candidato. Para bons entendores, está clara a mensagem do eterno presidente de honra do PT: Haddad é nome para concorrer à Presidência da República em 2018 caso o próprio Lula esteja impedido de disputar. Aliás, a amigos, Lula tem deixado isso muito claro. Por que Haddad? Porque é um dos nomes que, pelo menos até aqui, está longe da Lava-Jato.
Em tempo: Ciro Gomes procurou Haddad para fazer dele vice na chapa do ano que vem. E o fez sem
onsultar Lula. O ex-presidente não gostou. E em várias conversas deixa transparecer a indignação.
Que ninguém se surpreenda se Haddad surgir ainda como o nome para presidir o partido. Seria a forma de o
ex-prefeito rodar o Brasil para se aproximar dos petistas e construir a plataforma presidencial.
Pato manco
O desfecho do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral ainda vai demorar, o que pode dar ao presidente Michel Temer tempo de terminar o mandato. Porém, muitos consideram que só o fato de o TSE cogitar cassar a chapa e o presidente ter de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer no cargo vai minar a força que resta para aprovar a reforma previdenciária. No PSB, a contabilidade interna aponta apenas seis votos favoráveis ao projeto do governo em tramitação na Casa. No PTB e no PSDB, os votos também estão minguando.
Cabral, onde mora o perigo
Interlocutores de Sérgio Cabral comentam nos bastidores que uma delação do ex-governador será direcionada especialmente ao Poder Judiciário no Estado. Há quem diga, inclusive, que os tentáculos do esquema vão muito além do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Pelo sim, pelo não, melhor aguardar o que virá de Cabral do que acusar as pessoas sem provas.
Comparações
Importantes observadores do cenário político consideraram um erro o presidente Michel Temer deixar Renan Calheiros lhe escorrer pelas mãos. “O gênio que o aconselha a enfrentar Renan deve ser o mesmo que recomendou a Dilma Rousseff que voltasse os canhões contra Eduardo Cunha.”
Enquanto isso, no PSDB…
Os paulistas ligados ao governador Geraldo Alckmin querem que ele pressione o presidente do partido, Aécio Neves, a indicar ainda este ano o candidato tucano à Presidência da República. Aécio, no entanto, vai no estilo do avô: deixa estar para ver como é que fica.
E o Doria, hein? // O prefeito de São Paulo, João Doria (foto), está adorando o fato de ser citado para concorrer à Presidência da República. Como Eduardo Campos fez em 2013, Dória hoje caminha de costas para a candidatura. Só tem uma diferença: Campos era dono do PSB. Doria não manda no ninho tucano.
Temer sentindo o terreno // O presidente Michel Temer aproveitou, ontem em São Paulo, para sentir o clima dentro do PSDB. Sabe como é. Quando as vaidades eleitorais afloram, eles não conseguem disfarçar as animosidades.
Dever de casa // O novo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Admar Gonzaga, estará hoje na plateia do julgamento da chapa Dilma-Temer anotando tudo. É que, se o julgamento se prolongar para depois de 16 de abril, ele tem de estar pronto para proferir o voto sem delongas.
Sob encomenda // A sessão destinada a ouvir o Poder Judiciário sobre a Lei de Abuso de Autoridade, à qual até o relator Roberto Requião faltou, foi vista pelos juízes como a prova de que as excelências estão decididas a aprovar a proposta com o claro objetivo de segurar o juiz Sérgio Moro e estancar a sangria da Lava-Jato