O leque aberto do PSD

Publicado em coluna Brasília-DF
Crédito: Maurenilson Freire

Da Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg

A um ano e meio do início da campanha de 2026, o PSD abre o leque de opções. Ao mesmo tempo em que se mantém firme com seu presidente, Gilberto Kassab, no cargo de secretário de Governo de Tarcísio de Freitas no estado de São Paulo, tem o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, mais próximo do PT, ao entregar ao partido de Lula uma secretaria de combate à fome. Paralelamente, incensará o governador do Paraná, Ratinho Júnior, para uma candidatura própria ao Planalto, caso Tarcísio não saia candidato. São movimentos que colocam o PSD com jogo triplo em 2025.

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Veja bem/ Como o leitor assíduo da coluna já sabe, Lula pretende usar a reforma ministerial para já conseguir assegurar uma ampla aliança rumo a 2026. Mas não será fácil fechar esse acordo com tanta antecedência. Com as dificuldades que o país vislumbra na economia, apesar dos bons dados de crescimento e emprego, ninguém quer arriscar uma aposta antecipada no petista. Primeiro, é preciso ficar mais claro.

Haverá baixas

Líderes partidários ouvidos pela coluna não pretendem vir a Brasília, na semana que vem, para a solenidade de dois anos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Acreditam que a democracia é um valor consolidado e não querem interromper o recesso por causa do evento no Palácio do Planalto.

Vários motivos

Uma das justificativas é marcar a insatisfação no trato das emendas, em especial, o fato de o governo pegar parte das emendas e mudar a destinação dada pelo conjunto dos deputados de um determinado estado, o que ocorreu no Ceará. A outra razão da ausência é não colocar azeitona na empada de Lula.

Nem tudo é 2026

Um dos motivos pelos quais o governo insiste em fazer a solenidade para marcar o 8 de janeiro é ter um contraponto à vontade de parte dos congressistas em aprovar a anistia para aqueles que participaram dos atos antidemocráticos em 2023.

Uma pedra no sapato

O governo federal não manda nas tarifas de ônibus das prefeituras, mas os aumentos promovidos esta semana devem impactar na inflação, que já incomoda o governo e os eleitores antes do reajuste do transporte público anunciado em sete capitais. Se apertar demais, a turma de Lula fará uma campanha para dizer que cobrem dos prefeitos.

Onde mora o perigo

Em 2013, o reajuste das tarifas ficou para meados do ano e foi o estopim de manifestações contra o governo Dilma Rousseff. Se isso se repetir, vai respingar novamente no governo federal, e não apenas nos prefeitos.

CURTIDAS

Crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A política é local/ Apontado como futuro presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta (foto, Republicanos-PB) começou a trabalhar cedo em 2025. Primeiro, foi à posse do prefeito de sua cidade, Patos (PB). De lá, seguiu para João Pessoa, a fim de acompanhar a posse de Cícero Lucena.

O jogo de Gusttavo Lima/ Ao se apresentar para uma candidatura ao Planalto, o cantor sertanejo quer saber se tem condições de angariar votos para concorrer ao Senado em 2026. Ele tem 35 anos, ou seja, a idade mínima para disputar uma das duas vagas.

Tensão na largada/ Ato terrorista em New Orleans, explosão de veículo da Tesla em Las Vegas, disparos de arma de fogo contra pessoas que estavam na fila para entrar numa boate em Nova York. O ano começa com atos extremos e muito longe da pacificação.