Ao lançar sua candidatura a presidente da Câmara de fora inédita, Rogério Rosso (PSD-DF), deixou muito claro que o mote de sua campanha será a aproximação do Parlamento com a sociedade. Defendeu de pronto mudanças no texto da reforma da previdência enviada pelo governo, um tema que promete agitar a Casa a partir de fevereiro, mais até do que as rebeliões nos presídios, que abriram os trabalhos da política e dos governos este ano. (Quem quiser detalhes, pode conferir o vídeo na página do deputado no Facebook)
A campanha de Rosso começaria bem, se fosse para algo em que a sociedade tivesse poder de escolha. Mas nessa eleição específica, a vontade do povo não conta. Conta a dos parlamentares. A maioria do colégio eleitoral formado pelos outros 512 deputados não está nem aí para esse tipo de campanha, via redes sociais. Embora desejem a mesma coisa, um parlamento mais próximo do povo, os congressistas querem um candidato que lhes peça o voto diretamente. Vale ali muito mais a relação com o público interno do que com o externo.
Rosso falou mais de temas de interesse da sociedade, reforma tributária e política, enfim, os temas que considera prioritários para compor a pauta da Casa. Até aí, dizem os próprios parlamentares que acompanharam o lançamento da candidatura, parece ter sido uma conversa mais voltada a quem deseja um cargo majoritário em 2018, do que propriamente a Presidência da Casa em fevereiro de 2017. Nesse aspecto, saiu na frente. Mostrou que sabe usar um ao vivo no Face, inclusive respondendo perguntas que surgiam nos comentários. Fez até uma homenagem ao Chapecoense, ao vestir a camisa que recebeu de presente do deputado João Rodrigues (PSD-SC). Nesse sentido, foi a largada oficial de um candidato para o futuro (a que cargo, não se sabe) usando como treino essa campanha para presidente da Casa. Amanhã, é a vez do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) se apresentar aos deputados eleitores. Escolheu para isso uma reunião parlamentar, bem mais ao estilo do colegiado que pretende atingir. Vamos acompanhar.