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Distância regulamentar, mas…
O governo manteve um certo afastamento da eleição da Presidência da Câmara, mas ontem, não deu. Diante da candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), o Planalto ingressou para jogar no sentido de tirá-lo do segundo turno. Embora do PMDB, Castro é tido como alguém que poderia instalar um pedido de impeachment contra Michel Temer. Afinal, enquanto relator da reforma política, ele desconheceu a orientação partidária e fez o projeto que estava em sua cabeça. Do quarteto com chances, era considerado o menos confiável para o governo.
Em tempo: Temer passou o dia no celular, ao ponto de ser interrompido no encontro com prefeitos no fim da manhã, para receber informes de cada movimento. Diante da dificuldade em unir a base e certo de que virá um rosário de cobranças hoje ao seu gabinete, o presidente em exercício viajou para São Paulo. A agenda foi apenas uma desculpa para só voltar ao dia a dia da política depois que baixar a poeira da disputa pela Presidência da Casa.
Pacote de bondades
Antes das duras medidas que virão pela frente, Temer trabalha para marcar sua gestão com um rol de boas notícias na área social. Depois do reajuste do Bolsa Família, vem a prioridade de acesso aos programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida, a lares com crianças vítimas de microcefalia.
Reforço
O ex-ministro do Esporte Aldo Rebelo, mesmo fora do Congresso, agiu para tirar seu partido do colo de Marcelo Castro. Por telefone, ele lembrou a alguns que Rodrigo Maia havia ajudado na eleição do comunista, quando Severino Cavalcanti perdeu o mandato. Para completar, enquanto relator da reforma política, cumpriu todos os acordos fechados com o PCdoB.
Terrorismo
A presença de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) frente a frente com os deputados foi a senha para deixar o recurso para análise posterior. Agora, até agosto, Cunha tentará organizar outro jogo para se segurar até janeiro do ano que vem. Faltou combinar com os adversários.
E Serra salvou Rodrigo
No fim da manhã, ao averiguar a documentação do candidato do DEM, a Mesa Diretora da Câmara percebeu a falta da certidão que comprovasse a nacionalidade brasileira (Rodrigo nasceu no Chile e foi registrado na embaixada). Sem a certidão brasileira, não poderia disputar o comando da Casa. Corre daqui, corre de lá, o ministro de Relações Exteriores, José Serra, acionou a Embaixada do Brasil em Santiago para que buscasse o documento. No início da tarde, estava resolvido. Foi por pouco.
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Os currais de cada um/ Morador da mesma rua em que funciona a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado Heráclito Fortes (foto) faltou ao almoço com o presidente Michel Temer esta semana. Nem mesmo a deputada Tereza Cristina (PSB-MS), que foi pessoalmente convidar o colega, conseguiu tirá-lo de casa. “Não posso deixar os vereadores e o prefeito de Currais.”
O prestígio de cada um/ Nunca antes na história deste país um prefeito e três vereadores se sentiram tão prestigiados. Um deles chegou a ligar para a família, apenas para informar que Heráclito deixou de ir encontrar o presidente da República para ficar com eles. No pequeno município do Piauí, o deputado obteve 1.200 votos.
Aperfeiçoamento/ O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, recorreu a cursos de treinamento na área de imprensa, conhecido como media training. Os amigos, entretanto, consideraram exagero: “Até que parece que ele precisa”, comentaram alguns deputados.
Hora do chá de camomila/ A senha para o recesso branco dos senadores foi a briga entre Ronaldo Caiado e Lindbergh Farias ontem, no Senado (leia detalhes no blog da Denise, em www.correiobraziliense.com.br).