Coluna Brasília-DF
As exaltadas reclamações do ministro da Economia, Paulo Guedes, por causa da retirada do regime de capitalização da reforma previdenciária foram consideradas precipitadas e o dèbut do ministro na aposta do caos — recurso usado pela área mais ideológica do governo, quando as coisas não saem como eles desejam. Porém, em relação à economia, é preciso ter mais calma antes de sair brigando. Afinal, avisam os líderes, essas foram apenas as primeiras alterações. Os movimentos de ontem ainda não têm volume para mexer com humores no Congresso, mas, se crescerem, a coisa complica.
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À primeira vista, os sindicatos e associações de classe veem a emenda repleta de brechas para mudanças por lei, ou seja, com um quórum mais baixo que os 308. É aí que se dará grande parte da discussão, assim como professores e regra de transição. A batalha começa agora. E, num Congresso cada vez mais independente, as reclamações não ajudam o governo.
Estações separadas
As declarações do ministro da Justiça, Sérgio Moro, tentando convencer o público de que a maioria dos diálogos é normal e, de quebra, pode ter havido apenas um “descuido formal” podem ajudar na seara política. Mas, na jurídica, a toada é outra, avisam ministros do STF. Essa novela do The Intercept, aliás, ainda não terminou.
O homem dos bancos
A capitalização era vista desde o início do processo de discussão da proposta do governo como um acerto entre o ministro Paulo Guedes e os bancos. Essa versão prevaleceu. Há quem diga que serão, pelo menos, mais 20 anos para convencer o Congresso a apresentar.
O jeitão da coisa
A pesquisa XP Investimentos divulgada esta semana mostra que a populartidade do presidente Jair Bolsonaro estabilizou em 34%, o mesmo de ótimo e bom registrado em maio, mas chegou a reduzir em dois pontos percentuais aqueles que consideram o governo culpado pela atual crise econômica. Aliás, nesse quesito, os governos Lula e Dilma surgem como campeões.
Virada da Previdência
A mesma pesquisa apontou uma inversão em relação à reforma previdenciária: antes eram 51% contrários e 44% favoráveis. Agora, 65% consideram a reforma necessária, sendo 52% dos que concordam total ou parcialmente com a proposta. Os que discordam ficaram em 41%. Daí, talvez, explique-se a não adesão à greve geral proposta pelas centrais sindicais.
Salvo por Heleno/ A reação incisiva do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, falando até em prisão perpétua para o presidente Lula por tentar colocar em dúvida o atentado a Bolsonaro, foi uma forma de evitar que o próprio presidente se manifestasse. No entorno de Bolsonaro, muitos dizem que é muito difícil para o presidente e seus familiares relembrarem aquele 6 de setembro.
Climão no PSL I/ A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) promoveu um debate sobre as duas reformas, da Previdência e dos tributos. Num andar, estavam os deputados Luiz Miranda (DEM-DF) e Sargento Curgel (PSL-RJ) sobre a tributária. Noutro, Joice Hasselman discutia a previdenciária.
Climão no PSL II/ A turma da deputada Joice Hasselman considera que o foco tem que ser a Previdência. Os tributaristas consideram perda de tempo discutir um projeto que já tem o parecer do relator de mérito.
Clóvis Rossi/ E o jornalismo fica mais pobre outra vez, num 14 de junho. Há dois anos, foi Jorge Bastos Moreno.