Quando tomar posse hoje à tarde, o titular da Secretaria de Governo, Carlos Marun, vai receber como primeira sugestão chamar os ministros um a um e pedir que eles reforcem a campanha pró-reforma previdenciária em todas as entregas de obras e serviços patrocinados pelo governo federal. O ministro a ser citado como exemplo do que deve ser feito, nesse caso, é o das Cidades, Alexandre Baldy, o mais novo da equipe do presidente Temer.
Baldy foi a Niterói entregar casas populares, concluídas depois de sete anos de paralisação. Fez questão de citar que as obras só estavam prontas porque o governo do presidente Michel Temer melhorou a economia, graças a medidas aprovadas pelos congressistas. Pediu até aplausos aos deputados que votam de acordo com a orientação do governo e foi atendido. A deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), presente ao evento, ficou emocionada e contou aos colegas. Marun vai avisar aos demais que é assim que se faz.
Reguffe, o vice
Pré-candidato do Podemos à Presidência da República, o senador Álvaro Dias (PR) sondou o senador Reguffe (DF), que continua sem partido, para compor a chapa. Reguffe agradeceu, mas garantiu que se mantém firme no propósito de cumprir todos os oito anos do mandato que lhe foi confiado pelos eleitores do Distrito Federal.
Prioridade I
A aposta do governo é a de que os petistas não poderão voltar suas atenções à reforma da Previdência ao longo do mês de janeiro, porque estarão dedicados a preparar o terreno para o julgamento do ex-presidente Lula. A aposta é verdadeira. Tudo o que o PT deseja hoje é Lula candidato e vai se dedicar a isso.
Prioridade II
O governo vai aproveitar janeiro para disseminar o texto da reforma da Previdência como algo que proporcionará um equilíbrio maior entre o sistema público e o privado, cortando privilégios de quem quer se aposentar na faixa dos 50 anos com benefício integral.
Onde mora o perigo
Aliados do presidente Michel Temer alertam que o efeito “self fulfilling prophecy”, (a profecia autorrealizável) é o que mais incomoda hoje a reforma da Previdência e em dois sentidos: primeiro, a profecia de que, se não aprovar a reforma, a economia sai completamente dos trilhos. Em segundo lugar, essa história de que não terá votos (é, aí, não terá mesmo).
O homem CPI/ O senador Hélio José (PMDB-DF) começou a coletar assinaturas em busca da CPI do setor elétrico no ano eleitoral.
Climão/ Aliados do governo consideraram um exagero do Planalto divulgar uma nota desautorizando o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Há quem diga que, se o presidente Michel Temer estivesse em Brasília, teria resolvido tudo com um simples telefonema.
Pro ano, gente!/ Os senadores transformaram a sessão de ontem numa romaria de discursos em homenagem ao presidente da Casa, Eunício Oliveira (foto). Sabe como é, era preciso uma compensação, depois das crises entre Eunício e os deputados, que sempre reclamam da falta de paciência do senador no comando das sessões do Congresso.
Apelou, perdeu/ Advogados saíram cabisbaixos ontem, depois da aprovação da renegociação das dívidas do Funrural no plenário do Senado. Agora, prometem fazer uma fezinha para tentar um veto. Só tem um probleminha: Temer não vai brigar com os deputados por causa de um projeto que passou por acordo nas duas Casas. A tendência é a sanção.