Há poucos dias, o ex-presidente Lula traçava os planos para as eleições municipais. Iria percorrer o Brasil, num estilo bateu-levou. O plano era mostrar que o PT podia até ter errado, mas, não era o único pecador no mar poluído da política. Com esse discurso, a ordem era apontar os erros de cada um. Porém, agora, a Lava Jato, mais uma vez, joga sua luz e faz derreter esse castelo de gelo que o PT planejava para as eleições. Ao fazer de Lula réu no processo sobre obstrução de Justiça e tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o juiz Ricardo leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, dá hoje aos adversário do PT munição e um antídoto a qualquer movimento de Lula no sentido de acusar A, B ou C.
Para o PT, a notícia não poderia ser pior. Todas as pesquisas apontam lula como um player importante não só para esta campanha, para alavancar o que ainda resta do PT, bem como para 2018. Sob a ótica petista, os detalhes sobre a influência de Lula e Marisa para obras no sítio e no apartamento do Guarujá, associados ao fato de o ex-presidente virar réu num processo de obstrução da Justiça, tiram mais uma camada de tinta da imagem de Lula. A hipótese de transformá-lo em vítima, diante de tantos processos judiciais, também parece difícil. O partido e seu maior líder estão na linha do “a cada dia a sua aflição”. A esperança hoje do PT é a de que o cerco a Lula arrefeça antes de 18, de forma que ele, possa, no mínimo, preservar seus direitos políticos. Afinal, se for condenado em segunda instância, nem agora, nem 18. Nesse caso, o desfecho, na melhor das hipóteses, será a aposentadoria.