A decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de só discutir em junho qual a melhor data para o retorno das sessões presenciais foi a melhor notícia do dia para o presidente Jair Bolsonaro. Isso significa que, neste primeiro semestre, não haverá CPI (da Câmara ou do Senado) e ou CPMI (quando é composta por deputados e senadores) para investigar as denúncias, feitas pelo empresário Paulo Marinho, de que Flávio Bolsonaro foi avisado antecipadamente da operação da Policia Federal que investigava irregularidades na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando o hoje senador ainda era deputado estadual.
Marinho, em entrevista à Folha de S.Paulo, disse que o senador Flávio soube antecipadamente da operação Furna da Onça e, por isso, teria afastado o então assessor Fabrício Queiroz do gabinete na Alerj, de forma a se preservar de qualquer investigação. A partir de então, diz Marinho, quem manteve contatos com o ex-assessor foi o advogado Vitor Alves, que trabalha até hoje com Flávio.
Com a decisão de Alcolumbre, o máximo que pode ocorrer é alguma comissão da Casa decidir chamar Marinho para prestar informações ou usar alguma CPI já em andamento, como é o caso da CPI das Fake News. Ainda assim, sempre haverá alguém para dizer que esse tema não é objeto da investigação parlamentar em curso.
Mais cargos
As dificuldades do Congresso em retomar as sessões presenciais vão dar ainda tempo para que o presidente Jair Bolsonaro possa estreitar suas relações (leia-se cessão de cargos) para o Centrão. O Partido Liberal (PL) de Valdemar da Costa Neto, por exemplo, recebeu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com o orçamento de R$ 53,9 bilhões.