A posse da nova ministra do Trabalho, Cristiane Brasil, está marcada para esta segunda-feira, 9h da manhã, no Palácio do Planalto. Será uma cerimônia simples, sem muita pompa e circunstância. A ideia é reunir o presidente Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e a ministra e alguns poucos integrantes do PTB, como o pai dela, presidente do partido. Cristiane assina o termo de posse, atravessa a rua e começa a trabalhar. Sem festa. A data, horário e formato foram decididos há pouco, em conversa entre o presidente Michel Temer, e do PTB, Roberto Jefferson, assim que o Superior Tribunal de Justiça liberou a posse neste sábado, depois de uma série de idas e vindas na Justiça.
Politicamente, os petebistas não pretendem deixar a posse para o presidente em exercício, Rodrigo Maia, porque alguns receiam que ele queira postergar o assunto para a volta de Temer ao trabalho, prevista para quinta-feira, 25, quando o presidente chega do forum econômico de Davos, na Suíça. O receio pode até ser exaagerado, sem fundamento, porém, a precaução é porque o deputado Jovair Arantes, lider do PTB na Câmara, enfrentou Rodrigo Maia para presidir a Casa.
Em relação ao Ministério do Trabalho, os planos do PTB é que a ministra estude medidas que acabem por tirar a imagem de descaso no relacionamento com empregados. Na semana passada, em entrevista ao programa CB.Poder, o pai de Cristiane e presidente do PTB, Roberto Jefferson, defendeu Cristiane e disse que o alvoroço em torno dos processos que já haviam tramitado na Justiça era apenas para atingi-lo. Disse ainda que o advogado do rapaz que processou a deputada em busca de direitos trabalhistas era ligado ao PT.
Cristiane foi indicada ministra na primeira semana de janeiro, depois que o PMDB do Maranhão, base eleitoral do ex-presidente José Sarney, vetou a nomeação do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA). Fernandes tem um filho secretário do atual governador Flávio Dino, adversário dos Sarney. O nome de Cristiane foi sugestão do próprio presidente Michel Temer, conforme Roberto Jefferson afirmou em entrevista ao CB.Poder.
A expectativa entre integrantes do PTB é a de que Cristiane enfrente alguns dias de holofotes, mas o desgaste não será duradouro, diante do julgamento de Lula em Porto Alegre, e o retorno das atividades do Congresso daqui a duas semanas. Ao que tudo indica, o governo pulará mais essa fogueira.