Coluna Brasília-DF
O cálculo dos parlamentares é de que o governo, apesar dos problemas de articulação política, conseguirá aprovar o crédito suplementar de R$ 248 bilhões no último minuto, desde que amarre a dotação a programas sociais, em especial, saúde e educação. Se não for assim, não vai. Afinal, ninguém quer ser responsável por deixar os programas sociais à míngua.
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Enquanto a líder do governo, Joice Hasselmann (PSL-SP), dizia na tribuna que tinha acordo fechado com os líderes partidários para votação dos vetos, esses mesmos líderes afirmavam ao fundo do plenário que não haviam feito qualquer acerto para apreciar os vetos. “Eu não fechei acordo nenhum, votamos conforme definido ontem em reunião de bancada”, disse à coluna o líder do DEM, Elmar Nascimento. “Acordo, que acordo?”, perguntava-se o líder do PL, Wellington Roberto. Outros partidos seguiram na mesma linha. Para completar, o PSL distribuiu uma cédula diferente daquela apresentada pela líder do governo. Nos bastidores, os deputados se perguntavam: se está assim agora, imagine quando chegar a reforma da Previdência.
Derrota de Raquel
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não conseguiu emplacar a lista tríplice dos seus sonhos para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ela torcia por Denise Abade, Caroline da Mata e Darlan Dias. O mais votado foi Sílvio Roberto Amorim Júnior, com 723 votos. Darlan ficou em segundo, com 384, seguido por André Libonati, 336. Sílvio ficou com 82,07% dos votos válidos.
Modo de fazer
Quem acompanha o dia a dia da política não se esquece. Em abril, dias depois de Hildo Rocha (MDB-MA) ser nomeado relator do crédito adicional de R$ 248 bilhões, o governo exonerou Marco Antônio Toccolini do cargo de secretário especial de Saúde Indígena. Era indicado justamente pelo relator do texto mais importante hoje para o Poder Executivo.
Enquanto isso, no Senado…
Os senadores estão em busca de uma pauta que possa dar protagonismo à Casa. Até aqui, não encontraram. A lei do saneamento, que estará em pauta hoje, ainda não é vista como aquela proposta para dar visibilidade à Casa.
O que vem por aí
Com a emenda constitucional do Orçamento Impositivo prestes a ser sancionada, o governo perde mais força na hora de dizer que obras devem ser prioridade no país. É o Congresso respondendo ao desgaste que o Poder Executivo tentou impor aos parlamentares desde o início do governo.
CURTIDAS
Físico, dez/ O senador Major Olímpio (PSL-SP) mostrou que, pelo menos, está com um bom condicionamento físico. Assim que se deu conta da manutenção do veto da equiparação dos agentes penitenciários com trabalho policial, ele correu ao plenário, furioso.
Experiência política…/ …Faltou. Quem está acostumado a análise de vetos, avisa: essa história de votação em cédula deve ser acompanhada bem de perto. Não houve, até hoje, um governo ou parlamentar que não tivesse sido pego de surpresa com o resultado dessas votações em bloco.
Conta comigo/ Ao levar o projeto da nova carteira de motorista ao Congresso, o presidente Jair Bolsonaro ganhou a simpatia de taxistas e caminhoneiros. São duas categorias que vão para as ruas defendê-lo, se forem chamados.
Já a Sociedade Brasileira de Pediatria…/ A questão da cadeira apropriada para levar as crianças foi considerada o maior tropeço. Está forte a pressão para que o presidente volte atrás “nisso daí” até dentro do PSL.