Da coluna Brasília-DF publicado em 17 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Foi um banho de água fria no PT a fala do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a perspectiva de redução da queda dos juros nos Estados Unidos no governo de Donald Trump e seu impacto no mundo. O partido via no diretor indicado por Luiz Inácio Lula da Silva a aposta para uma mudança radical na política de juros do atual comandante do BC, Roberto Campos Neto. Porém, no G20 Talks desse feriadão, Galípolo deixou os políticos com a sensação de que essa guinada não será possível, por causa das medidas que Trump promete adotar, tais como, elevação das tarifas de importação e nova política de imigração.
Modo cobrança
Os petistas admitem uma redução das suas expectativas em conversas reservadas, mas, publicamente, a ordem é continuar na linha de pressionar para alteração mais contundente no que vem sendo feito por Roberto Campos Neto. No BC, prevalece a visão de que é preciso todo o cuidado no controle dos juros. Quando a política prevaleceu nesse campo no passado, foi o país quem pagou a conta.
Pente fino
Desde quarta-feira, agentes de inteligência varrem as redes sociais em busca de mensagens de ódio. Afinal, foi ali que Francisco Wanderley deu as pistas do que estava planejando. A ordem no governo é vasculhar tudo que possa representar a presença de outros lobos solitários em Brasília.
Sem guerra, não vai
Tem muita gente incomodada com a possibilidade de deixar as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio fora da declaração conjunta do G20 por causa das dificuldades de se chegar a um consenso sobre os conflitos. Se esse tema não entrar, a incapacidade de diálogo no mundo ficará ainda mais evidente.
PP vai pedir o DF
Em conversas reservadas, o PP de Celina Leão definiu que na hora de sentar-se à mesa com os candidatos da direita ao Palácio do Planalto em 2026, pedirá todo o apoio à candidatura da vice-governadora do DF. O partido acredita que não tem nome melhor do que o dela, seja à esquerda ou à direita.
É pegar ou largar
A avaliação nos aliados de Celina é a de que o PL de Jair Bolsonaro terá dificuldades em partir para outras candidaturas, porque a vice-governadora é a mais capaz de dar ao palanque bolsonarista na capital da República um discurso conservador avesso a atos violentos. Afinal, em todas as oportunidades ela passou no teste, seja nos ataques de 8 de janeiro ou nas explosões da última quarta-feira.
CURTIDAS
Trump presente/ O presidente da Argentina, Javier Milei, caminha para ser o porta-voz de Trump na reunião de cúpula do G20. Vem disposto a fazer o contraponto com Lula e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto).
5×2 pode ser/ O deputado Luiz Lima (PL-RJ) considera radical a proposta de redução da jornada de trabalho para 4X3, mas acredita que a 5×2, com o sexto dia flexível, uma boa evolução. “Um jovem de 25 anos que recebe comissão vai querer trabalhar seis dias, mas uma senhora de 50 anos que trabalha com a limpeza vai ser beneficiada. É preciso avaliar caso a caso e pensar no sexto dia flexível para negociação entre o empregado e o empregador”, disse.
Então, é Natal/ Depois do atentado da semana passada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), a tendência dos congressistas é tentar tirar da pauta do plenário tudo o que acender demais os ânimos. Especialmente, as pautas de costumes, como o aborto.
Por falar em polêmica…/ O ex-deputado Roberto Freire, que concorreu à Presidência da República pelo antigo PCB em 1989, levanta uma em suas redes sociais: “Os ministros do STF devem voltar a ser apenas juízes e falarem nos autos, em última instância e como guardiões da Constituição do Brasil. Temos – para o bem da democracia e reconquista da pacificação nacional – que encerrar os tempos de cronistas, comentaristas e analistas políticos e, especialmente, o de substitutos das polícias criminal e judicial da República”, diz, mencionando ainda a presença deles em convescotes durantes os fóruns que participam mundo afora.