Assim que a revista Veja começou a circular, com a reportagem sobre um processo em que o candidato Jair Bolsonaro é acusado de ocultação de patrimônio, as redes sociais se encheram de memes com capas falsas da revista, dizendo que o candidato era acusado de grudar chiclete no cabelo de um amiguinho e que o seu cachorro teria fugido de casa, porque a ração era ruim. Paralelamente, o próprio Bolsonaro, em entrevista na tevê, afirmava que não aceitaria resultado diferente da sua eleição. Os dois movimentos são coordenados e planejados. A ordem é criar polêmica com outros temas e sair da pauta relativa às críticas do candidato a vice, Hamilton Mourão, a respeito do 13º salário e do adicional de férias. De quebra, deixar em segundo plano qualquer notícia a respeito do patrimônio oculto e colocar no ar a segurança, de um modo geral, tanto a da população quanto a das urnas. Aí, Bolsonaro nada de braçada.
Debate interditado I
Até aqui, nenhum candidato a presidente disse o que fará para reduzir os impostos sobre os combustíveis, a energia elétrica e as telecomunicações, áreas que terminam por atingir toda a população. “Todos eles estão acima de 30% nos estados e 15% na União”, comentou o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco.
Debate interditado II
Moreira afirmou, em discurso para executivos da área de petróleo, que o brasileiro está “pagando a energia mais cara do mundo. Intolerável para o dia a dia das pessoas”. Nos bastidores, empresários simpáticos ao governo Temer comentavam que, se o presidente tivesse apostado na Reforma Tributária, em vez da Previdenciária, a história seria diferente.
Atirou no que viu…
… e acertou no que não viu. Num segundo turno, o Datafolha aponta que quem tem a maior dianteira em relação ao candidato do PT, Fernando Haddad, é Ciro Gomes (PDT). Geraldo Alckmin (PSDB) parece empatado com Haddad e Bolsonaro perderia para o petista. Alckmin está rouco de tanto dizer que ele é o melhor nome para derrotar o PT. Porém, as pesquisas ainda não confirmam esse cenário.
Por falar em PSDB…
O tucanato ficou em estado de alerta com a operação da Polícia Federal sobre Marconi Perillo, que coordenou a campanha de Alckmin na largada. A ordem é continuar com o discurso de que essas operações às vésperas do primeiro turno têm motivações políticas.
Por falar em PT…
Um setor do partido ficou atônito com a perspectiva de o ex-presidente Lula conseguir dar entrevistas nesta reta final de campanha. Há o receio de que ele estanque a ampliação de votos do candidato Fernando Haddad. Afinal, a curva do petista é ascendente do jeito que está. E os petistas temem que qualquer alteração mais brusca freie a subida.
Aquele Mourão f@&#*!/ As declarações do general Hamilton Mourão (foto) sobre o 13º salário tiraram até mesmo os colegas dele do sério. O que os amigos têm comentado nos bastidores não se escreve.
O neo MDB I/ É assim que os deputados estão chamando o PP, o partido presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), que ontem, a 10 dias do primeiro turno das eleições, se viu alvo de busca e apreensão. Dividiu-se em três estações nessa campanha, à espera de quem vai vencer o pleito.
O neo MDB II/ O PP, que saiu chamuscado do mensalão e do petrolão, tem um pé na canoa do PT, outro fincado na campanha de Jair Bolsonaro, está oficialmente com Geraldo Alckmin. A estratégia é: quem ganhar, puxa as demais alas do partido para o barco.
Roriz/ As despedidas ao governador Joaquim Roriz não deixaram dúvidas de que a disputa pela herança política está posta. Até aqui, nenhum dos antigos apoiadores e aliados conseguiu liderar politicamente o clã.